| As Seis lições. Ludwig Heinrich Edler von Mises (1881-1973) | | 1979 Atualizado em 29/11/2025 04:15:37
compreendido. Podemos ser extremamente críticos com relaçãoao modo como nossos concidadãos gastam seu dinheiro e vivemsua vida. Podemos considerar o que fazem absolutamenteinsensato e mau. Numa sociedade livre, todos têm, no entanto,as mais diversas maneiras de manifestar suas opiniões sobrecomo seus concidadãos deveriam mudar seu modo de vida: elespodem escrever livros; escrever artigos; fazer conferências.Podem até fazer pregações nas esquinas, se quiserem – e faz-seisso, em muitos países. Mas ninguém deve tentar policiar osoutros no intuito de impedi-los de fazer determinadas coisassimplesmente porque não se quer que as pessoas tenham aliberdade de fazê-las.É essa a diferença entre escravidão e liberdade. O escravoé obrigado a fazer o que seu superior lhe ordena que faça,enquanto o cidadão livre – e é isso que significa liberdade – tema possibilidade de escolher seu próprio modo de vida. Semdúvida esse sistema capitalista pode ser – e é de fato – malusado por alguns. É certamente possível fazer coisas que nãodeveriam ser feitas. Mas se tais coisas contam com a aprovaçãoda maioria do povo, uma voz discordante terá sempre algummeio de tentar mudar as ideias de seus concidadãos. Podetentar persuadi-los, convencê-los, mas não pode tentarconstrangê-los pela força, pela força policial do governo.Na economia de mercado, todos prestam serviços aos seusconcidadãos ao prestarem serviços a si mesmos. Era isso o quetinham em mente os pensadores liberais do século XVIII, quandofalavam da harmonia dos interesses – corretamentecompreendidos – de todos os grupos e indivíduos queconstituem a população. E foi a essa doutrina da harmonia deinteresses que os socialistas se opuseram. Falaram de um“conflito inconciliável de interesses” entre vários grupos.Que significa isso? Quando Karl Marx – no primeirocapítulo do Manifesto Comunista, esse pequeno panfleto queinaugurou seu movimento socialista – sustentou a existência de um conflito inconciliável entre as classes, só pode evocar, comoilustração à sua tese, exemplos tomados das condições dasociedade pré-capitalista. Nos estágios pré-capitalistas, asociedade se dividia em grupos hereditários de status, na Índiadenominados “castas”. Numa sociedade de status, um homemnão nascia, por exemplo, cidadão francês; nascia na condição demembro da aristocracia francesa, ou da burguesia francesa, oudo campesinato francês. Durante a maior parte da Idade Média,era simplesmente um servo. E a servidão, na França, ainda nãohavia sido inteiramente extinta mesmo depois da RevoluçãoAmericana. Em outras regiões da Europa, a sua extinção ocorreuainda mais tarde. Mas a pior forma de servidão – forma quecontinuou existindo mesmo depois da abolição da escravatura –era a que tinha lugar nas colônias inglesas. O indivíduo herdavaseu status dos país e o conservava por toda a vida. Transferia-oaos filhos. Cada grupo tinha privilégios e desvantagens. Os destatus mais elevado tinham apenas privilégios, os de statusinferior, só desvantagens. E não restava ao homem nenhumoutro meio de escapar às desvantagens legais impostas por seustatus senão a luta política contra as outras classes. Nessascondições, pode-se dizer que havia “um conflito inconciliável deinteresses entre senhores de escravos e escravos”, porque ointeresse dos escravos era livrar-se da escravidão, da qualidadede escravos. E sua liberdade significava, para os seusproprietários, uma perda. Assim sendo, não há dúvida de quetinha de existir forçosamente um conflito inconciliável deinteresses entre os membros das várias classes.Não devemos esquecer que nesses períodos – em que associedades de status predominaram na Europa, bem como nascolônias que os europeus fundaram posteriormente na América– as pessoas não se consideravam ligadas de nenhuma formaespecial às demais classes de sua própria nação; sentiam-semuito mais solidárias com os membros de suas classes nosoutros países. Um aristocrata francês não tinha os franceses das [p. 27, 28]
efetivamente uma expectativa normal e necessária, algo a seesperar de qualquer governo. Essa proteção não constitui umaintervenção, pois a única função legítima do governo é,precisamente, produzir segurança.) Quando falamos deintervencionismo, referimo-nos ao desejo que experimenta ogoverno de fazer mais que impedir assaltos e fraudes. Ointervencionismo significa que o governo não somente fracassaem proteger o funcionamento harmonioso da economia demercado, como também interfere em vários fenômenos demercado: interfere nos preços, nos padrões salariais, nas taxasde juro e de lucro.
O governo quer interferir com a finalidade de obrigar os homens de negócio a conduzir suas atividades de maneira diversa da que escolheriam caso tivessem de obedecer apenas aos consumidores. Assim, todas as medidas de intervencionismo governamental têm por objetivo restringir a supremacia do consumidor. O governo quer arrogar a si mesmo o poder – ou pelo menos parte do poder – que, na economia de mercado livre, pertence aos consumidores. Consideremos um exemplo de intervencionismo bastante conhecido em muitos países e experimentado, vezes sem conta, por inúmeros governos, especialmente em tempos de inflação. Refiro-me ao controle de preços.
Em geral, os governos recorrem ao controle de preços depois de terem inflacionado a oferta de moeda e de a população ter começado a se queixar do decorrente aumento dos preços. Há muitos e famosos exemplos históricos do fracasso de métodos de controle dos preços, mas mencionarei apenas dois, porque em ambos os governos foram, de fato, extremamente enérgicos ao impor, ou tentar impor, seus controles de preço.
O primeiro exemplo famoso é o caso do imperador romano Diocleciano, notório como o último imperador romano a perseguir os cristãos. Na segunda metade do século III, os imperadores romanos dispunham de um único método financeiro: desvalorizar a moeda corrente por meio de sua adulteração. Nessa época primitiva, anterior à invenção da máquina impressora, até a inflação era, por assim dizer, primitiva. Envolvia o enfraquecimento do teor da liga metálica com que se cunhavam as moedas, especialmente as de prata.
O governo misturava à prata quantidades cada vez maiores de cobre, até que a cor das moedas se alterou e o peso se reduziu consideravelmente. A consequência dessa adulteração das moedas e do aumento associado da quantidade de dinheiro em circulação foi uma alta dos preços, seguida de um decreto destinado a controlá-los. E os imperadores romanos não primavam pela moderação no fazer cumprir suas leis: a morte não lhes parecia uma punição demasiado severa para quem ousasse cobrar preços mais elevados que os estipulados.
Conseguiram impor o controle de preços, mas foram incapazes de preservar a sociedade. A consequência foi a desintegração do Império Romano e do sistema da divisão do trabalho.
Quinze séculos mais tarde, a mesma adulteração do dinheiro teve lugar durante a Revolução Francesa. Mas desta vez utilizou-se um método diferente. A tecnologia para a produção de dinheiro fora consideravelmente aperfeiçoada. Os francesesjá não precisavam recorrer à adulteração da liga metálica empregada na cunhagem das moedas: tinham a máquina impressora. E esta era extremamente eficiente. Mais uma vez, o resultado foi uma elevação dos preços sem precedentes. Mas na Revolução Francesa os preços máximos não foram garantidos através do mesmo método de aplicação da pena capital de que lançara mão o imperador Diocleciano. Produzira-se um aperfeiçoamento também na técnica de matar cidadãos.
Todosse lembram do famoso doutor J. I. Guillotin (1738-1814), o inventor da guilhotina. No entanto, apesar da guilhotina, os franceses também fracassaram com suas leis de preço máximo. Quando chegou a vez de Robespierre ser conduzido numa carroça rumo à guilhotina, o povo gritava: “Lá vai o bandido- mor!”. Se menciono este fato é porque é comum ouvir: “O que épreciso para dar eficácia e eficiência ao controle de preços éapenas maior implacabilidade e maior energia”. Ora, Dioclecianofoi indubitavelmente implacável, como também o foi aRevolução Francesa. Não obstante, as medidas de controle depreço fracassaram por completo em ambos os casos.Analisemos agora as razões desse fracasso. O governo ouveas queixas do povo de que o preço do leite subiu. E o leite é,sem dúvida, muito importante, sobretudo para a geração emcrescimento, para as crianças. Por conseguinte, estabelece umpreço máximo para esse produto, preço máximo que é inferiorao que seria o preço potencial de mercado. Então o governo diz:“Estamos certos de que fizemos tudo o que era preciso parapermitir aos pobres a compra de todo o leite de que necessitampara alimentar os filhos”.Mas que acontece? Por um lado, o menor preço do leiteprovoca o aumento da demanda do produto; pessoas que nãotinham meios de comprá-lo a um preço mais alto, podem agorafazê-lo ao preço reduzido por decreto oficial. Por outro lado,parte dos produtores de leite, aqueles que estão produzindo acustos mais elevados – isto é, os produtores marginais –começam a sofrer prejuízos, visto que o preço decretado pelogoverno é inferior aos custos do produto. Este é o ponto crucialna economia de mercado. O empresário privado, o produtorprivado, não pode sofrer prejuízo no cômputo final de suasatividades. E como não pode ter prejuízos com o leite, restringea venda deste produto para o mercado. Pode vender algumas desuas vacas para o matadouro; pode também, em vez de leite,fabricar e vender derivados do produto, como coalhada,manteiga ou queijo.A interferência do governo no preço do leite redunda, pois,em menor quantidade do produto do que a que havia antes,redução que é concomitante a uma ampliação da demanda.Algumas pessoas dispostas a pagar o preço decretado pelo [p. 44, 45, 46]
Capítulo 4 – Quarta lição A Inflação
Se a oferta de caviar fosse tão abundante quanto a debatatas, o preço do caviar – isto é, a relação de troca entrecaviar e dinheiro, ou entre caviar e outras mercadorias – sealteraria consideravelmente. Nesse caso, seria possível adquirilo a um preço muito menor que o exigido hoje. Da mesmamaneira, se a quantidade de dinheiro aumenta, o poder decompra da unidade monetária diminui, e a quantidade de bensque pode ser adquirida com uma unidade desse dinheirotambém se reduz.Quando, no século XVI, as reservas de ouro e prata daAmérica foram descobertas e exploradas, enormes quantidadesdesses metais preciosos foram transportadas para a Europa. Aconsequência desse aumento da quantidade de moeda foi umatendência geral à elevação dos preços. Do mesmo modo,quando, em nossos dias, um governo aumenta a quantidade depapel-moeda, a consequência é a queda progressiva do poderde compra da unidade monetária e a correspondente elevaçãodos preços. A isso se chama de inflação. Infelizmente, nosEstados Unidos, bem como em outros países, alguns preferemver a causa da inflação não no aumento da quantidade dedinheiro, mas na elevação dos preços.Entretanto, nunca se apresentou qualquer contestaçãoséria à interpretação econômica da relação entre os preços e aquantidade de dinheiro, ou da relação de troca entre a moeda eoutros bens, mercadorias e serviços. Nas condições tecnológicasatuais, nada é mais fácil que fabricar pedaços de papel eimprimir sobre eles determinados valores monetários. Nos [p. 58]
Estados Unidos, onde todas as notas têm o mesmo tamanho,imprimir uma nota de mil dólares não custa mais ao governoque imprimir uma de um dólar. Trata-se exclusivamente de umprocesso de impressão, a exigir, nos dois casos, idênticasquantidades de papel e de tinta.No século XVIII, quando se fizeram as primeiras tentativasde emitir cédulas bancárias e atribuir-lhes a qualidade demoeda corrente – isto é, o direito de serem honradas emtransações de troca do mesmo modo que as moedas de ouro eprata –, os governos e as nações acreditavam que os banqueirosdetinham algum conhecimento secreto que lhes permitiaproduzir riqueza a partir do nada. Quando os governos doséculo XVIII se viam em dificuldades financeiras, julgavam sersuficiente, para delas se livrarem, entregar a um banqueiroengenhoso a condução de sua administração financeira. Algunsanos antes da Revolução Francesa, quando a realeza da Françaatravessava problemas financeiros, o rei da França procurou umdesses banqueiros engenhosos e nomeou-o para uma funçãoimportante. Esse homem era, sob todos os aspectos, o opostodas pessoas que vinham regendo a nação até aquele momento.Para começar, não era francês, era um estrangeiro – um genovês.Em segundo lugar, não pertencia à aristocracia, era um simplesplebeu. E, o que contava mais ainda na França do século XVIII,não era católico, e sim protestante. E assim Monsieur Necker, paida famosa Madame de Staël, tornou-se o ministro das finanças,e todos esperavam que resolvesse os problemas financeiros dopaís. Mas, a despeito do elevado grau de confiança desfrutadopor Monsieur Necker, os cofres reais permaneceram vazios. Ogrande erro de Decker consistiu na tentativa de prestar auxíliofinanceiro aos colonos da América em sua guerra deindependência contra a Inglaterra sem elevar os impostos.Aquela era certamente uma maneira errada de procurar resolveros problemas financeiros da França. [p. 59]
financeiramente seguro: seus titulares podem dizer ao povo eaos políticos: “não podemos fazer tal coisa, salvo seaumentarmos os impostos”.Sob condições inflacionárias, o povo se habitua aconsiderar o governo uma instituição que tem recursosilimitados à sua disposição: o estado, o governo podem tudo.Se, por exemplo, a nação deseja um novo sistema de rodovias,espera-se do governo sua implantação. Mas onde poderá ogoverno obter o dinheiro? Pode-se dizer que hoje, nos EstadosUnidos – e mesmo no passado, no governo McKinley –, o PartidoRepublicano é relativamente favorável ao dinheiro lastreado eao padrão-ouro, enquanto o Partido Democrático é favorável àinflação. Obviamente, a uma inflação não de papel, e sim deprata. Contudo, foi um presidente democrata dos EstadosUnidos, o presidente Cleveland que, em fins da década de 1880,vetou uma decisão do Congresso de conceder uma pequenasoma de auxílio – cerca de dez mil dólares – a uma comunidadeque sofrera uma catástrofe. Esse presidente justificou seu vetoescrevendo as seguintes palavras: “É dever do cidadão manter ogoverno, mas não é dever do governo manter os cidadãos”. Estassão palavras que todo estadista deveria escrever numa paredede seu gabinete, para mostrar aos que viessem pedir dinheiro.Sinto-me bastante embaraçado diante da necessidade desimplificar esses problemas. São tantos e tão complexos osproblemas envolvidos no sistema monetário! E eu certamentenão teria escrito volumes inteiros a respeito deles se elesfossem tão simples quanto parecem sê-lo aqui. Mas osfundamentos são precisamente estes: aumentando-se aquantidade de dinheiro, provoca-se o rebaixamento do poderde compra da unidade monetária. É isso que desagrada àquelescujos negócios privados são desfavoravelmente afetados poressa situação. São os que não se beneficiam da inflação quedela se queixam. Se a inflação é má, e se todos sabem disso, porque se teria convertido numa espécie de estilo de vida em [p. 68]
Se afirmo que o investimento externo foi o maioracontecimento histórico do século XIX, faço-o no desejo delembrar tudo aquilo que nem sequer existiria se não tivessehavido qualquer investimento externo. Todas as estradas deferro, inúmeros portos, fábricas e minas da Ásia, o canal de Sueze muitas outras coisas no hemisfério ocidental não teriam sidoconstruídos, não fosse o investimento externo. O investimentoexterno é feito na expectativa de que não será expropriado.Ninguém investiria coisa alguma se soubesse de antemão queseus investimentos seriam objeto de expropriação. No séculoXIX e no início do século XX, não se cogitava disso ao se aplicarno estrangeiro. Desde o princípio havia, por parte de algunspaíses, certa hostilidade em relação ao capital estrangeiro. Noentanto, apesar da hostilidade, estes países, em sua maiorparte, compreendiam muito bem que os investimentos externoslhes propiciavam imensas vantagens. Em alguns casos, osinvestimentos externos não eram destinados diretamente acapitalistas de outros países: realizavam-se indiretamente,através de empréstimos concedidos ao governo do paísestrangeiro. Neste caso, era o governo que aplicava o dinheiroem investimentos. Foi este, por exemplo, o caso da Rússia. Porrazões puramente políticas, os franceses investiram nesse país –nas duas décadas que precederam a Primeira Guerra Mundial –cerca de vinte bilhões de francos de ouro, sobretudo na formade empréstimos ao governo. Todos os grandesempreendimentos desse governo – como, por exemplo, aferrovia que liga a Rússia, indo dos montes do Ural, através dogelo e da neve da Sibéria, até o Pacífico – foram realizadosbasicamente com capital estrangeiro emprestado ao governo russo. Como é fácil presumir, os franceses nem sequer imaginavam que, de um momento para outro, se implantaria um governo russo comunista que simplesmente declararia não pretender pagar os débitos contraídos por seus predecessores do governo czarista. [p. 82]
boas razões para dizer que talvez ainda não tenhamos chegadoao fim das provações que a humanidade deverá atravessar.O sistema constitucional introduzido em fins do séculoXVIII e início do XIX frustrou a humanidade. A maioria daspessoas – e dos autores – que tratou desse problema parecepensar que não houve relação entre os aspectos político eeconômico do problema. Tende-se, por conseguinte, aconsiderar o fenômeno da deterioração do parlamentarismo –governo exercido pelos representantes do povo – como se fosseum fenômeno desvinculado da situação econômica e dasconcepções econômicas que determinam as atividades daspessoas.Essa independência, no entanto, não existe. O homem nãoé um ser que tenha, por um lado, uma dimensão econômica e,por outro, uma dimensão política, dissociadas uma da outra. Naverdade, aquilo a que comumente se dá o nome de deterioraçãoda liberdade, do governo constitucional e das instituiçõesrepresentativas, nada mais é que a consequência da mudançaradical das ideias políticas e econômicas. Os eventos políticossão a consequência inevitável da mudança das políticaseconômicas.As ideias que nortearam os estadistas, filósofos e juristasque, no século XVIII e princípio do século XIX, elaboraram osfundamentos do novo sistema político, partiam do pressupostode que, numa nação, todos os cidadãos honestos têm umamesma meta final. Essa meta final na qual todos os homensdecentes se deveriam empenhar é o bem-estar de toda a nação,assim como o das demais nações. Aqueles líderes morais epolíticos estavam, portanto, firmemente convencidos de queuma nação livre não está interessada em conquista. Julgavam aluta partidária algo simplesmente natural, uma vez que lhesparecia totalmente normal a existência de diferenças de opiniãono tocante à melhor maneira de se conduzirem os negócios doestado. [p. 93]
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (2): 20/11/284 - Diocleciano torna-se imperador 28/07/1794 - Revolução Francesa: Maximilien Robespierre é guilhotinado EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.  |
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