Palavra, pena e prelo: um estudo sobre formação e ações de João Corrêa de Oliveira (1855-1889)
2021 Atualizado em 14/09/2025 21:50:09
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Temporária ao apresentar a reforma eleitoral, alinhando-se à proposta. Dois anos depois, em1875, A Nação: Jornal Politico, Commercial e Litterario, publicou um artigo no qualquestionou, e de certa forma respondeu, se o governo teria força para passar a reformaeleitoral.Pergunta-se-nos hoje si o governo tem ou não força para fazer passar a reformaeleitoral. Mas nem objeto de duvida há ahi. Não esta votado o projeto em 1ªdiscussão? não estão votados seis artigos em 2ª? Não conta o governo com a maioriaabsoluta nas duas casas do parlamento? Não se tem revelado uma maioria a maisdedicada e resoluta no apoio que presta o governo? (A NAÇÃO: JORNALPOLÍTICO, COMMERCIAL E LITTERARIO, 14 de janeiro de 1875, ed. 09, p. 1).
As expectativas do redator eram positivas em relação a “força” do governo para aprovar a reforma eleitoral. Entretanto, o referido projeto, em certa medida, ocasionava desgastes ao governo. A oposição teria severas críticas a proposta e ao ministério proponente, já desgastado pelas diversas disputas travadas ao longo dos quatro anos no poder.
O fim do período do ministério liderado por Oliveira foi marcado crises na política, na educação e nas finanças. Esta última tornara-se mais intensa a partir dos últimos meses de 1874, o que, de certo modo, abalava ainda mais a estrutura do Gabinete 7 de Março de 1871.
Com o Banco Nacional suspendendo pagamentos, o Banco Mauá pedindo moratória e, finalmente, o diretor do Banco Alemão cometendo suicídio por ser obrigado a fechar as portas, é possível se ter a dimensão das tragédias que ocorreram.
O Mequetrefe, publicou a carta escrita pelo gerente do banco Alemão, August Riecke, pouco antes de cometer o ato extremo. Na carta, que tinha como destinatária sua esposa, escreveu:
“Sabereis que o Mauá, que deve ao nosso Banco mais de R$ 3,000:000$000241 quebra amanhã; Maylasky tem defraudado nosso banco (servindo-se de mim) em £ 55,000. Não posso viver para ver a calamidade” [...].
Na sequência do artigo, faz referência ao chefe do Gabinete 7 de Março: “Diz-se na praça uma cousa horrível: diz-se na praça que o Banco Allemão pretendia o direito de emitir uma certa quantia, e que o Sr. Visconde do Rio-Branco garantira a concessão, autorizando o empréstimo dos 3,000:000$000 ao Sr. Mauá; e que feito o empréstimo faltara o nobre visconde á prometida concessão (O MEQUETREFE, 17 de junho de 1875, ed. 25, p. 2).
241 O Banco Mercantil de Santos publicou no Jornal do Commercio de 08 de dezembro de 1875, o balancete referente a 30 de novembro de 1875. Nesta publicação, apresentou como capital (fundo com que foi criado)4.000:000$000. O valor da dívida do Banco Mauá era de R$ 3.000:000$000, um valor aproximado da quantia necessária para se criar um banco. [p. 246]
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