CONDEPHAAT/CIDADES HISTÓRICAS 3 Iporanga GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
novembro de 1979, quinta-feira Atualizado em 18/08/2025 02:41:44
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CONDEPHAAT/CIDADES HISTÓRICAS 3 Iporanga GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULOGovernador: Eng.° Paulo Salim MalufSECRETARIA DE ESTADO DA CULTURASecretário: Deputado Cunha BuenoCONDEPHAAT Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,Arqueológico, Artístico e Turístico do EstadoNovembro de 1979Iporanga"Costa do ouro e da prata" era o nome queos primeiros colonos davam à faixa de litoral quese estende ao sul de Cananéia. Isso porque, desdeo século XVI, corriam lendas sobre a existênciade metais preciosos no interior; daí, as primeirasentradas portuguesas.Descoberto o ouro na região de Iguape, os caminhosindígenas fluviais e terrestres que para lá sedirigiam passaram a ser freqüentados tanto pelosmoradores do litoral, em direção ao "sertão", comopor bandeirantes e faiscadores, que do planaltodesciam a serra.Assim, ao longo do Ribeira e de seus afluentes,no começo do século XVIII, tiveram início váriaspovoações, em função da mineração: Iguape, Xiririca(atual Eldorado Paulista), Ivaporunduva, Portodos Pilões, Iporanga. Nesses núcleos também eramcultivados arroz, feijão, milho e outros gêneros,para subsistência da população.À medida que a mineração deixava de sercompensadora, pois o ouro de lavagem esgota-serapidamente, a produção de arroz crescia na região;depois de limpo nos monjolos ou nos pilões-de-mão,o produto era enviado, pelo rio, para os povoadosdo litoral.A posição geográfica e as atividades econômicasdiferentes deram ao Vale do Ribeira umdesenvolvimento à margem das outras regiõespaulistas. Além disso, o deslocamento das gentes,primeiro atrás do ouro, depois em busca de terrasférteis, originou um povoamento espaçado.Não era incomum a mudança de local daspovoações: a atual cidade de Iporanga, por exemplo,tem sua origem ligada a um antigo arraialde mineração, a cerca de seis quilômetros de seuatual núcleo urbano.
O Antigo Arraial
Esse primeiro estabelecimento, no ribeirão Iporanga, começou provavelmente no início do século XVIII. Ali, entre 1751 e 1755, os mineradores Garcia Rodrigues Pais, José Rolim de Moura, Antônio Leme de Alvarenga e Nuno Mendes Torres substituíram uma antiga capela de sapé por outra, de taipa e coberta com telhas; nela foi colocada uma imagemde Santana — doada por Rodrigues Pais — que ganhou coroa e resplendor de ouro, feitos a mando de Alvarenga.
O metal bateado na região era enviado à Casade Fundição instalada pela Coroa portuguesa emIguape, então principal núcleo da região.Os caminhos terrestres eram muito ruins, e a ligaçãoentre a serra e o litoral se fazia pelos rios: canoastransportavam o ouro, as notícias, as ferramentas,o sal, os gêneros. Dessa povoação restamos vestígios das casas, as valas e os desvios doribeirão, testemunhos das atividades de mineração.
Santana de Iporanga
No fim do século XVIII, a produção de ourono arraial já era pequena. A população resolvemudar-se para o local em que o Iporanga deságuano Ribeira, de onde o contato com o litoral eramais fácil. Na nova povoação de Santana de Iporanga,os moradores dedicaram-se à agricultura desubsistência. A rapadura e o arroz que sobravameram levados para Iguape, pelo rio, iniciando-seum pequeno comércio. Além disso, ainda seexplorava algum ouro, em lavras próximas.
A capela continuou no antigo arraial, e a populaçãosentia falta de um lugar para a prática de seu culto.O padre Bernardo de Moura Prado, então, animouos moradores para a construção de uma novacapela, a qual foi autorizada pelo Bispo da Capitania,Dom Mateus de Abreu Pereira.
Toda a comunidade participou.da empresa: por meiode^ mutirão, plantou-se uma grande roça de arroz,que rendeu a quantia de cem mil réis. O dinheirofoi usado para pagar o mestre de taipas FranciscoAlves, que dirigiu a construção no terreno cedido porEscolástica Maria Carneiro.
Antes de 1821, a igreja estava pronta, e até hojecontinua como um marco na cidade, em meio aoconjunto de casas de taipa e de pau-a-pique aindaexistentes.
O isolamento do povoado, as dificuldades denavegação provocadas pelas corredeiras do Funil,do Caracol e de Poço Grande, não impediram umacerta prosperidade da agricultura e do comércio.
A venda de aguardente, rapadura e farinha para as proximidades permitiu a multiplicação dealambiques, engenhos e casas de farinha nosarredores de Iporanga. Além disso, o povoadoera um centro das regiões vizinhas, onde aindase bateava ouro; assim, guardou característicasde arraial.
O comércio trouxe fartura e uma relativa riqueza;em 1830 o povoado era elevado a Freguesia e, doisanos depois, a Distrito de Paz.
Em meados do século XIX, as minas de chumbodescobertas na região foram consideradas as maisimportantes do Império; sua exploração, porém,deu-se muito depois, devido à dificuldade de acesso.
Elevada a Vila em 1873 e a Município no anoseguinte, Iporanga tornara-se importante pontona ligação comercial entre o litoral sul e as vilasdo planalto: Itapeva da Faxina, São Pedro de Itararé,Avaré, Itapetininga e outras. Os meios de transporteusados nesse comércio eram as canoas, peloRibeira, entre Iguape e Iporanga e, serra acima,as tropas de mulas.Por volta de 1880, a população atingia 3.000habitantes, entre os quais havia apenas 80 escravos.
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