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O nada enigmático enigma das pirâmides. Por Carlos Orsi, em revistaquestaodeciencia.com.br (data da consulta)
    14 de julho de 2024, domingo
    Atualizado em 21/03/2025 02:44:29

  


Recebo um e-mail que chama minha atenção para o fato de que as versões atualizadas das ditas “teorias dos astronautas antigos” não afirmam mais que as pirâmides do Egito foram construídas por alienígenas ou com uso de tecnologia extraterrestre, mas sim que o “conhecimento” presente nos monumentos de Gizé teria vindo de alguma fonte especial (“não estou dizendo aliens, mas... aliens!”).Alguém poderia perguntar que “conhecimento”, afinal, é esse, tão especial que requer explicação à parte? Se é sobre como construir pirâmides, a explicação é bem clara: ele veio dos próprios egípcios antigos, que foram aprendendo a erguer pirâmides por tentativa e erro.Menos famosas do que as tumbas dos faraós Quéops (a “Grande Pirâmide”), Quéfren e Miquerinos, as três pirâmides erguidas durante o reino no faraó Sóris, pai de Quéops – incluindo “pirâmide torta” (vista na imagem acima), onde o ângulo de inclinação dos lados muda no meio da construção – são testemunho de um processo muito humano de inovação e aprendizado em engenharia de obras públicas.

Esotéricos

Mas talvez não seja esse o “conhecimento” a que os teóricos dos antigos astronautas se referem. Para citar um dos textos fundamentais da pseudociência do século passado, “O Despertar dos Mágicos”, de Louis Pauwels (1920-1997) e Jacques Bergier (1912-1978), cuja primeira edição saiu em 1960:

“Hoje sabemos que os faraós depositaram nas pirâmides os resultados de uma ciência da qual ignoramos a origem e os métodos”.

Entre esses “resultados”, estariam o valor da constante matemática pi (p), a distância entre a Terra e o Sol e a duração exata do ano. Oito anos depois da publicação original de Pauwels e Bergier, Erich von Daniken apresentava, em sua obra de estreia, “Eram os Deuses Astronautas?”, a seguinte pergunta retórica:

“Será mera coincidência que a altura da pirâmide de Quéops, multiplicada por um bilhão (...) corresponde aproximadamente à distância entre a Terra e o Sol? Será uma coincidência que um meridiano passando pelas pirâmides divide os continentes e oceanos em duas metades exatamente iguais? Será uma coincidência que a área da base da pirâmide, divida pelo dobro da altura, dá o famoso número p=3,14159?”

Antes de prosseguir, vale a pena notar que há um par de incoerências na apresentação de Von Daniken: primeiro, o argumento usual é de que o perímetro (e não a área) da base da pirâmide, dividido pelo dobro da altura, gera uma aproximação de pi.O segundo é que qualquer meridiano (uma linha de longitude, que cruza os polos Norte e Sul da Terra) divide o planeta em duas metades.Num mapa plano, o meridiano que passa, digamos, pela cidade de São Paulo pode parecer separar o mundo em uma parte maior a leste e uma menor a oeste, mas basta imaginar a forma esférica do planeta para ver que isso não é verdade: qualquer corte que passe pelos dois polos de uma esfera, seja ela a Terra ou uma laranja, divide a esfera em metades. E metades, por definição, são iguais.

Bíblico

Nenhum desses autores – certamente não Von Daniken, que de qualquer modo veio quase uma década mais tarde, mas também nem Pauwels e Bergier – estava sendo original. Apenas requentavam, numa forma atraente para a sensibilidade esotérica dos anos 60, alegações que datavam, pelo menos, desde 1859, quando o editor e jornalista britânico John Taylor (1781-1864) publicou “A Grande Pirâmide: Quem a Construiu? E Por Quê?”, livro cujos argumentos seriam expandidos e popularizados por outro autor, o astrônomo Charles Piazzi Smyth (1819-1900), em “Nossa Herança na Grande Pirâmide” (1864).

A sensibilidade, aí, não era a do esoterismo lisérgico New Age dos anos 60, mas a do literalismo bíblico da Era Vitoriana. Piazzi Smyth, por exemplo, era um aderente ferrenho do “israelismo britânico”, a crença pseudocientífica de que os habitantes das Ilhas Britânicas são descendentes das Tribos Perdidas de Israel.

Para Taylor e Piazzi Smyth, as medidas da Grande Pirâmide, corretamente interpretadas, traziam uma confirmação independente de “fatos” narrados na Bíblia e – não ria, por favor – uma prova de que a polegada britânica era uma unidade de medida dada ao homem por Deus, muito superior ao sistema métrico ateu da Revolução Francesa.

Das supostas correspondências astronômicas, matemáticas e geográficas encontradas na pirâmide, eles deduzem o que seria a unidade de medida original da era bíblica, talvez ditada pelo próprio Criador, a “polegada piramidal”.Todo tipo de relação espantosa aparece quando se assume essa unidade. Um corredor da pirâmide tem 33 polegadas piramidais de comprimento, prefigurando a idade de Jesus na crucificação. O perímetro da pirâmide, em “polegadas piramidais”, seria 36524, ou cem vezes a duração do ano solar em dias (365,24). E a polegada piramidal equivale a 1,00106 polegada inglesa!

Quem procura, acha

A altura original da Grande Pirâmide era de 146,7 metros. A distância média da Terra ao Sol é 149,6 bilhões de metros. O resultado de dividir o perímetro da base da pirâmide (921,6 metros) pelo dobro da altura dá 3,1402863. O valor de pi, até a sétima casa decimal, é 3,1415927. Papiros egípcios antigos, que contêm instruções didáticas para calcular a área de superfícies circulares, pressupõem um valor de pi de 3,1605.

As coincidências citadas no parágrafo acima podem parecer espantosas até o momento em que paramos para pensar que, primeiro, “aproximadamente” é a palavra chave (se os egípcios estavam recebendo informação privilegiada de outra dimensão ou outros planetas, o pessoal poderia, pelo menos, ter sido mais exato). Segundo, que quando começamos a comparar números e fazer contas, todo tipo de coincidência aparece por... coincidência. Ainda mais quando estamos selecionando os resultados sugestivos e descartando o resto.

Por exemplo, por que para obter a aproximação de pi é preciso dividir o perímetro pelo dobro da altura? E se fosse pela metade, ou por três vezes, ou pela altura exata, não seria igualmente “espantoso”? Sete é um número mágico. Por que não por sete vezes, ou um sétimo?Se você medir a sua altura e multiplicar pelo dobro do comprimento do seu nariz, o resultado será “espantosamente” próximo de alguma coisa. No meu caso, obtive 8,6, o que é quase igual ao produto de duas das constantes matemáticas mais importantes, a base dos algoritmos naturais, “e”, e pi. Então, como explicar que o produto matemático fundamental e* p (8,5397) está inscrito no meu nariz? Do Rio a MarteFácil: eu primeiro achei o número, e então saí procurando algo de significativo que correspondesse a ele. Dá para fazer o contrário também, começar com o valor significativo e ficar fazendo contas até encontrar alguma relação que corresponda ao valor “aproximado” de alguma coisa. Digamos que eu queira encontrar a distância entre a Terra e Marte no Cristo Redentor.Outra vez, fácil: a envergadura da estátua em metros (28) menos a diferença entre o número de anos que Jesus viveu (33) e o de metros na altura do monumento (30) dá 25, o que é aproximadamente igual à distância média entre os dois planetas, também em metros (254.000.000.000), dividida por cem milhões. Tudo "faz mesmo sentido": Jesus, afinal, foi crucificado por guerreiros romanos aos 33 anos, e Marte era o deus romano da guerra.Uma boa dica para quem se vê intrigado por alegações de “conhecimento codificado” em monumentos e textos antigos é perguntar-se o que é mais provável, se os antigos realmente esconderam o conhecimento ali, e de forma tão enigmática, ou se somos nós que estamos distorcendo o trabalho deles, projetando e encaixando lá, à força, o conhecimento de nossa época.Em um dos muitos trechos de humor involuntário de “Despertar dos Mágicos”, Pauwels e Bergier dizem que, em vez de a Humanidade passar vinte séculos tentando determinar empiricamente a distância da Terra ao Sol, “teria bastado multiplicar por um bilhão a altura da pirâmide de Quéops”. Claro! Por que ninguém pensou nisso? Talvez porque fosse preciso saber a distância primeiro para poder notar a coincidência depois. É o tipo mais patético de profecia, a que chega após o fato consumado. Carlos Orsi é jornalista, editor-chefe da Revista Questão de Ciência e coautor do livro "Ciência no Cotidiano" (Editora Contexto)



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ME|NCIONADOS
ATUALIZAR!!!
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.