Origem dos Templários Por: Padre Paulo Ricardo - seropedicaonline.com
24 de março de 2019, domingo Atualizado em 06/10/2025 00:00:13
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Em 1120, um grupo de cavaleiros decidido a levar uma vida de oração e pobreza radical apresentou-se ao rei e ao patriarca do Oriente para cumprir uma missão: defender a Terra Santa e os peregrinos cristãos dos árabes muçulmanos.
Nesta aula de nosso curso sobre os Templários, saiba como surgiu a famosa Ordem dos Cavaleiros do Templo e adentre, já nesta aula introdutória, os mistérios que rondam a sua fundação.
A origem dos Templários só pode ser entendida a partir da história das Cruzadas – as investidas militares realizadas para salvar o Oriente, em especial os Lugares Santos, das mãos dos muçulmanos. Tudo começou com o Concílio de Clermont, em 1095, quando o Papa Urbano II convocou a cristandade à retomada de Jerusalém. O empreendimento foi um sucesso, mas, ao invés de devolver o território de Outremer (“Ultramar”) ao Império Bizantino, os cruzados – que se consideravam traídos pelo Imperador Aleixo – fundaram para si o Condado de Edessa (1095), o Principado de Antioquia (1098), o Condado de Trípoli (1102) e, principalmente, o Reino de Jerusalém, em 1099. Toda a faixa do mar do chamado Crescente Fértil ficou sob domínio latino.
O fato é que esses territórios impediam a comunicação entre os povos muçulmanos: os turcos otomanos, ao norte, o Califado de Bagdá, na Arábia, e o Califado Fatímida, no Egito. A princípio, como não havia fortes alianças entre eles, isso não representou um perigo eminente aos territórios latinos. No entanto, os constantes assaltos sofridos por peregrinos no caminho da Terra Santa indignavam os cristãos do Ocidente. Em um episódio que ganhou grande repercussão na época, 300 peregrinos, em sua maior parte de origem germânica, foram brutalmente assassinados, enquanto se aproximavam de Jericó, às margens do Rio Jordão.
Em 1120, em resposta ao pedido de ajuda do Rei Balduíno II de Jerusalém, um grupo de cavaleiros, disposto a uma vida de sacrifícios, se ofereceu para proteger os cristãos na Terra Santa. Os Pauperes commilitones Christi (“Pobres Cavaleiros de Cristo”), como eram chamados, encarnavam duas realidades aparentemente contraditórias: a vida militar, com suas batalhas e desafios físicos, e a vida religiosa, com suas austeridades e muitas orações. Hugo de Payens (ou Payns, como preferem os franceses de hoje), seu primeiro líder, viveu com os primeiros cavaleiros uma vida de extrema pobreza. Por concessão de Balduíno, passaram a morar na Mesquita de Al-Aqsa, onde fora construído o Templo de Jerusalém.
Dos primeiros anos de sua fundação, porém, é preciso ser honesto e reconhecer que muito pouco se sabe. Teorias mirabolantes, que associam os Templários a um “arquivo secreto”, com uma “sabedoria escondida” no antigo Templo de Salomão, não passam, pois, de invenções fantasiosas de grupos gnósticos e esotéricos. Não se tem notícia dos primórdios da Ordem justamente porque, durante os seus dez primeiros anos, os Templários não fizeram nada de extraordinário.
Foi só a partir da ação e pregação de São Bernardo de Claraval que a Ordem começou a ganhar força e prestígio. Não se pode ignorar a grande influência que este doutor exerceu na Igreja medieval. Suas pregações reuniam multidões e o abade era aclamado como santo ainda em vida. Convencido por Hugo de Payens da importância dos cavaleiros de Cristo, Bernardo apresentou a causa dos Templários ao Papa Honório II, que, no Concílio de Troyes, em 1129, aprovou oficialmente a Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salominici (“Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão”).
Em seu escrito De Laude Novae Militiae, Bernardo ainda colocou os fundamentos espirituais da Ordem. Além de ressaltar a vocação específica a que foram chamados os cavaleiros do Templo, mostrou teologicamente que as funções do guerreiro e do religioso não são incompatíveis: enquanto este luta espiritualmente contra os seus vícios internos, aquele trava uma guerra externa contra os inimigos de Cristo.
Então, a Ordem começou a receber numerosas doações e vários combatentes – em grande parte nobres, já que o aparato militar era de alto custo – passaram a integrar as suas fileiras. Embora algumas pessoas não aceitassem os Templários, eles foram um grande sucesso, já que a sociedade da Idade Média, assiduamente religiosa, dava grande incentivo – moral e material – à ação de proteção e defesa dos Lugares Santos.
O primeiro selo da Ordem dos Templários traz a imagem de dois cavaleiros sentados no mesmo cavalo. Muito se especula acerca do significado dessa figura. Já foi dito que fazia uma referência à pobreza dos cavaleiros, que, não tendo animais suficientes, tinham que partilhar o mesmo cavalo. Até a acusações de homossexualismo este símbolo foi associado. Porém, para a historiadora Barbara Frale, que trabalha no Arquivo Secreto do Vaticano, o selo alude às personagens Rolando e Olivier, do famoso poema épico La Chanson de Roland (“A Canção de Rolando”). Na história, Rolando – parente de Carlos Magno – e Olivier partem para combater os sarracenos na Península Ibérica. Os dois são um misto de coragem e prudência, bravura e sabedoria – virtudes necessárias para um bom cavaleiro templário. Ao mesmo tempo, suas características se encaixam precisamente no programa de São Bernardo para a Ordem: a ousadia e o destemor de Roland e a capacidade de Olivier de controlar as próprias paixões.
Na verdade, a história mostra que, desde o começo, os Templários precisarão se dividir: os mais sábios e prudentes ficarão na Europa, cuidando da parte “técnica” e “burocrática” da Ordem – arrecadar víveres e fundos, manter uma relação diplomática com os reis etc. –, enquanto os corajosos e fisicamente aptos partirão ao Oriente.
Com o tempo, a Ordem crescerá a ponto de sobrepujar o próprio poder real. De fato, nos séculos XII e XIII, com os Estados nacionais ainda em formação, os príncipes tinham certa liderança, mas dependiam muito de seus vassalos. Além disso, com o voto de pobreza que faziam os cavaleiros templários, as arrecadações e depósitos recebidos pela Ordem ficavam tão somente para a instituição, que passava a administrar tesouros maiores que os dos reis.
Bibliografia
Alain Demurger, _Vie et mort de l’ordre du Temple_, Éditions du Seuil, 1985, 431p.Alain Demurger, Os Templários: uma Cavalaria Cristã na Idade Média, Difel, 2007, 686p. (Les Templiers, une chevalerie chrétienne au Moyen Âge, Seuil, 2005, 664 p.)Alain Demurger, Os cavaleiros de Cristo. Templários, Teutônicos, Hospitalários e outras ordens militares da Idade Média, Jorge Zahar Editor, 2002, 351p.Malcolm Barber, The New Knighthood: A History of the Order of the Temple, Cambridge University Press, 1994, 466p.Peter Partner, Assassinato dos magos. Os Templários e seus mitos, Campus, 1991, 216p. (Murdered Magicians: The Templars and Their Myths, Oxford University Press, 1982, 209p.).Piers Paul Read, Os Templários. A história dramática dos cavaleiros templários, a mais poderosa ordem militar dos cruzados. Imago, 2001, 366p.Régine Pernoud, Os Templários. Publicações Europa-América, (Edição Francesa de 1974), 166p.Barbara Frale, Os Templários, Edições 70, 2011, 176p.Barbara Frale, Os Templários e o sudário de Cristo, Edições 70, 197p.https://youtu.be/_9mwyzxVpWg
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (1): 13/01/1128 - Concílio de Troyes EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.