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‘Descobrimento do Brasil’: 22 de abril provoca revisões sobre história do país. Por Elisabetta Mazocoli, em tribunademinas.com.br
    21 de abril de 2024, domingo
    Atualizado em 09/11/2025 01:38:22

  
  


O dia 22 de abril é marcado como uma data para celebrar o chamado “Descobrimento do Brasil”. Nos livros de História e nas aulas de muitos brasileiros, este momento foi contado apontando que os portugueses teriam chegado ao país acidentalmente, devido a um desvio que Pedro Álvares Cabral teria feito durante uma grande navegação que tinha como destino as Índias. O que era dito, então, é que tudo o que aconteceu a partir do momento em que as navegações chegaram nesta terra foi necessário para que se formasse a nação brasileira, e que essa “descoberta” dos portugueses teria sido uma espécie de “destino manifesto”. No entanto, como destaca a professora do Departamento de História do Instituto de Ciências Humanas da Universidade de Juiz de Fora (UFJF), Ana Paula Costa, uma mesma história pode ser contada de muitas maneiras. Revisões mais recentes trazem à tona outros fatores importantes para se entender o momento da chegada dos portugueses e até mesmo questionar se realmente foi um “descobrimento” acidental ou um ato planejado.

A pesquisadora explica que esse evento histórico começou a ser discutido, no cenário histórico, por volta do século XIX, e, naquele momento, a forma como a discussão foi realizada se deu de maneira bastante diferente de como ela acontece atualmente. Conforme Ana Paula explica, foram dois momentos distintos de abordagem do assunto, sendo o primeiro pós-independência, do século XIX até por volta da década de 1980, em que a temática abordada na historiografia, nos livros didáticos, no senso comum e na mídia tinham um caráter épico. “Destacava a figura do Pedro Álvares Cabral chegando em 1500 com sua comitiva, devido às tempestades e aos ventos que sofreram ao entrar no Atlântico. Por conta desse inesperado, eles teriam chegado aqui de forma não intencional”, relembra. Apesar de muitas pessoas terem aprendido a história do país exatamente dessa forma, a historiografia vem passando por algumas revisões, primeiro internacionalmente, e que fazem ser necessário olhar para esse assunto novamente.

Conforme ela explica, tendo em vista a gama de estudos que surgiram nesse cenário de revisionismo: “O primeiro ponto seria o questionamento em torno da própria noção de mito, de descobrimento acidental; mas também a própria importância de ressaltar não a chegada dos portugueses, não esse fato em si, mas todo o processo de invasão que vai se desencadear após a chegada dos portugueses. O mais importante é focar nesse aspecto”. O próprio olhar que os historiadores vão passar a ter nesse momento sobre as antigas fontes históricas e o uso de novas fontes históricas, a partir do processo que acontece também nos outros países, como explica, vai auxiliar para que a historiografia e os estudos produzidos a partir de então possam resgatar experiências até então desconsideradas sobre tudo que aconteceu nesse processo da colonização brasileira.

Apesar das investigações, não há consenso sobre o que foi esse período – apesar do que pode parecer em alguns quadros. “A história é feita de visões múltiplas, existem várias abordagens e vários pontos de vista sobre o mesmo fato e o mesmo fenômeno. Mas existem dois pontos bem consolidados: o primeiro é o fato de que a viagem de Cabral em 1500 tinha dois objetivos. O primeiro era consolidar uma nova rota para as Índias, porque o que mais importava nessa época era acessar o comércio de especiarias; o segundo era firmar a posse de uma nova terra que os portugueses já sabiam que existia devido ao Tratado de Tordesilhas. Porque havia outras monarquias também querendo a posse desse novo mundo”, explica a pesquisadora.

Mudanças no ensino do ‘descobrimento do Brasil’

Diante dos novos estudos, estão surgindo novas formas de ensinar esse período. Também por isso é que, de uma geração para outra, a visão do que foi o período possa variar bastante, comenta Ana Paula. “A gente ainda encontra essas visões mais tradicionais e clássicas arraigadas nas escolas e nos livros didáticos. Isso é difícil de passar. Uma explicação para a permanência dessa visão ou para o impacto forte que ela teve e ainda tem nesses lugares, em alguns momentos, é o fato de essa visão romantizada ter surgido em um momento de formação do nacionalismo moderno”“É um momento da gente construir essa história nacional, criar uma memória, um Estado sob a agenda da monarquia brasileira. Muito do que se vai construir para poder criar essa história, essa identidade, essa memória, está ligado à chegada dos portugueses, ao descobrimento de um povo”, diz.

No entanto, com o passar dos anos, historiadores passaram a trazer perspectivas marxistas para o tema e também inserir abordagens sobre a exploração que acontecia no país. Como ela explica, no entanto, são estudos que continuam sendo realizados. Apesar das mudanças no ensino estarem ocorrendo e nem sempre de forma igual em todas as escolas e regiões, essa visões tradicionais e clássicas podem trazer uma compreensão mais fácil do nosso passado e das nossas raízes, inclusive ocultando partes importantes. “Na minha opinião, acabam tirando esse aspecto transformador, subjetivo do que a História pode nos ensinar”, diz.

Destaque para outras narrativasUma das transformações mais significativas na forma pela qual essa história passou a ser olhada e aprendida é a partir do foco “no que aconteceu depois da chegada dos portugueses, com o processo de invasão, colonização e dominação que foi efetivado”. Para ela, a tendência predominante, no momento, é de não se olhar “apenas para a visão do dominador, mas daqueles que estavam aqui, os povos originários, e sem contar os africanos, que foram trazidos para cá posteriormente para fomentar essa colonização".

Essa mudança traz um processo histórico significativo, e que também acontece em outros países: “Durante muito tempo, perdurou a versão oficial da História, que traz à tona apenas o descobrimento, a salvação, um destino manifesto e um acontecimento necessário para que a nação brasileira fosse desenvolvida. Hoje, porém, nos estudos, essa versão oficial tende a ser desconstruída ao focar no outro lado, no lado dos vencidos, dos de baixo. Chamar a atenção para o fato de que esses outros olhares precisam ser levados em consideração”.



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.