Juan de Garay Ochandiano y Mendieta Zárate, consulta em es.m.wikipedia.org 0 02/04/2025

Juan de Garay (1528-1583) foi um explorador , conquistador e governante colonial espanhol , pertencente ao clã Ortiz de Zárate , importantes funcionários reais na Audiência de Charcas , fundadores, conquistadores e encomenderos no Norte argentino , pertencentes à corrente colonizadora do Vice-Reino do Peru . Destacou-se por sua atuação no governo do Rio da Prata e do Paraguai por ter sido o fundador da cidade de Santa Fé em 1573 em sua primeira localidade , para a qual foi designado no ano seguinte como seu tenente-governador , para se tornar em 1577 o tenente-governador geral de Assunção . Sendo já governador do território desde 1578, fundou a cidade de Buenos Aires em 1580 com o nome de Cidade da Trindade , no local onde em 1536 Pedro de Mendoza havia instalado — sem nenhuma formalidade correspondente a uma "fundação" segundo os critérios espanhóis — um forte, de curta vida, com o nome de Real de Nuestra Señora Santa María del Buen Ayre.

Origem familiar e primeiros anosJuan de Garay nasceu em 1528 em um local indeterminado no nordeste da já unificada Coroa da Espanha. O seu local exato de nascimento é controverso: enquanto algumas fontes apontam para a cidade biscaia de Orduña, outras apontam para o município burgalês de Junta de Villalba de Losa. Embora ambas as cidades fossem vizinhas e ambas pertencessem à coroa de Castela, Orduña foi incluída no Senhorio da Biscaia. Em 1379, o rei João I de Castela, por herança materna, também se tornou Senhor da Biscaia, e o mesmo aconteceu com seus descendentes a partir de então. Juan de Garay se autodenominou " Vizcaíno " e seus descendentes o expressariam assim. O certificado de batismo de Garay não foi encontrado em Losa ou Orduña.

Quase não há referências à infância de Juan de Garay. Se há dúvidas sobre o local de nascimento, também há dúvidas sobre o ano. Não se sabe ao certo quando realmente nasceu e poderia situar-se entre dezembro de 1527 e janeiro de 1529, e muitas vezes aparece o ano de 1528, mais aceito por ser a média de ambas as datas e por conter a de sua antroponímia que seria 24 de junho, já que seu nome não foi herdado de seu pai nem de seu padrasto, nem de seus avós paternos ou maternos, como era costume dentro das linhagens nobres.

Sua mãe era Lucía de Mendieta y Zárate (n. Orduña , ca. 1512) e seu pai era o nobre Clemente López de Ochandiano y Hunciano (n. Orduña, ca. 1491), filho dos fidalgos Diego López de Ochandiano e María de Hunciano, mas seria criado por seu tio materno, o licenciado Pedro Ortiz de Zárate y Mendieta (Orduña, ca. 1500 - Lima, 1547), até que sua mãe se casou com Martín de Garay que o reconheceu como seu filho, dando-lhe seu sobrenome, embora Juan de Garay carregasse o brasão Ochandiano de seu verdadeiro pai: " grifo com borda carregada de oito lâminas".

A versão que sustenta Orduña como local de nascimento de Garay diz que em 7 de outubro de 1535, devido a um forte incêndio nesta cidade, a família de Garay teve que se mudar para a cidade vizinha de Villalba de Losa, onde seu tio Pedro e sua esposa Catalina Uribe y Salazar possuíam outras casas, já que seu palácio naquela cidade havia queimado.Em 1543, quando Garay tinha cerca de 15 ou 16 anos, acompanhou sua família materna ao grande Vice-Reino do Peru , pois seu tio Pedro Ortiz de Zárate havia sido nomeado juiz da Real Audiência de Lima com o novo vice-rei Blasco Núñez Vela que carregava as famosas ordenanças do Imperador Carlos V , conhecidas como Novas Leis , que ele havia sancionado em Barcelona em 20 de novembro de 1542 com o objetivo de melhorar o tratamento e a qualidade de vida dos aborígenes subjugados na América e também ordenou a remoção das encomiendas daqueles que haviam participado do lado de Pizarro durante a guerra civil peruana.

Chegada ao Vice-Reino do PerueditarJuan de Garay e sua família materna: seus tios Pedro e Catalina, assim como seus primos — o primogênito Pedro Ortiz de Zárate, Ana de Salazar e o caçula Francisco de Uribe — partiram para a América em 3 de novembro de 1543, partindo do porto de Sanlúcar de Barrameda.

Eles pararam nas Ilhas Canárias , cruzaram o Oceano Atlântico e o Mar do Caribe para chegar em 10 de janeiro do ano seguinte ao porto indiano de Nombre de Dios , na América Central , e depois seguiram por terra até a Cidade do Panamá . Por vários motivos, os Ortiz de Zárate atrasaram sua chegada à América do Sul , que teriam feito pelo Oceano Pacífico , e entraram em Lima em 10 de setembro de 1544.Além de seu tio, que ocuparia o cargo de juiz, a recém-fundada Real Corte seria composta por : Diego Vásquez de Cépeda , Juan Álvarez e Juan Lissón de Tejada . A futura rigidez do governo do vice-rei Núñez Vela por disposição imperial gerou confrontos, que deram origem a uma nova guerra civil com os partidários de Gonzalo Pizarro. O jovem Garay era leal ao tio, que ficou do lado do vice-rei e mais tarde participaria ativamente contra Pizarro.Em março de 1547, seu tio materno Ortiz de Zárate morreu após receber a visita de seu genro Blas de Soto, irmão de Gonzalo Pizarro, que havia se casado com sua única filha, Ana de Salazar.Durante esses conflitos civis, Juan de Garay conheceu o basco Martín de Robles em sua casa. Após a morte do tio, ele ficou alguns dias na casa do falecido, pois o indefeso Garay, com apenas dezenove anos, não sabia o que fazer. Por isso, ele o convenceu a pegar em armas contra os insurgentes, e mais tarde ele se tornaria um excelente soldado.Juan de Garay fez a campanha de La Gasca , da qual participou o capitão Robles, até a batalha de Jaquijahuana ou vale de Sacsahuana em 9 de abril de 1548, a 25 km de Cusco.Campanhas de colonização em Tucumán e Charcas orientaiseditarCo-fundador e trasladador da cidade de El BarcoeditarO Vice-Reino do Peru com a Real Audiência de Charcas , o governo de Tucumán e do Rio da Prata, e o Paraguai , em um mapa de 1600.Em 1549, Juan de Garay fez parte da expedição de Juan Núñez de Prado que havia sido nomeado governador de Tucumán —na atual Argentina— enviada por Pedro de la Gasca que era o presidente da Real Audiência de Lima , sendo o vice-rei peruano e marquês de Cañete, Antonio de Mendoza.Núñez de Prado, que antes de ser governador foi prefeito de Potosí, fundou em 1550 a cidade de " El Barco I " - o primeiro assentamento da atual cidade argentina de Santiago del Estero, e onde dez anos depois Zurita fundou a cidade de Cañete - mas no final de maio ou junho de 1551 a mudou para o noroeste, nos vales do rio Calchaquí e seria conhecida como "El Barco II" - mais tarde na área próxima seriam fundadas cidades de curta duração, por serem destruídas pela facção Calchaquí dos aborígenes Diaguita , como "Córdoba del Calchaquí" de Zurita em 1559, "San Clemente de la Nueva Sevilla" de Gonzalo de Abreu y Figueroa em 1577, "Nuestra Señora de Guadalupe" de Felipe de Albornoz em 1630 e a missão de San Carlos por volta de 1638 até por volta de 1660 pelos jesuítas e foi restabelecida em 1667 — essa transferência ocorreu devido a problemas jurisdicionais com o governador chileno Pedro de Valdivia , que havia enviado seu segundo Francisco de Villagra para resolver a situação.

Em junho de 1552, os juízes do Tribunal de Lima ordenaram sua transferência novamente para a região de Juríes , razão pela qual foi instalada às margens do rio Dulce - atual província argentina de Santiago del Estero - e desta forma passou a ser conhecida como "El Barco III", embora em 1553, Núñez de Prado e alguns de seus homens foram presos por Francisco de Aguirre , na referida cidade, pois continuava apresentando problemas jurisdicionais, então este decidiria transferi-la novamente para sua localização atual, renomeando-a com o nome de " Santiago del Estero del Nuevo Maestrazgo".Fornecedor do exército no governo chilenoeditarJuan de Garay não foi preso por Aguirre, embora também tenha se tornado governador do Chile , mas como fornecedor do exército . Núñez de Prado, enquanto estava preso naquelas terras, apelou ao vice-rei do Peru e por ordem dos auditores do Tribunal foi enviado a Lima , onde foi julgado.

Após chegar a um acordo com Núñez de Prado, a Corte de Lima o liberou e o confirmou no cargo de governador de Tucumán por provisão real de 13 de fevereiro de 1555, da qual Aguirre o havia demitido, mas em uma nova expedição na qual Juan de Garay o acompanhou novamente, continuou participando dela mesmo depois que o primeiro desapareceu do cenário político e da história.Viagem a Charcas e construção do porto de AricaeditarEm 1556, Garay mudou-se para Potosí , quatro anos antes da Primeira Guerra Calchaquí , e novamente se tornou intimamente associado aos seus parentes que residiam lá, especialmente com seu outro tio materno, Juan Ortiz de Zárate.

A partir desta última data, Garay concentrou suas atividades na província de Charcas - atual Bolívia - onde o filho do vice-rei e futuro governador do Chile, García Hurtado de Mendoza, lhe encarregou de traçar uma rota até a costa do Pacífico que permitisse um comércio mais ativo da " Vila Imperial ", e para isso estabeleceu o porto de Arica , povoado que havia sido oficialmente fundado em 25 de abril de 1541 por Lucas Martínez Vegaso , e que novamente serviu como abastecedor do exército.Cofundador de Santo Domingo de la Nueva Rioja

Em 1557, após a morte do Capitão Martín Robles, Garay se uniu à expedição de conquista de Andrés Manso com a patente de capitão para povoar os territórios além da "Villa de La Plata", e desta forma ajudaria na fundação do povoado de Santo Domingo de la Nueva Rioja, na margem esquerda do Rio Condorillos ou Parapetí e próximo aos Bañados del Izozog, que duraria cerca de sete anos antes de ser destruído pelos aborígenes Chiriguano. Nesta ocasião, Garay conheceria Ñuflo de Chaves que, por problemas jurisdicionais com Manso, atrasaria sua obra de conquista.

Por volta de 1558 voltou a casar-se na cidade de Assunção do Paraguai , depois de confessar ter tido um filho de três anos do mesmo nome com uma concubina aborígene, e onde nasceu sua primeira filha: María de Garay, no ano de 1559.Quanto a Chaves , ele e seus 158 soldados foram até a região dos aborígenes Chiquitos, para fundar em 1º de agosto de 1559 uma nova cidade que se chamaria Nueva Asunción ou "La Barranca", na margem direita do Rio Guapay , que duraria apenas cerca de cinco anos antes de ser destruída pelos Chiriguanos, e seus habitantes se mudaram para uma nova cidade 170 km a leste, que hoje é conhecida como Santa Cruz la Vieja.Após o confronto com os homens de Manso onde se encontrava Garay, este e Chaves marcharam em direção a Lima no final daquele ano, para reclamar seus respectivos direitos ante o vice-rei Andrés Hurtado de Mendoza que em 1560 nomeou seu filho García Hurtado de Mendoza como administrador da nova região incorporada que ele chamaria de governo de Moxos - que incluía o futuro governo de Santa Cruz de la Sierra e o de Chiquitos— enquanto nomeou Ñuflo de Chávez como seu tenente que se tornaria o governador interino já que ele estava residindo no governo do Chile.Andrés Manso não concordou com a decisão do vice-rei, por isso resistiu a essas ordens, sendo preso e enviado para a cidade de La Plata , embora por pouco tempo escapasse ajudado pelo prefeito e preparasse uma rebelião com vinte companheiros, mas Garay não aderiu à sua causa porque permaneceu fiel à disposição do vice-rei Mendoza.

Cofundador de Santa Cruz de la Sierra na ChiquitâniaeditarEm 26 de fevereiro de 1561, Garay participou com Ñuflo de Chaves na fundação da primeira Santa Cruz de la Sierra - estava localizada a 14 léguas ou cerca de 56 km a sudoeste da atual San José - originalmente localizada nos Llanos de Chiquitos , onde foi membro do conselho e foi designado uma encomienda de índios.Nesta nova cidade acima mencionada ele teve pelo menos dois filhos de Santa Cruz com sua esposa : Jerónima e o homônimo Juan de Garay "o Legítimo". Em meados do ano de 1568 partiu novamente para Assunção, levando consigo sua esposa e seus três filhos legítimos, além de seu filho natural de cerca de 13 anos de idade, para que tivessem que atravessar o Chaco Boreal e o território bélico dos Guaycurúes.Rioplatense-chefe de justiça paraguaio e fundador de Santa Fé

Nomeação como Chefe de Polícia do GovernoeditarEm 1567, o tio materno de Juan de Garay, o capitão Juan Ortiz de Zárate , foi nomeado adelantado interino pelo vice-rei do Peru - já que havia sido designado para o cargo de sexto governador do Rio da Prata e do Paraguai em 19 de outubro de 1564 após demitir Francisco Ortiz de Vergara - e por isso Zárate fez com que Felipe de Cáceres assumisse o cargo de tenente de Assunção , que por sua vez nomeou Juan de Garay como capitão, pedindo-lhe que "trazesse gente para a província do Paraguai ".Juan de Garay partiu para Assunção com sua família e chegou depois de cerca de quatro meses, em 11 de dezembro de 1568, e durante a viagem foi nomeado em 8 de dezembro como chefe de polícia do Rio da Prata.

Ordem para Melgarejo fundar Villa Rica no GuairáeditarSob este cargo, no final de 1569, deu ordem ao Capitão Ruy Díaz de Melgarejo para fundar uma cidade que se chamaria Villa Rica del Espíritu Santo com o objetivo de fortalecer as possessões espanholas nas áreas delimitadas pelo Tratado de Tordesilhas, além de suspeitar da existência de uma importante mina de ouro .Dito capitão partiu nessa data de Assunção em direção a Guayrá e uma vez em Ciudad Real partiu com 40 homens para erguê-la, e em 14 de maio de 1570, a 60 léguas dali, fundou-a em seu primeiro lugar provisório que seria entre as nascentes dos rios Piquiri e Ivaí e onde ordenou a construção de uma igreja e uma fortaleza para então dispor o povoado, e embora não tenham sido encontradas as minas de ouro, descobriram uma mina de ferro.

A expedição de Garay pelo Rio ParanáeditarEm 3 de abril de 1573, Martín Suárez de Toledo , como governador interino do Rio da Prata e do Paraguai, confiou a Garay uma expedição pelo Rio Paraná com o propósito de fundar uma cidade que facilitasse o acesso ao mar e a comunicação com a metrópole para a cidade de Assunção. Assim, organizou-se uma expedição composta por 80 jovens da terra, em brigue, barcos menores e cavalos, com 75 indígenas guaranis e 9 espanhóis. Era formada por dois grupos, um pelo rio Paraná comandado pelo próprio Juan de Garay, e outro por terra liderado por Francisco de Sierra , que percorreria a margem esquerda do rio, evitando assim as florestas do Chaco e transportando as carroças, o gado, os cavalos e outros elementos necessários para a fundação.Garay partiu de Assunção em 14 de abril de 1573, embora aquele que foi por terra o tenha feito meses antes. Além disso, o governador Suárez de Toledo lhe havia confiado a escolta da caravela San Cristóbal de la Buenaventura, capitaneada por Ruy Díaz de Melgarejo e seu segundo-comando, o capitão Espinosa, na qual levaria como prisioneiro Felipe de Cáceres , que havia sido deposto pelo bispo Pedro Fernández de la Torre . Ele também estava viajando para apresentar oficialmente a acusação ao Tribunal.

Conforme indicado pelo poder de Suárez de Toledo, Juan de Garay carregava:[...] muitas armas e munições e um grande número de cavalos, provisões, gado, plantas, sementes, pessoal de serviço, uma forja e todos os outros suprimentos necessários .Os dois grupos se encontraram em um lugar chamado "La Punta del Yeso", em frente à atual Cayastá , avançando juntos ao longo do Rio San Javier , então chamado Rio Quiloazas.Garay decidiu desembarcar muito cedo e escolheu a margem sudoeste do rio (onde hoje estão as ruínas de Santa Fé la Vieja, a 5 km de Cayastá), construindo ali um pequeno assentamento. Daquele lugar partiu uma pequena expedição de exploração para encontrar um local mais adequado. Durante essas explorações de busca, ele conheceu Jerónimo Luis de Cabrera, que também estava explorando o Paraná e tentando construir uma cidade para apoiar a recém-fundada Córdoba . Como resultado deste encontro, Juan de Garay decidiu conceder ao pequeno assentamento o status de cidade, para onde retornou em 30 de setembro.

Sua expressão de assinatura: "portas abertas para a terra"editarA expressão "portas abertas para a terra", adotada por Juan de Garay, foi a máxima de toda a administração espanhola naquela parte da América. Pretendia-se indicar a necessidade de fundar cidades para romper o isolamento de Assunção em ambos os lados: uma rio abaixo, abrindo-a para o mar e conectando-a à metrópole, e outra em direção ao Alto Peru, centro político e econômico da época.Fundador da cidade de Santa Fé em sua primeira localizaçãoeditarEm 15 de novembro de 1573, Juan de Garay, por ordem de Martín Suárez de Toledo , fundou oficialmente a cidade de Santa Fé em sua primeira localidade. Segundo o notário Pedro E. Espinosa: “Juan de Garay, de pé junto ao “pau de rollo”, símbolo da justiça e do poder real” , fez a fundação com as seguintes palavras:"Eu, Juan de Garay, Capitão-mor de Justiça nesta conquista e povoamento do Paraná e do Rio da Prata... Digo que... Fundei e estabeleci e nomeei esta cidade de Santa Fé, nesta província de Calchines e Mocoretás, parece-me que nela há coisas convenientes para a perpetuação da dita cidade: água, lenha e pastos, pescarias e casas e terras e ranchos para os vizinhos e moradores dela e distribuí-los como sua majestade mandar [...]"Extrato do Ato Fundador de Santa FéOs membros do novo conselho municipal foram nomeados pelo próprio Garay.Entre as opções de Suárez de Toledo para a localização da cidade estava, inclusive, fazê-la na Banda Oriental, seja nas margens dos rios San Juan ou San Salvador , ou então na ilha de San Gabriel .Em 23 de junho de 1576, a cidade foi rebatizada de "Santa Fé de Luyando" por ordem do governador interino do Río de la Plata e do Paraguai, Diego Ortiz de Zárate y Mendieta , primo de Garay. Assim, o nome foi mudando até retornar ao original "Santa Fé de la Vera Cruz", mas dessa vez no novo local.

Quanto a esta primeira localização da cidade, ela duraria apenas cerca de 80 anos, razão pela qual é conhecida como "Santa Fé la Vieja" , já que mais tarde seria deslocada alguns quilômetros para o sul por questões de segurança, devido aos ataques dos Guaycurúes . A transferência durou dez anos, começando em 5 de outubro de 1650 e terminando por volta de dezembro de 1660.Vice-Governador de Santa Fé e Tenente General de Assunção

Nomeação do nativo de Santa Fé e cofundador da cidade de ZaratinaeditarUma vez eleitos os membros do conselho de Santa Fé, eles nomearam conjuntamente Juan de Garay, em 12 de março de 1574, como tenente-governador de Santa Fé , cargo confirmado pelo adelantado Juan Ortiz de Zárate em 7 de junho do mesmo ano.No mês de maio deste último ano, Garay acompanharia o adelantado Juan Ortiz de Zárate até a Banda Oriental e perto da foz do rio San Salvador fundaria a cidade de Zaratina del San Salvador - próxima à atual cidade uruguaia de Dolores— com colonos procedentes de Santa Fé, mas que perduraria até seu abandono três anos depois.

Vice-Governador Geral de AssunçãoeditarUma vez que Juan Ortiz de Zárate confirmou perante o rei o título de adelantado em 10 de julho de 1569 e retornou ao Rio da Prata em 17 de outubro de 1572, em novembro de 1573 chegou com um exército à ilha de San Gabriel onde construiu um forte mas ao ver-se isolado pela resistência dos aborígenes Charrúa , Garay iria em seu auxílio em maio do ano seguinte e após derrotá-los na batalha de San Salvador , Zárate pôde ir ao continente para ocupar o cargo de governador somente no mesmo mês de 1574 até 1576, data em que faleceria.O adelantado designou como seu sucessor a pessoa que casou com sua filha Juana Ortiz de Zárate y Yupanqui . Enquanto escolhia os candidatos para se casar com ela, nomeou seu sobrinho Diego Ortiz de Zárate y Mendieta para assumir interinamente o governo, fato que ocorreria de 1576 a 1577. Ele, por sua vez, nomeou Luis Osorio como prefeito de Assunção.

Em janeiro deste último ano, depois de Garay ter resolvido o problema do despovoamento da "Ciudad Zaratina" cujos habitantes fugiram para Santa Fé, Córdoba e Tucumán, dirigiu-se para o Peru, pois havia sido nomeado tutor de Juana de Zárate, razão pela qual teve que passar primeiro por esta cidade nomeada e depois por Santiago del Estero. Ao se dirigir a Tucumán, Gonzalo de Abreu y Figueroa, que havia saído de Córdoba, obrigou-o a ajudá-lo na fundação da "Cidade de San Clemente de la Nueva Sevilla" sobre as ruínas da anterior Córdoba de Calchaquí - fundada em março de 1559 por Juan Pérez de Zurita e destruída em 1560 durante a primeira guerra com os aborígenes locais , cuja localização atual é o povoado de Chicoana - que durou poucos dias e depois de várias lutas contra os Calchaquíes , ele a refundou, mas em outro lugar - a sudeste da atual Rosario de Lerma - mas que também seria arrasada. Pela terceira e última vez eu tentaria, embora também acabasse destruído. Em março do mesmo ano, Garay pôde desvencilhar-se desta obrigação para continuar a sua viagem, até chegar a Lima.

Quando Mendieta foi deposto em Santa Fé por seus excessos e teve que viajar para Charcas, nomeou Osorio como seu tenente no mesmo dia, 3 de maio de 1577 , assumindo o governo interino do Rio da Prata e do Paraguai, desde essa data até a chegada do novo adelantado. Durante o governo deste último, a "Cidade Zaratina de San Salvador" foi definitivamente despovoada em 20 de julho do mesmo ano e, ocupando novamente seu cargo de prefeito de Assunção, enviaria uma tropa de 30 arcabuzeiros para reprimir a rebelião do povo guarani do norte de Assunção, liderado pelo chefe messiânico Oberá, mas sem maiores resultados.Finalmente o escolhido para casar-se com Juana de Zárate foi Juan Torres de Vera y Aragón , consumando-se secretamente em meados de 1577 e pelo qual seria nomeado quarto adelantado, e Juan de Garay seu testamenteiro, ainda que não pudesse ocupar de imediato o cargo de governador do Rio da Prata e do Paraguai, dado que foi perseguido e preso pelo vice-rei Francisco de Toledo que estava contrariado por não ter conseguido casar-se com a sua candidata a matrimónio. Garay conseguiu fugir de Lima e refugiou-se em Santa Fé, e finalmente Torres de Vera assumiria o cargo em 3 de dezembro do mesmo ano. Durante seu governo, a citada "Ciudad Zaratina de San Salvador" foi atacada pelos Charrúas , Garay veio em seu auxílio, o que lhe valeu a promoção a vice-governador geral de todas as províncias do Río de la Plata com sede em Assunção e também o nomeou seu tenente .A impopularidade do adelantado fez com que o advogado de Assunção, Juan Caballero Bazán , levasse as reivindicações ao Tribunal de Charcas, que foram recebidas com boa acolhida. Assim, em 15 de setembro do ano seguinte, ele seria preso em Charcas e Osorio ficaria como seu substituto.

Governador do Rio da Prata e ParaguaieditarReconhecimento como governador e colonização do Alto ParaguaieditarLuis Osorio, que havia sido nomeado tenente de Mendieta quando este foi para Charcas, entregou imediatamente o governo a Juan de Garay em 15 de setembro de 1578, alegando que tinha mais direitos porque havia sido nomeado tenente por ambos os adelantados quando fundou e defendeu a "Cidade Zaratina de San Salvador".Uma vez governador, Garay liderou uma campanha em 1579 para a região de Jejuy ou Jejuí e para a área de Ñuaras ou Itatín - que a partir de 13 de janeiro de 1596 era o governo de Santiago de Jerez e que mais tarde se tornaria o atual estado brasileiro de Mato Grosso do Sul - e após derrotar o cacique Oberá, decidiu fundar uma cidade na região próxima à lagoa de Xarayes, Jarayes ou Grande Pantanal do alto rio Paraguai.

Ordem de fundação de Santiago de Jerez por MelgarejoeditarPara atingir seu objetivo, nomeou o tenente-governador de Guayrá , o capitão Ruy Díaz de Melgarejo , que partiu de Assunção em 1580 com 60 soldados e em direção à latitude 19ºS, na margem leste ou direita do rio Mbotetey ou Miranda , que é um tributário oriental do Paraguai, fundaria a primeira cidade de Santiago de Jerez embora fosse abandonada pouco depois por seus habitantes, já que a região carecia de minas, além de não ter tráfego comercial e ser continuamente sitiada pelos Guaycurúes.Fundador da cidade de Buenos Aires e morte

Colonos de Assunção para a segunda fundação de Buenos Aires

Em janeiro de 1580 Juan de Garay, por ordem de Juan Torres de Vera y Aragón , iniciou os preparativos para a segunda fundação de Buenos Aires. A intenção era povoar a nova cidade com pessoas de Assunção , para o que foi emitido um decreto oferecendo terras e outras concessões. 200 famílias Guarani e 76 assentados se inscreveram . Ele levou tudo o que precisava por via fluvial na caravela Cristóvão Colombo e dois bergantim , entre outras embarcações menores, expedição que partiu em 9 de março do mesmo ano. Além dos colonos, havia 39 soldados. Parte do comboio seguiu por terra e partiu um mês antes.

No domingo, 29 de maio de 1580, Juan de Garay chegou à foz do Riachuelo . Ele pousou exatamente no local onde o adelantado Pedro de Mendoza havia feito anos antes e montado acampamento; A coluna que viajava por terra chegou um mês depois. Na quarta-feira, 11 de junho, um pequeno assentamento já havia sido construído, um pouco mais ao norte da fundação anterior, que serviu de base para a nova cidade de Buenos Aires . As cerimônias de fundação foram realizadas naquele dia. É importante destacar um trecho do ato fundador:[...] Eu Juan García Garay, Tenente Governador e Capitão General e Juiz-mor e Chefe de Polícia em todas estas províncias, pelo muito Ilustre Licenciado Juan de Torres de Vera y Aragón, do Conselho de Sua Majestade, e seu juiz na Real Audiência da cidade de La Plata nos Reinos do Peru, Adelantado..., e em lugar do dito Senhor Adelantado Juan de Torres de Vera y Aragón... estando neste Porto de Santa María de los Buenos Aires, faço e funda uma cidade... A igreja da qual dou sua dedicação à Santíssima Trindade... e a dita cidade ordeno que se chame Cidade da Trindade .O ato fundador e os primeiros vereadores de Buenos AireseditarO ato de fundação da nova cidade a chama de "Cidade da Trindade", em memória de sua chegada que ocorreu no Domingo da Santíssima Trindade . O porto foi denominado "Santa María de los Buenos Aires". Ortiz de Zárate batizou oficialmente a região de "Nueva Vizcaya" em homenagem à sua terra natal.

Foi plantada a “árvore da justiça” ou símbolo da cidade, e como era costume e obrigatório em tais casos, brandiu a espada nas quatro direções e cortou o solo para indicar posse, e distribuiu terras entre os 63 colonos que o acompanharam, alguns dos quais estiveram presentes na primeira fundação.Rodrigo Ortiz de Zárate e Gonzalo Martel de Guzmán foram nomeados prefeitos e formou-se o Conselho Municipal com seis vereadores, sendo um deles o General Alonso de Escobar , ao mesmo tempo que se lhe atribuiu o brasão da nova cidade, um quadrado branco com uma águia negra coroada, de asas abertas, sustentando na pata direita a cruz vermelha de Calatrava. Também foram atribuídas encomiendas. Tudo isso foi registrado na ata do evento lavrada pelo notário Pedro de Jerez e três testemunhas.

Ataques de indígenas tehuelches ao chefe Tabobá

A nova fundação foi atacada pelos indígenas, liderados por seu cacique Tabobá mas Garay foi avisado do ataque por Cristóbal de Altamirano, que era seu prisioneiro, o que serviu para organizar a defesa. Nesse ataque, o promotor Juan Fernández de Enciso matou Tabobá.

Em outubro daquele ano, Garay retornou a Santa Fé e retornou a Buenos Aires em fevereiro do ano seguinte. Em meados de 1581, ele foi por terra até o Cabo Corrientes - onde hoje fica a cidade de Mar del Plata - em busca da mítica "Cidade dos Césares ".

Subdivisão e distribuição de terras aos primeiros moradoreseditarArtigo principal: Primeiros habitantes da cidade de Buenos AiresEnquanto isso, o advogado Ruano Téllez que havia parado em Vitória no Brasil , onde havia se casado com Yomar de Melo , para atravessar com ela e seu sobrinho o Rio da Prata até a cidade homônima de La Plata de la Nueva Toledo para ocupar o cargo de procurador da Real Audiência de Charcas , adquiriu dois lotes de terra em nome do jovem sobrinho, o nobre real português Juan de Melo Coutiño , de cerca de 10 anos, para quando se casasse e como aconteceria dez anos depois.Em janeiro de 1582, Garay chegou a Buenos Aires, após a partida do procurador Ruaño, que já viajava para o noroeste com sua esposa e sobrinho, de onde retornou a Santa Fé e depois a Assunção, cidade onde começaria a ver que a nova cidade poderia desbancar sua capital.

MorteeditarEm março de 1583, Juan de Garay acompanhou Alonso de Sotomayor na viagem de Buenos Aires a Santa Fé. O comboio de barcos era composto por 40 homens, um franciscano e algumas mulheres. No dia 20 de março, eles se desorientaram (entre as inúmeras ilhas e lagoas do Rio Paraná) e entraram em uma lagoa desconhecida, então Garay, alguns de seus homens, o frade franciscano e duas mulheres decidiram passar a noite em terra, para não dormirem desconfortavelmente a bordo do pequeno barco. O seu acampamento foi atacado pelos índios locais, que mataram Garay, o franciscano, uma das mulheres e 12 dos seus 40 soldados.Embora a localização exata desses eventos não esteja documentada, existem várias hipóteses sobre sua localização:Em uma lagoa das ilhas ao largo da costa da atual cidade de Baradero , cerca de 140 km ao norte de Buenos Aires.Em uma lagoa na costa da atual cidade de San Pedro , cerca de 30 km a noroeste de Baradero. Na lagoa de Montiel - rede de lagos dentro das ilhas Entre Ríos que se encontram em frente à foz do arroio Pavón (província de Santa Fé) no rio Paraná -, como expressa o historiador Manuel María Cervera (1863-1956).Nas lagoas da ilha, perto das ruínas do Forte Sancti Spíritus , antigo forte de Sebastián Cabot, localizado na foz do Rio Carcarañá , no Rio Paraná, que foi destruído pelos índios em 1529; segundo o historiador Cervera.Em uma lagoa insular em frente à atual cidade de Coronda (Garay teria subido involuntariamente o Rio Coronda , paralelo ao Rio Paraná).Em uma lagoa ao largo da costa que mais tarde seria chamada de Punta Gorda (cerca de 80 km ao norte do Forte Sancti Spíritus), que hoje é ocupada pela cidade de Diamante , na província de Entre Ríos , cerca de 120 km ao sul do antigo local da vila de Santa Fé e cerca de 40 km ao sul da atual cidade de Santa Fé ).Na rede de lagoas em frente ao atual local da cidade de Santa Fé ), cerca de 90 km ao sul do antigo local da cidade de Santa Fé.A etnia dos guerreiros ("quarenta índios que viviam lá") que mataram Garay é desconhecida. Vários historiadores mencionamos Querandíes , mas estes quase nunca chegavam ao rio Paraná: encontravam-se entre o centro da província de Buenos Aires (a sudeste) e as Sierras Grandes de Córdoba (a noroeste), a cerca de 300 km do rio Paraná;os minuanes, como expressou Del Barco Centenera - testemunha privilegiada - que os chamou de mañanues.