concluiu que lá se constituiu como uma prática costumeira as quais, inclusive,faziam parte os negócios de natureza creditícias 660.Sobre a trajetória desse pequeno grupo de clérigos na circunscriçãoeclesiástica do Mato Grosso, são poucas as informações sobre o desenvolvimentodessas práticas, todavia, verifica-se que foram possuidores de escravos e depropriedades rurais tocadas pelos cativos e camaradas. Dentre eles, destacam-sedois clérigos, o padre Manoel Leite Penteado da Comarca de Vila Bela e o padreManoel de Albuquerque Fragoso da Comarca do Cuiabá, que tinham propriedadesde terras importantes nestas duas regiões.Consta nos Anais de Vila Bela que o padre Manoel Leite Penteado chegou àregião das Minas do Mato Grosso no ano de 1735, logo no início das primeirasdescobertas, junto com seu irmão, o Sargento-mor Francisco de Sales Xavier, e comJoão Pereira da Cruz, Fernando Pais de Barros e seus sobrinhos, João MartinsClaro e José Pinheiro de Barros. Estando já nas Minas do Mato Grosso, o padrearranchou-se com os demais no campo chamado Pilar onde deu assistênciareligiosa 661. No ano de 1749, padre José Manoel Leite fez uma capela dedicada aNossa Senhora do Pilar, no seu sítio e campo já chamado de Pilar 662.Provavelmente, foi uma edificação muito simples, tanto que teve de reedificá-la seisanos depois com uma estrutura melhor, refazendo-a com paredes de taipa e muitomaior do que a anterior 663.Segundo o historiador cuiabano Estevão de Mendonça, a propriedade dopadre Manoel Leite Penteado era muito bem estruturada e também muito próspera,pois, - Na sua casa tinha hospital para curar os pobres enfermosdas carneiradas chamadas sezões malignas; e liberalmentedespendia, todos os anos, grosso cabedal no curativo e sustento dosenfermos pobres, que a sua grande caridade amorosamenterecolhia; e por isso não deixou ouro em pó, e somente a sua fábricade minerar. E importaram os seus bens, por inventário, em 17.400oitavas de ouro (que naquele tempo valia 1$500 cada oitava) asquais fazem as reais 26: 100$100. E ordenou em seu testamento,que três mil cruzados se empregassem em escravos do Rio deJaneiro para trabalharem no engenho de açúcar, cujos rendimentos seriam para o patrimônio da sua capela de Nossa Senhora do Pilar,que ele havia fundado. 664[p. 209, 210]