Arthur Virmond de Lacerda sobre o livro "Brasil, segredo de Estado - Incursão desconhecida pela História do Brasil", de Sergio Corrêa da Costa (postagem no Facebook) - 16/03/2022
Arthur Virmond de Lacerda sobre o livro "Brasil, segredo de Estado - Incursão desconhecida pela História do Brasil", de Sergio Corrêa da Costa (postagem no Facebook)
16 de março de 2022, quarta-feira Atualizado em 31/10/2025 05:41:25
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Eis bom livro, sobre pontos de história do Brasil: Brasil como segredo em Portugal antes de 1500; valor de D. João VI; independência do Brasil; missão do conde de Paço d´Arcos no Brasil; período de Floriano Peixoto; historiadores do Brasil.
Publicado em 4ª edição em 2004, notam-se-lhe anglicismos, cuja propagação ocorreu posteriormente; é florilégio de capítulos relativamente curtos, ao modo de pequenos ensaios, cujo autor fala na primeira pessoa (li, pesquisei, encontrei), tão diferente do intragável estilo acadêmico "Fez-se", "pesquisou-se", "foi achado", sentido em que é livro honesto: o autor leu, ele pesquisou, ele concluiu, e di-lo ao leitor, sem a afetação dissimuladora da academia em que se oculta o sujeito gramatical e o agente da ação a troco de "imparcialidade" (outra alarvidade da "academia" é chamarem referências às fontes. Fontes são fontes; bibliografia é bibliografia; isto de referências é bobagem).
Ao tratar do descobrimento do Brasil, do papel de Portugal na geopolítica do séc. XVI, está isento do antiportuguesismo, tão cultivado por nossos marxistas e por nossos universitários; ao tratar de D. João VI, está isento do senso comum comum demais, que o vilipendia. Em relação a ambos é sereno e informador; aceita a herança portuguesa do Brasil, no sentido preconizado recentemente pelo rumoroso livro de Carlos Fino. Igualmente, trata a figura do embaixador português, conde de Paço d´Arcos, com isenção e sem antiportuguesismo.
O autor declara o que se sabe: Cabral veio com rumo certo; já conhecia a existência disto e, digo eu, provavelmente já cá estivera antes de 1500, como o disse em artigo em meu blogue, que quase ninguém leu.
Dá, em nota, excerto da carta de Cabral a d. Manuel, em que confessa haver vindo com rumo certo e por instrução deste; surpreende-me que tal passagem passe despercebida no Brasil — por estar como que oculta em nota? Atentai vós em que já está na quarta edição — ou mais compraram-no do que o leram? Ou será que ligam nenhumas a tal particularidade, no Brasil?
Outra qualidade deste livro : é bem escrito, cousa já rara nos escritores brasileiros de anos recentes. O autor viveu de 1919 a 2005 e foi ledor intenso, ao tempo em se redigia com qualidade no Brasil (já presentemente, como não me canso de redizê-lo, nossos doutores com doutorado em "humanas" sabem mal o idioma e escrevem mal).
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