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O Relato de Anthony Knivet, Jornal Correio Paulistano
    19 de dezembro de 1875, domingo
    Atualizado em 25/02/2025 04:39:18

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Neste mesmo ano (1598) veio Francisco de Mendonça Vasconsellos suceder a meu amo no cargo de governador da terra.

A urca, em que vinha o novo governador acertou de enfiar a barra do tempo em que o governador meu amo ia visitar um engenho novo de sua propriedade. Chegando é boca do porto, entrou a urca a disparar a sua artilharia, e, como ignorasse meu amo a razão porque atirava, mandou preparar sem demora uma canoa grande para se fazer ao mar, e, logo que se informasse do caso, voltar á cidade.

Não se havia metido meia hora depois que vogávamos, quando nos surpreendeu uma tormenta que virou a nossa canoa.

Certamente teria o governador perdido nessa ocasião a voda, se não o auxiliara, em primeiro lugar Deus, e depois eu.

(...) No começo do ano de 1599, chegaram diante da cidade da Bacia (Bahia?) nove urcas; mas nada puderam fazer. Quatro meses depois que chegara o governador geral a São Vicente, teve meu amo que fazer ali. Acompanhei-o.

Quando chegamos, achava-se o governador a 50 léguas, em um lugar no interior, onde lhe constava haverem muitas minas de ouro.

Não tendo achado, porém, coisa que pagasse o trabalho, despachou gente mais para o sertão em busca de um sítio chamado Itapusik. Como eu conhecia esse lugar, tive ordem do governador geral para seguir para ali.

Encontramos em Itapusik minas não vulgares. Trouxemos uma porção de terra aurífera e vários pedacinhos de ouro, que achamos em lugares lavrados pelas águas.

Muito folgou com isso o governador geral; deu-nos pelo achado mais do ele valia, e enviou-o ao rei, a quem requereu permissão para averiguar se essas minas eram lavráveis ou não.

Mandou igualmente 40 mil libras em lâminas de prata preparada na mina de São Paulo a 12 léguas de São Vicente.

Quando eu me achava em Itapusik, partiu meu amo para casa. Em consequência de sua retirada, tive de servir como soldado até que partissem navios para o Rio de Janeiro.

Servi 3 meses, e fui muito bem recompensado pelo governador, que remeteu-me de novo para meu velho amo.

Depois disto, mandou-me meu amo para um lugar chamado Orgelen (Orgams). É uma serra que se avista do Rio de Janeiro. Ai encontramos uma pequena mina de ouro e mui preciosas pedrinhas.

Por esse tempo chegou da Espanha uma urca, em que vinham um bispo e um governador espanhol, os quais partiram em uma embarcação menor para o Rio da Prata e dai para somma (seria cima?)

Pouco depois da chegada desse navio, manifestou-se no Rio de Janeiro uma doença (variola?) a modo de sarampo, mas, em verdade, tão fatal como a peste; pois, no decurso de três meses, ceifou no Rio de Janeiro passante de 3 mil pessoas entre portugueses e nativos.

Andava eu então ocupado em ir e vir á noite ao engenho em um barco, transportando pau Brasil para a urca; e por causa do ar inchou-me de tal modo uma das pernas que eu não a podia mover.

É comumente mui perigoso, naquela região, expor-se ao ar durante a noite quem está quente; pois, como a terra é cálida, penetra o ar com muita força, e faz enfermar de repente um ou outro membro do corpo humano. Durante bem um mês, andei bastante incomodado dessa perna.

A 14 de agosto de 1601, embarcou meu amo Salvador Corrêa de Sá, com sua mulher Donna de Soso, naquela urca para seguir viagem do Rio de Janeiro para Pernambuco.





 Fontes (2)

 1° fonte/1964   

“Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
Data: 1964

Podemos supor, pois, que a mudança não se fêz num dia ou dois ou três de viagem, por uma extensa caravana composta do chefe, da matrona, filhas solteiras, casadas e genros, os 370 e poucos índios, os trastes. São seis léguas daqui ao Aputribú, uma longa jornada. Os índios viajavam a pé e também carregavam fardos. Já havia cavalos para os brancos, muito poucos embora. Os mesmos podiam servir de cargueiros em várias viagens, na falta de burros, então inexistentes. Nem é hipótese absurda o carro de boi, num caminho mau, de mais de meio século, com a ponte no rio grande, ao chegar. Damos a hipótese arrojada de ser esta ponte já de 1599.

Somente um Governador tinha gente e dinheiro para construir uma, neste sertão. Ainda que estreitinha. É que o passo do rio, desde talvez os nativos, só podia ser abaixo das cachoeiras em local meio raso,antes de espraiarem-se as várzeas. Nas Furnas haviam ranchos de pau-a-pique, palmeiras e sapé. Nenhuma rua. Nem vereadores. Nem paróquia. Uma Santa Cruz coberta, sim. A história não conta nem sequer se o Governador trazia algum padre consigo.


 2° fonte/1967   

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes” (1967) Luiz Castanho de Almeida
Data: 1967

É um título notavel e único no Brasil e em Portugal. Por ser de cor evidentemente local, trata-se uma ponte do rio Sorocaba, onde se fez a igreja a que trouxeram uma imagem de Nossa Senhora. Esta imagem podia ser a Nossa Senhora de Montesserrate, orago do Ipanema, ou outra do próprio Balthazar e é provavel que já se chamasse Nossa Senhora da Ponte antes da mudança do pelourinho para o atual lugar, pois o Itavuvu é à beira-rio e tinha provavelmente a primeira ponte.Enumerando os serviços de Baltazar a Sorocaba, seu filho Manuel não se refere a construção da ponte. Em 1652 havia morrido a segunda mulher de Baltazar, Isabel de Proença. Ele morreu mais,que octog.enário anbs de 1667 e depois de 1662. Em 1645, ele, os genros e os filhos se transportaram para o lugar chamado Sorocaba, a légua e meia do Itavuvu ou São Felipe, para onde em 1611 D. Francisco de Sousa permitira se transportasse o pelourinho que em 1600 erguera na Araçoiaba.




[9049] “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
21/12/1964

[24432] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes” (1967) Luiz Castanho de Almeida
01/01/1967

  


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