'ADRIANO TOLEDO PAIVA “O Domínio dos índios”: Catequese e conquista nos sertões de Rio Pomba (1767-1813) - 29/01/2009 Wildcard SSL Certificates
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Registros (96)Cidades (0)Pessoas (0)Temas (0)


ADRIANO TOLEDO PAIVA “O Domínio dos índios”: Catequese e conquista nos sertões de Rio Pomba (1767-1813)
    29 de janeiro de 2009, quinta-feira
    Atualizado em 05/12/2025 04:46:01





O Padre Manoel de Jesus Maria e o Capitão Francisco Pires Farinhoincursionaram nas terras da freguesia para destruição de quilombos. Nestasentradas e expedições empregaram-se os índios aldeados. Em uma das exploraçõesnos sertões do Rio Xopotó, na Serra Negra, um grupo de índios, o Vigário de RioPomba e Manoel Rodrigues da Costa191 rondaram os matos para captura de negrosfugidos. Após verificação de uma fumaça no horizonte e de plantações, certificouse da existência de um quilombo naquelas paragens. Neste sentido, o Vigárioretornou a Igreja de São Manoel, e nomeou trinta homens brancos e índios paralocalização dos quilombolas. Os expedicionários conseguiram capturar um negronaquelas paragens, e o encaminharam ao aldeamento para que o Vigário ointerrogasse.192 O negro capturado declarou-se Angola, por ser “mais boçal queladino”; utilizaram um escravo do aldeamento para compreendê-lo. O quilombolaafirmou que: “Há verdade, é certo ser o quilombo muito grande, e muito antigo edistância grande e sempre”. O negro argumentou que foi introduzido nestacomunidade por quatro parceiros. O cativo fugido afirmou que em sua povoaçãopossuíam “inúmeras roças com plantações de cana de açúcar, bananas, laranjas,muito algodão e também descaroçadores”.193 Embasados no depoimento doquilombola a tropa da aldeia resolveu devassar a região para descobrir o tamanhoda povoação dos aquilombados.Na paragem do Rio Pomba e Peixe existiram inúmeros quilombos quepromoviam “insultos” nos distritos circunvizinhos. Os distritos de São José da BarraLonga, Furquim, São Caetano, Sumidouro, São Sebastião e Inficionado solicitaramao Governador providências para conter os constantes assaltos dos quilombolas.Os distritos colocaram seus soldados e esquadras nas “bocas dos matos” paraformação de um “poderoso cerco” aos escravos fugidos. Os negros apreendidos seriam encaminhados as cadeias e os Capitães do mato receberiam 20 oitavaspelas capturas.194O Vigário Manoel de Jesus Maria acompanhava os expedicionários nadestruição de quilombos, nos descimentos dos índios e nas explorações em buscade ouro. Todavia, os eclesiásticos participavam das investidas de conquistas dossertões através da administração dos sacramentos.195 Outrossim, um Vigárioparoquial não deveria se ocupar destas atribuições, mas o nosso personagemcomandou inúmeras destas entradas de conquista dos sertões. O sacerdoteencaminhava ao governo da Capitania informações sobre os descobertos auríferos,explorações nos sertões e indicava medidas para sua distribuição.196 O Vigário e oDiretor dos índios deveriam observar a exploração das terras sertanejas, a fim deque não causassem prejuízo aos índios aldeados. Estas autoridades eramresponsáveis pela aplicação do Diretório, especialmente no tocante a liberdadeindígena e na propriedade de suas terras. 197 O Diretor dos índios e o Vigárioaveriguavam se as terras requeridas em sesmaria eram “incultas, devolutas,localizadas em áreas proibidas minerais ou na passagem do rio navegável quedividem o Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo”.198 Estas atribuições de [p. 69, 70]

defensores das terras dos aldeamentos indígenas e de responsáveis por certificar apossibilidade de doação das mesmas desencadearam conflitos na localidade. OPadre Manoel de Jesus Maria escreveu constantemente a Coroa pedindoprovidências para manutenção da propriedade das terras indígenas.199 O poder doVigário e do Capitão Francisco Pires Farinho chocavam-se com a ação dospotentados locais estabelecidos. O Padre necessitava de um caminho para conduzirmantimentos às Aldeias tomando atalhos em alguns morros. Ignácio de Andrade200impediu esta diligência, porque as estradas perpassavam suas propriedades. Ocolono desejava que a picada fosse efetuada pelos “morros ingrimes” para as tropase passageiros não percorrerem suas terras. O Vigário de Rio Pomba solicitouprovidências do governador para solução desta contenda, porque Inácio Andradenão possuía título de suas terras. O Conde de Valadares despachou em favor doVigário, argumentando que Andrade deveria se empenhar na confecção da estradaque somente seria impedida se promovesse o extravio de ouro. 201Os víveres para as aldeias nos vales do Rio Pomba eram atravessados portropas eqüinas, escravos e canoas. O Vigário comprou alguns cavalos paratransporte de víveres e sal, pois nenhum tropeiro queria se aventurar a penetrarsertões ainda pouco explorados.202 As picadas se desfaziam rapidamente pela faltade reparos e pelas intempéries. O Vigário argumentou que os caminhos próximosao Rio Xopotó e Turvo estavam destruídos em decorrência da “desunião de seus moradores”. O Vigário sugeriu a construção de um “caminho para cavalos emgrande distância” para a Igreja de São Manoel. 203A construção destes caminhos sinalizava as dificuldades da atuaçãosacerdotal do Padre Manoel de Jesus Maria, que para seu trabalho pastoral deveriapercorrer longas distâncias até as aldeias indígenas. O Vigário não possuíasubsídios para pagamento da confecção dos caminhos. Para tanto, solicitou aogovernador que assegurasse a posse das terras aos colonos empenhados nacatequese dos índios e na construção das estradas. Os colonos estabelecidos naregião afirmaram que os indígenas não possuíam “disposição para o trabalho” eeram “pessoas inimigas” do Vigário, porque eram “criados sem preceito”.204 Nesteperíodo demarcou-se quadras de terras destinadas às aldeias indígenas do RioTurvo e Xopotó, com o objetivo que não fossem ameaçadas pela invasão desesmeiros após o término da construção do caminho.205Os caminhos nos vales do Rio Turvo e Xopotó eram considerados essenciaispara a administração dos sacramentos aos índios.206 O Vigário entravaconstantemente pelas picadas administrando a catequese aos nativos. 207 O Condede Valadares ressaltou os benefícios das expedições nos domínios dos índiosCropós e da necessidade de congregá-los para defesa de suas terras. O Governadorsalientou a necessidade de reunir os índios na aldeia do Padre Manoel de JesusMaria.208 Organizaram-se inúmeras expedições para descimento de índios aoaldeamento de Rio Pomba.209 Para os colonizadores, a redução dos índios constituía a forma eficaz de promover o povoamento da região, ou seja, a conquistados domínios indígenas. Os Corpos de Ordenanças da localidade fiscalizariam oextravio de gêneros e principalmente de ouro. O Marquês de Pombal ordenou acontenção dos contrabandos de ouro e diamantes nos sertões do “Cuieté, Rio Doce epartes vizinhas”; proibiu que “pessoas transcorressem este sítio sobre o qualquerpretexto”.210 O Capitão Francisco Pires Farinho e José de Abreu Soares foram osencarregados pela verificação no descaminho de diamantes nos Vales do RioPomba e Xopotó.211Os ataques de bandos armados nas serras da Mantiqueira212 aos viajantesnas estradas do Rio de Janeiro para Vila Rica, “caminho de Garcia Rodrigues”213,potencializaram os projetos de confecção de uma estrada entre Campos dosGoitacazes e o Rio Xopotó. O Caminho Novo ou “de Garcia Rodrigues” erapercorrido em três semanas ou em um mês, com “subidas e descidas de montesmuito empinados”. Percorriam-se sessenta léguas e gastava-se muito com asjornadas pagas aos comboios. Os caminhos do Xopotó aos Campos de Goitacazesapresentavam-se como solução para as atribulações e gastos com as viagens no“Caminho de Garcia Rodrigues”. Vila Rica distanciava-se do Xopotó em treze léguas,e da povoação para Campos dos Goitacazes, pelos caminhos dos índios, somavamse mais treze léguas. O emprego das veredas indígenas para o Rio de Janeirorepresentava uma economia nos recursos e comodidade para as viagens, pois nãose percorreria um relevo acidentado como o encontrado no Caminho Novo. Asviagens transcorreriam por planícies ou pela navegação nos Rios Pomba eParaíba.21 [p. 71, 72, 73]



Estradas antigas
Ouro
Rio Pomba
Cavalos
Belo Horizonte/MG
1° marquês de Pombal
1699-1782
Diamantes e esmeraldas
Francisco Pires Farinha

ME|NCIONADOS Registros mencionados (1):
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.