11 de março de 1916, sábado Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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civilização e, relacionado a isso, o requinte e o bom gosto. Mas Cecê não se encontravasozinho nessa batalha, alguns anos depois, em 1916, Amâncio, um outro cronista da cidadetambém defendia a moda dos chapéus femininos.
Amâncio elogia a iniciativa de um grupo de “gentilíssimas senhoritas” por essa feliz iniciativa. Louvável iniciativa porque tem a ver com a civilização e o progresso, ainda mais, “Nestes tempos ditosos em que a cidade se rejuvenesce, se transforma, apresentando-nos uma physionomia alegre e agradável, mais compatível com a civilização e com o progresso, uma idéia tão boa deve ser acolhida com ardor pelos propugnadores do nosso adiantamento moral e material, com benevolência por aquelles que têm o vezo criminoso de combater todo o emprehendimento que tenha por fim o beneficio da collectividade”78
Esses, segundo o cronista, nasceram numa cidade industrial, mas, ao que parece, desejam-na transformada numa “tapera sertaneja”, com “um amontoado de casas inestheticas e sem hygiene, com suas ruas atravancadas de tropas e carros de bois...”79
Ou melhor, desejavam que o perímetro urbano continuasse a apresentar o mesmo aspecto da cidade do comércio de animais, no século XIX. Certamente, o cronista concordaria com Cecê, tratava-se de um grupo de caturros, caipiras, por vezes disfarçados de modernos. Para Amâncio e Cecê, o chapéu feminino era um elemento de progresso, tanto quanto as casas esteticamente bonitas, leia-se não construídas em taipa de pilão, os automóveis, os bondes elétricos, a cidade higienizada.
Assim, o cronista conclui, “O progresso já faz, portanto, parte integrante da nossa existência, já nos faz sonhar com a vida activa e elegante das grandes cidades. Sejamos, pois, progressistas, amemos e applaudamos as idéias felizes.”80
O chapéu feminino representava portando um ícone da modernização, do progresso; simbolicamente poderia dar a impressão de que a cidade estava superando o seu passado tropeiro, tão marcado pelos carros de bois, pelos animais de toda a espécie no perímetro urbano, pelas construções antigas, pelos hábitos de antanho. Dessa forma, ver algumas senhoras e senhoritas ostentando belos e modernos chapéus, poderia dar a sensação, mesmo que fugaz, de que Sorocaba estava ficando parecida com São Paulo, ou mesmo com a capital federal. E, sem dúvida, tal sensação era fugaz, pois nas primeiras décadas do século a cidade ainda estava, em grande medida, permeada por sua fisionomia vetusta e, naquele momento, considerada totalmente indesejável por uma parte de seus habitantes.
De qualquer forma, essas imagens do desejo, essas projeções começavam a se fazer presentes na cidade. Com efeito, a imprensa local publicava artigos de como deveria se portar o homem moderno nas grandes cidades, algo que Sorocaba, com aspiração de cidade com foros de civilizada, deveria almejar. Nesse sentido, esses textos possuíam um caráter até educativo. [Fisionomia da cidade: Sorocaba – cotidiano e desenvolvimento urbano – 1890-1943, 2008. Rogério Lopes Pinheiro de Carvalho. Páginas 68 e 69]
6, Amâncio, um outro cronista da cidadetambém defendia a moda dos chapéus femininos. Amâncio elogia a iniciativa de um grupo de“gentilíssimas senhoritas” por essa feliz iniciativa. Louvável iniciativa porque tem a ver coma civilização e o progresso, ainda mais, “Nestes tempos ditosos em que a cidade se rejuvenesce, setransforma, apresentando-nos uma physionomia alegre e agradável, mais compatível com acivilização e com o progresso, uma idéia tão boa deve ser acolhida com ardor pelos propugnadoresdo nosso adiantamento moral e material, com benevolência por aquelles que têm o vezo criminoso decombater todo o emprehendimento que tenha por fim o beneficio da collectividade…
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