'Maria Aurora: a Joana D´Arc da Fábrica Santa Maria - 19/10/1980 Wildcard SSL Certificates


Maria Aurora: a Joana D´Arc da Fábrica Santa Maria
    19 de outubro de 1980, domingo
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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Duas mulheres movimentaram a cidade de Sorocaba: uma juíza e uma tecelã. A juíza, titular da 2a. Junta de Conciliação e Julgamento, Maria Alexandra Kowalski Motta, denunciou á Procuradoria Geral da Justiça a Companhia de Fiação e Tecidos Santa Maria pelo crime de discriminação sexual contra a tecelã Maria Aurora Oliveira Zuppo.

Ao defender-se no processo de reclamação trabalhista aberto pela ex-funcionaria Maria Aurora, a empresa alegou que "não cometeria tamanha infantilidade de colocar na chefia de um grupo de homens mais experientes, mais idosos, uma mulher, sabidos os problemas a que estão sujeitas de ordem física".

Mulher não chefia homem

Maria Aurora abriu processo contra a empresa alegando que desde 1975 ocupava o cargo de mestre geral de preparação e tecelagem, embora fosse registrada em carteira como encarregada do setor.

Ela pedia, entre outras coisas, que lhe fossem pagos os salários correspondentes ao cargo de mestre.

E empresa defendeu-se afirmando que jamais cogitaria dar um cargo de chefia à funcionaria, pois seria necessário "capacidade técnica que a reclamante não tem, eis que não é portadora de qualquer qualificação profissional", e confessando que não permitiria a uma mulher chefiar homens.

Em sua sentença, a Juíza julgou procedentes os pedidos feitos por Maria Aurora considerando que a tecelã, durante o processo, provou que "há anos exercia efetivamente a função de mestre, o que afasta a incapacidade técnica", e julgando que a empresa não lhe pagava salário por ser contra uma chefia exercida por mulheres.

Para ela "houve violação, por parte da empresa, ao principio inserido no paragrafo 1o. do Artigo 153 da Constituição Federal e ao Artigo 5o. da CLT, que reza que a todo trabalho de igual valor correspondera salario igual, sem distinção de sexo. Note-se que a Convenção no. 100 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil, repete o principio". A empresa violou também "confessadamente" o previsto no Artigo 203 do Código Penal.

A Juíza Maria Alexandra Kowalski Motta confessou não gostar que suas sentenças "tenham a repercussão que esta está tendo": Minha preocupação não é com a promoção. Aliás, nenhum juiz gosta de ser projetado com essa publicidade toda, não condi com a condição de juiz.

Estou me sentindo um pouco uma mulher de esquerda com toda essa repercussão. E sou até muito moderada.Lembrou que na sentença proferida em favor de Maria Aurora foi "extremamente fria", não entrou em considerações pessoais, atendo-se apenas ao texto legal, à norma legal.

- Baseei-me apenas nas palavras da empresa e no texto legal. O fato de ser mulher não influiu em nada, pois a própria empresa confessou o crime.

Ela acredita que a Companhia de Fiação e Tecidos deverá recorrer de sua decisão junto ao TRT mas o diretor-responsável, Vitor Sansolo, recusou-se a fazer comentário, alegando que este "não era o momento".

A Juíza, de qualquer forma, não nega que sua sentença poderia ser importante para despertar outras mulheres que também estavam sendo discriminadas.

- As mulheres são conformadas, não só na empresa, mas também em casa. Elas aceitam tudo passivamente, se acomodam. Mesmo Maria Aurora só reclamou na Justiça o salário adequado ao cargo que exercia depois que foi despedida da empresa. Veio aqui pedir apenas o salário, não entrou no mérito da discriminação sexual.

Há cinco anos juíza, com 51 anos, e há cinco meses titular da 2a. Junta de Conciliação e Julgamento da Justiça do Trabalho em Sorocaba contou que analisa cerca de 1.200 processos anuais e nunca recebeu qualquer reclamação de mulher alegando tenha sido preterida em promoção pelo fato de ser do sexo feminino. Garantiu que "as mulheres precisam despertar e utar um pouco mais por ser direitos".

Obediência e experiência

Maria Aurora Oliveira Zuppo, 29 anos casada há sete anos, com uma filha de três anos, trabalhava na Companhia de Fiação e Tecidos Santa Maria desde 1965:

- Eu era secretaria do mestre geral de preparação e tecelagem e, como ele estava próximo da aposentadoria me preparou para assumir seu lugar. A empresa deixou-me fazendo o trabalho que ele fazia. Fiz isso durante cinco anos.As pessoas que trabalhavam comigo sempre me respeitaram. Minhas ordens eram obedecidas por todos, mesmo pelos que a empresa alegou serem mais idosos e experientes.

Os funcionários sabiam que eu estava preparada para assumir o cargo. Deles não tenho nada a reclamar. Só tenho a reclamar da empresa.

Assegurou que durante os cinco anos que exerceu o cargo de mestre sempre reivindicou a equiparação salarial. Ela recebia Cr$ 10 mil por mês e um mestre tinha o salário de Cr$ 40 mil.

- Todo mês eu conversava com os donos da Companhia, Marcos Schor e seu filho Walter Schor, e também com o diretor, Vitor Sansolo. Eles sempre prometiam acertar a minha situação e sempre adiavam para o mês seguinte.

Contou que no inicio do mês seu irmão envolveu-se em uma briga dentro da empresa com outro funcionário e no dia seguinte ela não foi trabalhar. A 3 de junho, quando voltou, foi impedida de entrar pelo porteiro Paulino Antunes que informou ter recebido ordens para não permitir seu ingresso.

Ela voltou diariamente até que no dia 12 foi informada, oralmente, que havia sido demitida. Procurou o Sindicato dos Trabalhadores na Industria de Fiação e Tecelagem de Sorocaba e foi aconselhada a entrar com o processo.

Hoje ela se confessa satisfeita com a sentença da Juíza Maria Alexandra e afirma:

- Ela foi justa, mesmo porque eu só falei a verdade e provei tudo. A empresa não apresentou nenhuma testemunha a seu favor ou contra mim.

Maria Aurora disse também que não teme ficar sem emprego, pois em Sorocaba existem 22 industrias de fiação e tecelagem e ela sabe que é uma funcionária competente.

Sorrindo lembrou que a acusação da empresa de que ela não tinha vocação para se transformar na Joana D´Arc sorocabana: - Eu realmente nunca quis isso, mesmo porque não pretendo morrer em uma fogueira.

Réu confesso

O advogado Ciro Vibancos Lobo lembrou: Pela primeira vez uma empresa confessa declaradamente, a discriminação sexua. Entramos com uma reclamação trabalhista comum. Maria Aurora pleiteava principalmente o salário de mestre.

O incomum foi a confissão da empresa de que jamais admitiria mulheres liderando homens deixando patente e caracterizada a existência da discriminação.

Informou que a Companhia está com sérios problemas financeiros: - Todo o prédio está penhorado devido a dividas com o INAMPS e outros encargos trabalhistas e sociais.

O presidente do Sindicato de Fiação e Tecelagem de Sorocaba, José Caetano Antunes, confirmou a informação dizendo que a empresa vem operando com um número reduzido de funcionários, entre 300 e 400 e poucas seções estão trabalhando.

Eles estão tropeçando e infelizmente acredito que não tem meios de sobrevivência.

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Joseph Jubert
Data: 01/01/1912
01/01/1912


ID: 6346


Jubert se mudou para Bragança Paulista após ser processado em Atibaia
Data: 01/01/1910
01/01/1910


ID: 6347


Boletim de Joseph Jubert aos colonos
Data: 01/01/1912
01/01/1912


ID: 6348


Joseph Jubert preso e torturado
Data: 04/05/1913
04/05/1913


ID: 6501



EMERSON


19/10/1980
ANO:83
  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.