Estávamos desde 1950 tentando decifrar como seria a Antártida sem gelo: acabamos de descobrir, Victor Bianchin, em terra.com.br
16 de abril de 2025, quarta-feira Atualizado em 19/04/2025 23:02:04
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Sempre vimos a Terra da mesma forma: grandes massas de terra e os pólos contrastando com a cor branca. Faz sentido, pois o planeta está coberto por esse manto branco há dezenas de milhares de anos, mas o curioso é que, desde 1950, estamos tentando desvendar como seria a Antártida sem gelo.E acabamos de descobrir, o que é uma visão curiosa e desoladora do que pode ser o futuro da Terra.Décadas derretendo a AntártidaCartografar a Antártida não é apenas uma questão de curiosidade. Também é crucial para prever a perda de gelo e a elevação do nível do mar. Isso é algo estudado desde 1950, mas, em 1996, chegou o momento culminante: a criação do consórcio BEDMAP.Com apoio europeu, inúmeras medições e a tecnologia mais avançada da época, os pesquisadores estabeleceram a meta de criar um mapa completo da Antártida. Isso foi alcançado poucos anos depois, com o Bedmap1, publicado em 2001.Foi ele que nos permitiu conhecer a elevação média da base rochosa da Antártida, a distribuição do gelo e seu volume. O Bedmap1 nos deu uma visão desse cenário com uma resolução de cinco quilômetros. Em 2013, surgiu o Bedmap2, para o qual foram usadas dez vezes mais medições do que no primeiro, com uma resolução superior.Para a análise, os pesquisadores coletaram dados graças a aviões que sobrevoam a região, enviando pulsos de rádio que permitem medir tanto a espessura do gelo quanto o mais interessante: a profundidade do leito rochoso. Cruzando os dados desses radares, dados batimétricos, informações de satélite e estudos sísmicos, conseguimos ter essa radiografia da Antártida.Três não é demaisAgora, temos o Bedmap3. Trata-se do resultado do estudo de mais de 82 milhões de pontos de dados (três vezes mais do que os considerados para elaborar o Bedmap2) e, como afirma o British Antarctic Survey, é como se tivessem retirado os 27 milhões de quilômetros cúbicos de gelo que cobrem o território.Nesta nova análise, vemos os lugares mais ocultos das grandes montanhas, mas também detalhes dos cânions mais profundos. O Bedmap2 já tinha um grande nível de detalhe, mas este terceiro mapa revela mais profundidade em algumas áreas. Por exemplo, onde está a camada de gelo mais espessa. Foi identificada em um cânion sem nome na Terra de Wilkes, onde o gelo tem impressionantes 4.757 metros de espessura.A resolução deste terceiro esforço é de 500 metros e, como dissemos, é o resultado de 70 anos de medições que foram combinadas para dar vida ao novo mapa.É o que permite aos pesquisadores serem mais precisos ao obter estatísticas do local:Volume total de gelo na Antártida, incluindo plataformas de gelo: 27,17 milhões de km³. No Bedmap1, o cálculo era de 25,34 milhões de km³. No Bedmap2, 26,54 milhões de km³Superfície total de gelo na Antártida, incluindo plataformas de gelo: 13,63 milhões de km²Espessura média do gelo na Antártida, incluindo plataformas de gelo: 1.948 m (Excluindo plataformas de gelo: 2.148 m)Aumento potencial do nível do mar a nível global se todo o gelo derretesse: 58 metrosUma perspectiva aterradoraEsse último valor, o do aumento potencial do nível do mar, é uma das principais utilidades desse tipo de pesquisa. Ele permaneceu igual nas três tentativas de cartografar a Antártida e, como aponta um dos pesquisadores do projeto Bedmap, a utilidade vai além do simples objetivo de saciar a curiosidade.Com os novos dados, Peter Fretwell comenta que "é evidente que a camada de gelo antártica é mais grossa do que percebíamos originalmente e tem um maior volume de gelo. Também está enterrada sob uma camada de rocha situada abaixo do nível do mar, o que expõe o gelo a um maior risco de derretimento devido à incursão de água quente do oceano. Isso já está ocorrendo nas margens do continente, e o que o Bedmap3 nos mostra é que temos uma Antártida um pouco mais vulnerável do que imaginávamos".É exatamente aí que está o inquietante. Se a temperatura média continuar aumentando, o Bedmap3 pode deixar de ser apenas um mapa para se tornar uma previsão do futuro da Terra.
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Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!