28 de fevereiro de 1967, terça-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Franz Stangl, ex-chefe de dois campos de extermínio na Polônia, não só se tornou funcionário da montadora em São Bernardo do Campo, como também montou esquema de espionagem na fábrica em colaboração com o regime militar.
Ex-comandante dos campos de extermínio de Treblinka e Sobibór na Polônia, Franz Paul Stangl trabalhou por oito anos na Volkswagen do Brasil, entre 1959 e 1967. Ele foi responsável por montar um setor de monitoramento e vigilância na unidade de São Bernardo do Campo para espionar funcionários durante a ditadura militar, como revelou a Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2014. Apesar de ser procurado internacionalmente, Stangl nem sequer alterou seu nome ao chegar ao Brasil, em 1951.
O caso foi relembrado por uma força-tarefa investigativa das emissoras alemãs NDR e SWR e o jornal Süddeutsche Zeitung em reportagem publicada nesta quarta-feira (26/07). O texto diz que a Volkswagen chegou a recomendar um advogado a Stangl, depois de ele ter sido preso em São Paulo, em 1967.
Stangl chegou com a família ao Brasil em 1951 depois de fugir de uma prisão e morar por um tempo na Síria. Ele viveu no país por 16 anos, antes de ser extraditado para a Alemanha. Nascido em 1908 em Altmünster, na Áustria, Stangl fez parte do Aktion T4, o programa de eutanásia nazista para o extermínio de pessoas com deficiência física, e foi promovido a comandante dos dois campos de extermínio na Polônia.
No Brasil, o criminoso nazista trabalhou em empresas têxteis até ser contratado pela Volks em 1959. A estrutura montada por Stangl – justamente para espionar funcionários – era complexa e contava com dezenas de policiais e membros das Forças Armadas. Ainda hoje, porém, a empresa argumenta que ninguém sabia sobre seu passado.
"Tudo indica que eles não sabiam", disse o advogado da Volkswagen no Brasil, Rogério Varga, à equipe de repórteres alemães.
Stangl foi preso em São Paulo em 28 de fevereiro de 1967 graças a Simon Wiesenthal, conhecido como o "caçador de nazistas". Num caso amplamente noticiado pela imprensa brasileira, o ex-comandante nazista foi preso por agentes do Departamento de Ordem e Política Social (Dops) e extraditado para a Alemanha.
O ex-presidente do Grupo Volkswagen Carl Hahn, que na época ocupava um cargo no conselho fiscal da montadora no Brasil, diz que não havia informações sobre a história de Stangl. "Nós não sabíamos de cor os nomes dos comandantes dos campos de concentração", argumenta. "Que as pessoas vindas da Alemanha fossem registradas lá [na montadora] era algo muito normal."
Recomendação de advogado
Logo depois da prisão, o então chefe da Volkswagen do Brasil. Friedrich Wilhelm Schultz-Wenk, que tinha sido membro do partido nazista, enviou uma carta à sede da montadora em Wolfsburg para justificar por que a empresa não sabia sobre o passado de Stangl.
Ele disse que a legislação brasileira proibia a coleta de informações sobre os trabalhadores. "A VW no Brasil é indiferente à qual religião alguém pertence", escreveu. Mas no caso de Stangl, ressalta a reportagem, não se tratava de crença, mas de crimes de guerra.
A reportagem revela ainda que, depois de ter sido preso, a montadora recomendou um advogado ao ex-comandante nazista. Em dezembro de 1970, ele foi condenado pelo Tribunal Distrital de Düsseldorf à prisão perpétua pelo assassinato de 400 mil pessoas nos dois campos de extermínio.
Segundo a investigação, Wiesenthal, o "caçador de nazistas", escreveu ao ex-parlamentar Walther Leisler-Kiep dizendo que a mulher de Stangl conversou com membros da Volkswagen e que a companhia recomendou um advogado para o ex-comandante.
A comunidade judaica reclamou sobre a ajuda oferecida a Stangl no Consulado Alemão em São Paulo e pediu a intervenção do embaixador alemão no Brasil, como mostram documentos do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. Não está claro se o consulado interveio no caso. Stangl foi representado por outro advogado, que recebeu os honorários da Áustria.
Depois de ser extraditado, Stangl foi levado a julgamento na Alemanha. Antes de a sentença transitar em julgado, ele morreu de infarto na prisão, em 28 de junho de 1971.
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