O emissário, Paulo Emílio Bregaro, encontrou D. Pedro que voltava de Santos, leu os papéis, demonstrou sua grande indignação, e, ao encontrar a Guarda de Honra que o esperava nas margens do riacho Ipiranga, comunicou que as Cortes queriam "massacrar" o Brasil. Eram quatro e meia da tarde de 7 de setembro de 1822, e o príncipe, num verdadeiro brado, exclamou: "É tempo! Independência ou morte! Estamos separados de Portugal".***** Em 7 de setembro, quando retornava da cidade de Santos, D. Pedro encontrou representantes do governo que chegavam do Rio de Janeiro e declamou a independência às margens daquele riacho do Ipiranga. Quando leu as notícias chegadas do Rio de Janeiro e recebeu novidades da esposa e do próprio José Bonifácio, D. Pedro não teve dúvidas. As comitivas que o acompanhavam presenciaram o fato.1822 — Proclamação da Independência do Brasil por dom Pedro,então príncipe regente do mesmo reino. O príncipe voltava de Santos,quando, junto ao ribeiro Ipiranga, foi encontrado pelo sargento-mor demilícias Antônio Ramos Cordeiro e pelo correio Paulo Bregaro, quelhe entregaram cartas e ofícios da princesa real dona Leopoldina e doministro José Bonifácio, transmitindo as notícias trazidas de Lisboapelo navio Três Corações, que de lá partira a 3 de julho. Soube entãodom Pedro que não seria aprovado pelas cortes o Ato Adicional àConstituição, proposto por Fernandes Pinheiro (depois visconde deSão Leopoldo), Antônio Carlos, Vilela Barbosa (depois marquês deParanaguá), Lino Coutinho e Araújo Lima (depois marquês de Olinda),relativo à organização particular e autonôma do Reino do Brasil com OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO504um governo e um Congresso especiais. As cortes haviam declaradonulo e írrito o decreto do príncipe, convocando procuradores-gerais dasprovíncias, a fim de mandar responsabilizar e processar o ministério doRio de Janeiro e os membros da junta de São Paulo. Foram as notíciasdas decisões de que demos conta (diz o visconde de Porto Seguro, nasua História da Independência, manuscritos inéditos), tomadas em fimde junho pelas cortes, dos insultos atirados aos deputados brasileiros norecinto das mesmas cortes pelo público das galerias, e pela plebe nasruas, que agora fizeram cogular todas as medidas. Tornava-se urgenteresponder a tais provocações, antes que os novos decretos chegassemtransmitidos oficialmente. Dom Pedro não podia consentir que o seuprimeiro-ministro fosse assim submetido a três ou quatro processos, poratos que haviam tido a sua aprovação, e que ele, príncipe, havia sido já oprimeiro a justificar em cartas escritas a el-rei seu pai. Não podia admitiro início dessa era de perseguições e de castigos que as cortes queriamabrir no Brasil. Submeter-se a cumprir tais decretos seria desonrar-se,esquecendo o título que aceitara de Defensor Perpétuo do Brasil. Nãoera mais possível contemporizar, e, junto ao mesmo ribeiro Ipiranga,no meio daquelas vastas campinas vizinhas da primitiva Piratininga, deJoão Ramalho, lançou o brado de “Independência ou Morte!”, que logorepercutiu em toda a extensão do território brasileiro. Assim, salvoudom Pedro o Brasil, e tornou possível a união de todas as províncias,pondo-se à frente do movimento separatista. Foi pelas 16h30 que domPedro proclamou a Independência. Com ele estavam, nesse momento,o padre Belchior Pinheiro de Oliveira, depois deputado à Constituinte,o secretário Luís de Saldanha da Gama (depois marquês de Taubaté),o secretário particular Francisco Gomes da Silva, o major Francisco deCastro Canto e Melo, o correio Paulo Bregaro, dois criados particulares(João Carlota e João Carvalho) e a guarda de honra, assim composta:comandante, coronel Antônio Leite Pereira da Gama Lobo; segundocomandante, capitão-mor Manuel Marcondes de Oliveira e Melo (depoisbarão de Pindamonhangaba); sargento-mor Domingos Marcondes deAndrade, tenente Francisco Bueno Garcia Leme, Miguel de GodoyMoreira e Costa, Manuel de Godoy Moreira, Adriano Gomes Vieirade Almeida, Manuel Ribeiro do Amaral, Antônio Marcondes Homemde Melo, Benedito Correia Salgado (estes nove de Pindamonhangaba),Francisco Xavier de Almeida, Vicente da Costa Braga, Fernando Gomes EFEMéRIDES BRASILEIRAS505Nogueira, João José Lopes, Rodrigo Gomes Vieira, Bento Vieira deMoura (estes seis de Taubaté), Flávio Antônio de Melo (de Paraibuna),Salvador Leite Ferraz (de Mogi das Cruzes), José Monteiro dos Santos,Custódio Leme Barbosa (estes dois de Guaratinguetá), sargento-mor JoãoFerreira de Sousa (de Areias), Cassiano Gomes Nogueira, Floriano de Sá Rios, Joaquim José de Sousa Breves (estes três de São João Marcos),sargento-mor Antônio Ramos Cordeiro, que acompanhara o correio Bregaro, Antônio Pereira Leite, João da Rocha Correia, David Gomes Jardim (estes quatro de Resende), Eleutério Velho Bezerra e Antônio Luís da Cunha (ambos da cidade do Rio de Janeiro). O príncipe seguiu para a cidade de São Paulo, onde logo se espalhou notícia e começaram as demonstrações do entusiasmo popular.
- A Independência do Brasil é um marco na história. Foi proclamada às margens do rio Ipiranga em São Paulo no dia 7 de setembro de 1822 por Dom Pedro de Alcântara, que em 12 de outubro do mesmo ano foi aclamado Dom Pedro I. Sorocaba também teve influência nessa data tão importante. Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, José Bonifácio de Andrada e Silva e Martim Francisco Ribeiro de Andrada, foram algumas das pessoas que tiveram vínculo com a cidade e contribuíram para a concretização da independência. Por meio da realização desse ato, o Brasil deixou de ser colônia de Portugal e neste ano de 2022 celebra seu bicentenário.
Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857), também conhecido como Brigadeiro Tobias, nasceu em Sorocaba em 1794, foi representante da comarca de Itu para a escolha dos deputados brasileiros às Cortes Gerais e Constituintes de Lisboa. Segundo o historiador Adilson Cezar, integrantes da 4ª Comarca perguntaram a Rafael se ele poderia abrigar Dom Pedro I em alguma de suas propriedades de Sorocaba e Rafael atendeu ao pedido. Ainda de acordo com Adilson, o ministro José Bonifácio (1763-1838) que teve grande importância para a independência do Brasil, esteve na cidade de Sorocaba na inauguração da fábrica de ferro São João do Ipanema.
Desde a independência do Brasil, em 1822, o país tem acumulado o que os estudiosos chamam de brasileirismos — expressões, vocabulário e construções gramaticais próprias. O contato com mais de mil línguas indígenas, além da forte influência de idiomas africanos como os da família banto, gerou um português falado com identidade única.
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