Biografia de Domingos Gonçalves Fernandes, Mestre Bartholomeu, consulta em genearc.net
29 de janeiro de 2024, segunda-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Domingos Gonçalves Fernandes, Mestre BartholomeuNascimento: ~ 1500Origem: Alentejo, PortugalNasceu por volta de 1500, provavelmente na província do Alentejo, em Portugal.Casou-se com Antonia Rodrigues (Gonçalves). Em 1530, Domingos veio para o Brasil com Martim Affonso de Sousa.Mestre Bartholomeu era o ferreiro da armada, e o único a exercer essa profissão.Estabeleceu-se nos arredores da aldeia de São Vicente, no local denominado Enguá-guaçu (ou Engaguassu). A enseada era excelente, porque possuía boas águas, de nascentes dos morros adjacentes, boas terras para o cultivo de cana-de-açúcar, e excelente porto para naus de pequeno e grande porte. Além disso, ficava protegido dos índios, por ser isolado das grandes matas pelo colar marítimo.A casa de Mestre Bartholomeu situava-se no sopé do Morro de São Bento. Na mesma região, outros colonizadores construíram suas casas: os portugueses Paschoal Fernandes, Domingos Pires (junto à fonte do Itororó), Brás Cubas (no sopé do Monte Serrat), Luís de Góes (no sopé do Morro de Santa Catarina), e os genoveses José e Francisco Adorno (às margens do Rio São Jerônimo). Este pequeno núcleo deu origem à cidade de Santos.A FUNDAÇÃO DA VILA DE SANTOS EM 1545 (BENEDITO CALIXTO)No destaque, Mestre Bartholomeu com as mãos no ombro de seu filho.
O historiador Francisco Martins dos Santos, no livro "Lendas e Tradições de Uma Velha Cidade do Brasil", assim relata a história da gruta de Nossa Senhora do Desterro, em Santos:
Anos antes de morrer, Mestre Bartolomeu começara uma grande obra para a Vila - era o que sempre dizia a todos - mas nunca chegara a revelá-la e muito menos a exibi-la, talvez por não haver conseguido terminá-la em vida. Ao morrer, porém, declarou aos amigos que sua grande obra estava quase terminada, e que um dia saberiam dela.
Chegaram a pensar mal de Mestre Bartolomeu, o lutador, que tantos e tão bons serviços prestara a Santos e à colonização, fabricando todas as ferramentas que trabalharam o chão, que fizeram os objetos de uso e levantaram as casas de toda a região vicentina. Muita gente pensou que fosse cousa da idade, mania de um velho de oitenta anos. Seu filho, porém, recebera dele uma secreta incumbência e prometera cumpri-la.
Fazia agora dez anos da morte do ferreiro. Corria o ano de 1590, quase ao fim. Bartolomeu Fernandes, o filho, acabara de completar a obra prometida por seu pai, e declarava estar para breve a sua revelação ao povo de sua terra.
Um acontecimento forte e imprevisto viera precipitar as coisas. Na noite de 16 de dezembro daquele ano, noite escura e tormentosa, Cook, corsário inglês, lugar-tenente do famigerado Cavendish investia a barra de Santos, penetrando a luzes apagadas em seu porto. A manhã de 17 veio encontrá-lo no porto, em frente ao Forte da Praça, baterias assestadas contra a pequena fortificação, que, intimada a render-se, em breve assim procedia, convencida sua gente da inutilidade da resistência.
Os sinos da Capela de Santa Catarina, do Colégio, de Nossa Senhora da Graça e do Conselho soaram a rebate, desesperadamente. A Vila inteira despertou assustada, preparando trouxas com mantimentos e valores, para a debandada, como sempre acontecia nas invasões.
Um homem surgiu então, em toda parte, gritando às famílias que o seguissem, com todos os seus valores, pois estariam todos salvos... Era o filho de Mestre Bartolomeu, era o Messias surgido na polvorosa da Vila.
Confusamente, enquanto os homens válidos, com João de Abreu e Diogo de Unhate à frente, resistiam aos piratas com seus bacamartes afeitos à luta, velhos, mulheres e crianças se reuniam em torno de Bartolomeu Fernandes, seguindo, varados de sustos e temores, de indecisões e desconfianças, atrás dos passos do filho do ferreiro, rumo a esse ponto certo e distante, onde ele dizia estar a salvação do povo e de seus valores dali por diante. Muitos murmuravam e descriam do auxílio do moço.
Surgiam em frente deles, o morro e a Capela de Nossa Senhora do Desterro. Que aflição para todos! Parecia-lhes que a gente corsária já lhes vinha no encalço. Eram mais de trezentos, e rezavam, e lastimavam-se em voz alta, pronunciando os nomes dos santos da devoção.
Bartolomeu galgou uma rocha solta. Estava a cavaleiro de todo o vasto cenário santista, a perder-se ao longe, em todas as direções, no círculo azul da cordilheira. O moço saltou, lépido, da rocha em que estava, deu alguns passos e, recuando as folhas balouçantes das bananeiras, mostrou a todos, entre as rochas do talude, a entrada ampla de uma gruta.
- É a obra de meu pai! A gruta de Nossa Senhora do Desterro! Penetrai por ela! Vai para a floresta livre, caminho seguro e desconhecido para São Vicente!
Naquele momento, os bárbaros de Cavendish acabavam de tomar posse da Vila, saqueando os armazéns, incendiando o que lhes era inútil, procurando as mulheres, jóias, a prata e o ouro que supunham existir... Apesar da estadia de mais de um mês em Santos, não puderam os piratas compreender o desaparecimento parcial e misterioso de sua gente, nem descobrir o seu esconderijo, entrando a fazer represálias contra a propriedade imóvel e até contra os pobres animais da terra, por despeito.
E assim, dez anos decorridos sobre o desaparecimento de Mestre Bartolomeu, pôde o povo santista compreender a promessa do "Ferreiro", arrepender-se do juízo que fazia do bom velho e prestar públicas homenagens à sua memória, concentrando-as na pessoa do filho.
Pelo tempo adiante, ao rebate das novas invasões corsárias e tamoias, o refúgio seguro do povo santista, passou a ser a famosa gruta de Nossa Senhora do Desterro, ignorada dos invasores, cavada em vinte anos, com as últimas ferramentas fabricadas pelo ferreiro de Martim Affonso.
Em 1650, a viúva e o filho do mestre ferreiro doaram aos religiosos da Ordem de São Bento a primeira ermida e as terras, onde estabeleceram seu mosteiro.
Foi pai de três filhos e seis filhas [não se sabe se todos são filhos da mesma mãe]:
1.1. Maria Gonçalves, casada com Affonso Sardinha. Affonso foi o descobridor das minas do Jaraguá, nas proximidades de São Paulo.
1.2. Apolônia Vaz, casada com Rodrigo Álvares. Rodrigo faleceu antes de 1578, e Apolônia casou-se pela segunda vez, com Antonio Gonçalves dos Quintos.
Em 12 de Março de 1573, Rodrigo solicitou carta de sesmaria, alegando que "há vinte anos está e reside nesta terra e tem mulher e filhos para casar".
Antonio faleceu em 1616 e, em seu testamento (datado de 2 de Julho), deixou todos seus bens para o Convento do Carmo.
1.3. Beatriz Gonçalves, casada com Sebastião Fernandes Freire. Sebastião e Beatriz foram moradores em Santos. Sebastião era "mestre de açúcar".
1.4. Margarida Fernandes, casada com Brás Gomes Alves. Brás e Margarida foram moradores em Santos. Em 1569, Brás era sapateiro.
1.5. Catharina Gonçalves, casada com Domingos Pires. Catharina recebeu um dote de casamento do genovês José Adorno (marido de sua sobrinha, Catharina Monteiro)
1.6. Anna Rodrigues, casada com Antonio de Proença, filho de Paulo de Proença e de Isabel Cubas (Proença). Após a morte de Antonio, Anna casou-se pela segunda vez, com o Capitão Pedro Cubas, filho natural de Brás Cubas e de [...]. Anna faleceu antes de 1624.
1.7. Brás Gonçalves, o Velho, casado com Margarida Fernandes (Álvares), filha de Fernão Álvares e de Margarida Marques [citados em 1.8.]. Margarida faleceu antes de 1603.
1.8. Balthazar Gonçalves, o Velho, casado com Maria Álvares (Marques), filha de Fernão Álvares e de Margarida Marques [citados em 1.7.].
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