'MASCULINIDADE (S) CONTEMPORÂNEAS E LUGAR DAS ARTES NEGRAS, NOS ARREDORES DA PAULICEIA “Salloma” Salomão Jovino da Silva1 - 01/01/2018 Wildcard SSL Certificates
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MASCULINIDADE (S) CONTEMPORÂNEAS E LUGAR DAS ARTES NEGRAS, NOS ARREDORES DA PAULICEIA “Salloma” Salomão Jovino da Silva1
    2018
    Atualizado em 01/09/2025 06:09:18

  
  


derivados. Tudo isso já existia bem antes dos coronéis da rota começarem a concorrer evencer eleições, para cargos de vereadores, deputados e senadores.MONITOR 2 ( COLORIDO, DIGITAL)COLETIVO NEGROCidade de São Paulo, zona oeste, bairro de classe média associado às artes,espetáculos e entretenimento urbano. SESC Pompeia, 6 de abril de 2016. Espetáculo dogrupo Teatral Coletivo Negro. Casa cheia. O Coletivo é negro, e é um grupo de teatrocomposto por jovens que se auto definem como tal. São negros, pardos e pretos para oInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Certamente são descendentes deafricanos, pertencentes a um ramo específico da diversa humanidade e vivem nametrópole paulista. Uma parte da nossa conversa então é condicionada por estes fatos:A - Os africanos foram espalhados pelo mundo já a partir do século XV, em função daexpansão do ocidente. B - O tráfico e o escravismo formaram o mundo que vivemos enossos ancestrais foram arrebatados por este evento histórico, como coadjuvantes oucomo vítimas.O jovem diretor e ator Jé Oliveira explora as poéticas e musicalidades do HIPHOP brasileiro. Tendo na produção do grupo os Racionais que, nesse caso, funcionacomo ponte ou costura, ás vezes liga partes que não formam figuras concisas. Há nissoalguma semelhança com as instalações da artista plástica Rosana Paulino3. Sãofotografias de corpos negros, que uma vez recortados, são refeitos por costuras onde aspartes não se encaixam como nas figuras originais.No palco quatro músicos, um Dj e o ator, que encarna homens e mulheres negrasperiféricas. Batida dançante, levadas de soul e MPB, recortes musicais já exploradospela cultura Hip Hop no Brasil. O texto rimado entremeia as canções e cenas de VídeoClip ao vivo. Não traz versos fáceis, nem metáforas plenamente acessíveis. Figuras demulher mãe e de homem pai ausente, mas não é antagonismo, é incompletude. Omenino cresce sem menção aos pelos púberes, sem olhar para o falo. O menino nem leu3 Veja: http://www.rosanapaulino.com.br/ [p. 559]

Freud. O personagem e o ator-diretor que cresceram sonhando ser Mano Brown nacontundência poética, no timbre grave a assertivo, no peito forte e camiseta regatabranca sem manga, vestida de boxer.A plateia chora e ri, lembra e cria, preenche de imagens as partes brancas da telavazia. Tipo caixas de som na laje no último volume. Surpreendeu aqui, já foi praCriolo. Era domingo de tarde no Grajaú. Onde o filho da Vilani também vivia, antes deser Criolo Doido, depois só Criolo. Provavelmente nem sabia da criação da imagemracista de Stanislau Ponte Preta, mas certamente ouviu Chico Science cantando a cançãodo Ile Ayê.Já ha alguns anos circula entre nós um discurso sobre uma estética Hip Hop noteatro, mas o coletivo negro XII está inaugurando algo novo. A novidade me pareceresidir na forma e conteúdo desse trabalho em comparação a outros - do NúcleoBartolomeu de Depoimentos, por exemplo, nos quais o ator Jé Oliveira esteveenvolvido há alguns anos atrás. Lá o Hip Hop se submete a estrutura estética do teatroconvencional e pequeno burguês de cunho nacionalista (Freyreano), ou vulgarizadocomo Democracia Racial. Aqui parece exatamente o contrário, a plataforma, e alinguagem vem do REP, mas ainda assim pode ser visto como teatro. A construçãoteatral do Coletivo Negro parece beber na fonte do próprio Hip Hop4 e não no teatroburguês brasileiro.5Por meio desse espetáculo é possível, por exemplo, sondar como os jovensnegros periféricos acessaram, assimilaram e redimensionaram as mensagens e contraideologias contidas no Hip Hop paulista dos anos 1990. Ou em um nível mais reduzido,como este jovem dramaturgo encontrou no discurso poético filosófico musical do REPelementos de auto-compreensão e ascensão étnica. Lembrando que ser negro, não é umacondição biológica, mas construção social (Munanga, 1990).Não é possível ser negro positivamente sozinho. Nascer com a pele escura, nãote torna automaticamente uma negra, um negro (Souza, 1983). Ser negro, positivamente4 Vejam, por exemplo, o Video-Documentário Mil tretas, mil trutas do Racionais Mcs, onde o grupoexperimenta uma estética teatral. In: https://www.youtube.com/watch?v=A-7rTJUKaiU5Vejam, por exemplo, o Video-Documentário Mil tretas, mil trutas do Racionais Mcs, onde o grupoexperimenta uma estética teatral. In:https://www.youtube.com/watch?v=A-7rTJUKaiU [p. 560]

negros apenas de forma excepcional conseguiam se estabelecer na produção artística eaté mesmo na indústria da música. Esse fenômeno limitou a criação artística dapopulação negra de maneira geral, ao menos aquela produção voltada a atender omercado de consumo de espetáculo e fonografia. Por isso Ellen Oléria, Criolo, Emicida,Tássia Reis, James Banto, Luana Bayô podem ser comemorados, ouvidos ecompreendidos sem subestimação ou grandes preconceitos. Por exemplo, aquelesatribuídos ao FUNK.6Explicando melhor, a imagem de Racionais foi absorvida de tal forma pelosjovens que sonhavam com um espaço social através da música, eles se tornaram ummodelo a ser seguido, reproduzido, imitado. A coerência apresentada pelo discurso,música, batida e imagem do Grupo Racionais dificilmente pode ser totalmente imitadasem se tornar uma caricatura. O conjunto de fatores sócio culturais que condicionou osurgimento do Racionais não existe mais. Quero dizer, embora haja crises, no começodos anos 1990 apenas começávamos a descobrir sobre a desindustrialização. Agora é elaé um fato. Tal como o desemprego estrutural e seus desdobramentos de raça, cor, sexo eetnia.Além das características e habilidades pessoais dos componentes do grupo etodas aquelas que se desenvolveram com o passar do tempo e as experiências queacumularam, há também a brusca mudança no mercado e produção da música. O fim dagravadoras.Os fatores externos: contexto social, mudança dos hábitos de consumo dapopulação jovem e pobre, emergência dos movimentos sociais negros na agenda políticae seu impacto na esfera pública. Encontro e trocas simbólicas entre lideranças doMovimento Social Negro e lideranças do Movimento Hip Hop.Um luta interna acontece simultaneamente no âmbito da cultura contemporânea,a disputa entre mercado de consumo cultural (espetáculo, entretenimento, lazer,comunicação, estilo de vida, etc) e contra-cultura (coletivos, bandos, sócio-experiências,transculturas, mini-revoltas, etc) e a juventude é a personagem principal dessa história6 É bem verdade que o preconceito às diferentes modalidades do FUNK existem desde os anos 1980,quando a sua produção era modesta e rarefeita, muito diferente da explosão comercial e midiática dadécada atual. [p. 562]





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