Desfecho digno de Shakespeare. Por Giuliano Bonamim, jornalcruzeiro.com.br
9 de novembro de 2013, sábado Atualizado em 21/03/2025 04:42:18
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A escrava Benedicta pertencia à família de João Pires de Almeida. Ela se apaixonou por um escravo da família de Raphael Aguiar de Barros. O romance foi descoberto e proibido pelos seus respectivos donos. O caso ocorreu na Vila de Campo Largo, atual município de Araçoiaba da Serra, em 1882, seis anos antes da abolição da escravatura no Brasil. Agora, essa história será contada pelo grupo Manto na peça O amor de Benedicta, com pré-estreia (aberta ao público) marcada para amanhã, às 19h, dentro do conjunto arquitetônico conhecido como barracões da Sorocabana, na Vila Santana.
O espetáculo, com direção de Eli André Corrêa, é baseado no livro Scenas da escravidão, do escritor sorocabano Carlos Carvalho Cavalheiro. A obra traz um estudo inédito sobre o tema em Sorocaba e revela, por meio de documentos, a violência inerente à escravatura.A história dos dois escravos foi relatada em duas publicações do antigo jornal Diário de Sorocaba, em 1882. As reportagens, datadas de 19 e 21 de março daquele ano, revelam a relação de amor entre o casal e um desfecho digno de William Shakespeare.O produtor da peça, Luciano Leite, foi quem leu o livro de Cavalheiro e resolveu desenvolver o tema com o grupo Manto. "O foco da história é o amor entre os dois negros, dentro de um sistema escravocrata", comenta.Segundo Leite, o espetáculo também aborda temas relacionados à escravidão no país. "Mostramos como era feito o comércio interno de escravos a partir de 1930, quando ficou proibido o tráfico negreiro da África para as Américas", relata. "É muito emocionante para o nosso grupo poder resgatar a história de duas vidas que foram ceifadas pelo preconceito, pela escravidão e pela humilhação. Além disso, levamos o público a refletir sobre aspectos relacionados ao preconceito de gênero e raça, que ainda existem em nosso meio" conclui Luciano.O amor de Benedicta será encenada dentro do conjunto arquitetônico conhecido como barracões da Sorocabana, atualmente administrado pela América Latina Logística (ALL). O local foi escolhido por ter marcado um dos períodos mais prósperos de Sorocaba, a era da ferrovia, e que a atual geração poderá conhecer graças ao projeto.Os barracões datam de 1930 e eram usados para a construção e reforma de vagões de trem. Com o tempo, serviram como uma das principais sedes para a manutenção da malha ferroviária do interior paulista.A temporada de O amor de Benedicta terá um total de 16 apresentações abertas ao público (os ingressos gratuitos devem ser retirados com meia hora de antecedência). Além de amanhã, elas ocorrerão nos dias 16, 17, 20, 21, 22, 23, 24 e 29 de novembro e 1, 6, 7, 8, 13, 14 e 15 de dezembro. Todas as sessões começarão às 19h e terão entrada gratuita para um público com idade mínima de 12 anos. O trabalho tem os apoios da Lei de Incentivo à Cultura (Linc) e da América Latina Logística (ALL), que cedeu os espaços físicos para as apresentações.O projeto é do grupo Manto, cujo núcleo central se conheceu durante a primeira montagem de Agamemnón, no Espaço Cultural dos Metalúrgicos, em 1996, sob a direção de Carlos Roberto Mantovani. A partir 2003, passou se chamar grupo Manto, com uma estrutura maior e com o elenco original de 1996.Para abrir a temporada de O amor de Benedicta, o escritor Carlos Carvalho Cavalheiro comandará uma palestra para debater o livro inspirador do espetáculo. O encontro será realizado hoje, às 20h, dentro de um vagão de trem revitalizado e preparado para receber até 40 pessoas. A entrada é franca. Ele fica situado na rua Paissandu, s/nº, na Vila Santana.De acordo com Leite, o grupo Manto sempre procura espaços não convencionais e que conversem com a proposta dos trabalhos. "A ideia é fazer com que o público tenha uma experiência diferente", conta.Serviço:O amor de BenedictaPré-estreia: Amanhã (dia 10)Horário: 19hLocal: Conjunto arquitetônico conhecido como barracões da Sorocabana, localizado na rua Paissandu, s/nº, Vila Santana
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!