A rebelião de Ñezú: em defesa de “su antiguo modo de vida” (Pirapó, Província Jesuítica do Paraguai, 1628). Paulo Rogério Melo de Oliveira - 01/01/2011
A rebelião de Ñezú: em defesa de “su antiguo modo de vida” (Pirapó, Província Jesuítica do Paraguai, 1628). Paulo Rogério Melo de Oliveira
2011 Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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É surpreendente que a rebelião liderada pelo cacique e pajé Ñezú em novembro de 1628, no lugar denominado Ijuí, seja ainda desconhecida dos pesquisadores que se ocupam das lutas indígenas na América contra a dominação espanhola. A rebelião assumiu grandes proporções, resultou na morte dramática de três missionários da Companhia de Jesus – Roque González, Juan del Castillo e Alonso Rodriguez – e desencadeou uma espetacular perseguição pelas terras do Uruguai que se estendeu por quase dois meses. A batalha mobilizou, de ambos os lados, cerca de dois mil índios, dentre os quais quase duzentos foram mortos. Os responsáveis pelas mortes de Roque González e Juan del Castillo foram enforcados e os acontecimentos foram registrados em vários relatórios oficiais, enviados inclusive ao rei Filipe III de Espanha. Acrescenta-se a isso o fato de os três missionários mortos na sublevação terem sido beatificados e depois canonizados, o que amplifica a importânciados acontecimentos.4
Salvo aquele seleto grupo de pesquisadores, historiadores eetnólogos, dedicados ao estudo dos guarani e jesuítas na Provínciado Paraguai, no século XVII, o que se vê é um total desconhecimento.5 Ñezú é uma ruidosa ausência na literatura da denominada“resistência indígena”. E não é por carência documental, pois alémdas quatro cartas dos jesuítas escritas nos meses que se seguiramas mortes dos missionários, existem os depoimentos indígenas queconstam nos processos instaurados em Buenos Aires, Corrientese Candelária.6 No entanto, a maior parte dos pesquisadores desconhece ou não teve acesso às fontes. Em geral, A Conquista Espiritualde Montoya, escrita onze anos após os acontecimentos, e as obras deNicolás del Techo e Pedro Lozano, bem mais distantes, são as fontescitadas para se referir à rebelião comandada por Ñezú.Com base na documentação anteriormente mencionada podemos dizer, com alguma segurança, que Ñezú era um poderoso líderindígena que concentrava poderes políticos e religiosos e que vivianum lugar conhecido como Pirapó, no Ijuí, na margem oriental dorio Uruguai. É descrito ao mesmo tempo como cacique e feiticeiro.Montoya, por exemplo, referiu-se a ele como “[...] el mayor caciqueque conocieron aquelles países”, mas também o descreveu comomestre nos “embustes y magias.” (MONTOYA, 1989, p. 228). Diegode Boroa o apresentou como “un cacique hechicero y falso dios”.Padre Romero, que provavelmente teve um contato mais próximo,embora não existam evidências de que o tenha conhecido, se referiua ele como “[...] un ministro de Satanás cacique del Ijuí llamado Ñezúgrandísimo hechicero” (BLANCO, 1929, p. 98 e 102). [p. 2, 3 do pdf]
padre Geral da Companhia do perigo que os índios do Yjuí representavam para a evangelização. Ali estavam reunidos, sob o comando dogrande “hechicero”, índios da própria região com outros que haviamfugido da redução de San Francisco Javier. Segundo o Provincial,Ñezú “[...] con sus amenazas y grande elocuencia que tenia habíaatraído así toda aquella gente, y como todos le iban dando tantocrédito se temió el grande mal que por allí podia venir a nuestrasreducciones”[...].11Roque González foi o primeiro missionário a estabelecercontato com Ñezú. Era o primeiro missionário a adentrar nesteterritório, referido nas correspondências jesuíticas como Uruguai.O encontro entre os dois aconteceu provavelmente entre 1626,com a fundação de San Nicolau, e o começo de 1628, quando foifundada a redução de Nuestra Señora de Candelária. Curiosamentenão há nenhuma menção a Ñezú no ano de 1626-1627. Seu nomesó aparece nas correspondências posteriores às mortes dos padres.No entanto, fi ca bastante claro nessas correspondências que RoqueGonzález já vinha de algumas tratativas com o chefe guarani. Depoisde lançar as bases de uma futura redução em Caaró, foi percorreros extensos bosques do Ijuí. Segundo Vázquez Trujillo, Roqueenviou várias embaixadas para convencer o feiticeiro a receber “elsanto Evangelio”. A fama de Ñezú, e a presença de índios fugitivosde San Javier, preocupavam os padres, que temiam pelas reduçõesrecém-fundadas (BLANCO, 1929, p. 485). Não contente com o andamento das negociações, Roque decidiu ir pessoalmente ao Ijuí. Eraimportante ganhar a confi ança e o apoio do grande e temido chefe.
Os primeiros contatos dos missionários com Ñezú foram promissores. Mas até onde ia o entusiasmo do chefe? Ñezú mostrou-se amistoso no começo. Aprovou com gosto a entrada dos padres e o estabelecimento de uma redução sobre o Ijuí. Foi, a convite de Roque González, à redução de San Nicolau, onde foi muito bem recebido. Na volta ao Pirapó, dando mostras de que admitia ali uma redução, ordenou que erguessem uma igreja para abrigar os missionários e incentivou os caciques locais que os recebessem em suas terras. Em 14 de agosto de 1628, Roque González e Juan del Castillo chegaram ao Ijuí para fundar a redução, batizada de Assunção do Ijuí. Roque deixou a redução aos cuidados do padre Juan e partiu para Caaró.12 Três meses depois, os emissários de Ñezú atacaramas duas reduções e mataram os padres. O que teria provocado esta mudança abrupta de atitude? [p. 6 do pdf]
Sem pretender transformar Ñezú num defensor da culturaguarani, ou da identidade cultural guarani, e descartando a hipótese do messianismo, as razões que, segundo os próprios indígenas,teriam levado à morte de Roque, dizem respeito à preservação dealguns aspectos centrais da cultura guarani: a poligamia, os cantos,o culto aos antepassados e todo um conjunto de práticas e valorescondenados pelos missionários. Dizer que a rebelião de Ñezú foi emdefesa do “ser antiguo”13 não é idealizá-lo nem torná-lo um mártirda cultura guarani, mas situá-lo historicamente no interior de umconfl ito de poder provocado pelas profundas transformações emcurso no “modo de ser” guarani. Os companheiros do padre Roqueque relataram o “martírio” aos seus superiores apontaram para asmotivações que desencadearam a rebelião de Ñezú. Nos quatrorelatórios, escritos pelos padres que exerciam funções destacadas naCompanhia no Paraguai, são apresentadas as mesmas razões: o feiticeiro odiava os padres e queria eliminá-los. Essa visão, no entanto, selermos as fontes com mais atenção, não é genuinamente dos padres,mas dos próprios indígenas. Um mês depois das mortes, 53 índios,entre eles alguns dos “matadores” de Roque, foram interrogadospelo capitão luso Manuel Cabral, na presença de dez espanhóis ecinco padres.14 As confi ssões e declarações não foram registradas,mas os padres Boroa, Romero, Vázquez Trujillo e Ferrufi no, autoresdos relatórios, fi zeram referência a elas. Posteriormente, quando foiinstaurado o processo ordinário em prol da canonização dos “mártires”, seis índios reduzidos que presenciaram os acontecimentosforam chamados a depor na redução de Candelária, e um caciquepara depor em Corrientes. Nesses depoimentos, devidamente registrados, os índios foram interrogados sobre a “causa porque losindios mataron al dicho Padre” (Juan del Castillo). O índio AmbrosioGuarepú, da redução de Candelária, “respondió que”:[...] no se halló presente donde trataron de matarle, masque al tiempo de prender al dicho Padre oyó decir al dichohechicero Quaraibí, alentando la gente: matemos noramala este hechicero de burla o fantasma: echémosle de nosotros:tengamos solamente el ser de nuestro Padre y de nuestroshijos a Ñezú: tengamos el ser de nuestros abuelos: óiganseno más em nuestra tierra el sonido de nuestros calabazos ytacuaras [...].15 [p. 7 do pdf]
Parece que os chefes entendiam que o fi m da poligamiarepre sentava um golpe decisivo no seu poder e no antigo modo devida. E tudo indica que Ñezú, da mesma forma, via o abandono dapoligamia como o enfraquecimento do seu poder. Ceder às pressões do padre para batizar os fi lhos e abandonar as mulheres eraabrir mão do poder e prestígio que desfrutava até então. Diante dainsistência do padre, e das pressões de caciques aliados, para quedeixasse suas “mancebas”, como sugere o depoimento de PabloArayu, Ñezú passou rapidamente da cooperação à conspiração.Decidiu livrar-se dos missionários, começando por Roque González,reconhecidamente o mais habilidoso e famoso dos “hechiceros”cristãos. As denominações de “hechicero”, “fantasma”, “hechicerode burla”, que aparecem nos depoimentos indígenas para designaros missionários, parecem corroborar a hipótese de Métraux, e posteriormente desenvolvidas por Maxime Haubert, Necker e Meliá,que sugeria que os indígenas viam os missionários como poderososfeiticeiros.22 É bem possível que os guaranis tenham aproximadoalgumas características dos missionários com as dos seus pajés. Ofascínio e a admiração que Roque e seus companheiros pareciamexercer entre os indígenas e sobre o próprio Ñezú parecem inegáveis. Percorriam as aldeias, batizavam, curavam algumas doenças,falavam eloquentemente sobre o Deus criador de todas as coisas edesafi avam destemidamente os poderosos pajés.Nos depoimentos em Candelária, citados anteriormente,Guarepú e Arayu relataram que Ñezú se referia ao padre Roquecomo “hechicero de burla e fantasma”. E duas ou três passagens nasnarrativas jesuíticas sugerem que os índios consideravam os padrescomo feiticeiros. Techo, ao comentar a conversão de Guirabera, disseque o feiticeiro acreditava que o padre Montoya era a encarnaçãode um grande e famoso pajé chamado Cuará:Daba Guiraverá sus oráculos examinando los cadáveres delos magos; y cuéntase que afi rmaba haber pasado el alma de Cuará, que era tenido por Dios, al cuerpo del P. Ruiz,y también la divinidad, en lo que mostraba dar asenso á ladoctrina de la metempsícosis, ideada en la antigüedad porPitágoras. Divulgóse tal fábula en bastantes partes, y todosconsideraban al P. Ruiz como un sér superior. Esta invencióndel infi erno fué de gran provecho para el cristianismo, puesmuchos indios se convirtieron de modo que el diablo fuéenvuelto en sus propias redes. Ardía Guiraverá en deseosde ver al P. Ruiz; envióle uno y otro mensaje á tal efecto, yno consiguiéndolo, se puso en camino acompañado de doscientos indios (TECHO, Libro Octavo, Capitulo XXXVIII).Outro ponto de aproximação entre os pajés e os missionáriosera o culto dos ossos dos pajés e o culto às relíquias dos jesuítas.Os ossos dos pajés mortos, segundo Montoya, eram cultuados emlugares de difícil acesso e cuidadosamente adornados, como santuários, para receber os visitantes. O próprio Montoya percebeu asemelhança entre os cultos ao afi rmar que o diabo imitava o cultoàs relíquias, fazendo os índios adorarem os ossos secos dos feiticeiros (MONTOYA, 1989, Capitulo XXVIII). Padre Oñate narrouno ano de 1615 um episódio que sugere uma identifi cação entre omissionário e os grandes pajés. Os índios da redução de San Ignácio,em meio a uma guerra contra os “encomenderos”, abandonaram aredução, deixando desamparadas suas próprias terras, e fugiram paraos “montes”. Alguns índios recolheram e levaram junto os ossosdo padre Baltasar Seña, que morreu na redução. “Tenian tanta estimacion de este buen padre”, escreveu o provincial, “que les pareciollevavan un grande thesoro en llevar sus huesos” (MONTOYA,1989, Capitulo XXVIII).Rebelião e Ritual IndígenaDa colaboração e aceitação dos padres nos seus domínios,Ñezú passou a rebelião. Tramou com os caciques subordinados, eigualmente descontentes, um plano para extirpar o cristianismo desuas terras. Seus emissários foram enviados a Caaró com uma missão: [p. 12, 13]
alma, da palavra-habitante dos índios. O desbatismo, seguido darenomeação, em contrapartida, seria o restabelecimento da identidade do indivíduo.Ao batizar os índios, o padre logo lhes atribuía um nomecristão. O cacique Guarecupí, por exemplo, virou Santiago. Pajése caciques audaciosos, que desafi aram os padres, foram dobrados,alguns humilhados, convertidos e batizados com nomes cristãosbíblicos, como Zaguacary, que virou João. Ayerobia foi chamadode Bartolomeu, Tambavê, cúmplice na morte do padre Roque, virou Paulo e o famoso Tayaoba foi batizado como Nicolau. Para osmissionários, o batismo e o nome cristão signifi cavam o resgate dagentilidade e a inscrição no universo cristão.Os signifi cados da rebeliãoCom base no que foi exposto até aqui, perguntamo-nos: quaisos signifi cados da rebelião liderada por Ñezú? De acordo com o queas fontes nos permitem ver, a rebelião apresenta singularidades quenão autorizam o seu enquadramento em alguns modelos explicativos.Contrariando algumas interpretações, não existem apelos a terra semmal, não há promessas de paraísos nem um chamado a migrar. Ofeiticeiro reclama um retorno aos antigos costumes, ao antigo modode vida, e ameaça os seus ouvintes com pavorosos cataclismos queviriam como castigo aos que não obedecessem.Ñezú foi visto como um exemplo de líder messiânico que seergueu contra o colonialismo. O líder guarani teria sido mais um,dentre os inúmeros “carái”, que evocou a terra sem mal na lutacontra a opressão espanhola. A terra sem mal tornara-se, naquelecontexto, a “antítese do colonialismo”. Os defensores dessa visãoendossam as teses de Métraux e Hélène Clastres sobre o messianismo e a terra sem mal tupi-guarani. A América do Sul, sacudidapelo colonialismo, foi palco, segundo Métraux, para o desenvolvimento do esquema clássico do messianismo tupi-guarani: a crençanum profeta ou homem-deus, o desenvolvimento de uma ação quetende a apressar o advento da idade de ouro, a reação social e culturalcontra a civilização branca e, frequentemente, a formação de uma [p. 20 do pdf]
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (2): 14/08/1628 - Roque González e Juan del Castillo chegaram ao Ijuí para fundar a redução, batizada de Assunção do Ijuí 01/11/1628 - Rebelião liderada pelo cacique e pajé Ñezú, no lugar denominado Ijuí* EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.