Dez anos depois, é publicado o Decálogo do homem moderno, eis alguns deles:-Toda vez que empreenderes, qualquer coisa pensa se o bom êxito dependerásó da tua energia ou se pode ser diminuido por esse falt inimigo que semprete segue: o perigo.-Se contribues com a tua intelligencia para o progresso da vida moderna,concorres também para augmentar os perigos de suas vertiginosaactividade.-Perigos existem aos mil, aggravados pela insidia e pela surpresa. Tu ésvulnerável e a elles vives exposto. Portanto, nessa luta desegual, são tuas asprobabilidades de succumbir. Trata ao menos de attenuar a tua inferioridadecom a previdência.-Há duas categorias de homens: uma dos que fogem de pensar no perigo e,por pusillanimidade , evitam encaral-o; outra dos que o affrontam,precavendo-se. A primeira faz como o avestruz, que escondendo a cabeçadebaixo da asa, se julga em segurança; a segunda faz por ser razoável eforte. Sê um destes!.84
Nós temos a pretensão que temos artistas, porque temos Portinari, porque temos Vila- Lobos, ou temos Beethoven. Então isso nos da aparência, o orgulho de que nós temos arte. Nós não temos arte porra nenhuma. Porque tanto Picasso quanto Beethoven pertencem a grupos muito pequenos. Bom, até que agora 1977) os instrumentos de massa estão permitindo que mais outras pessoas se comuniquem com isso. Mas é tudo um código complicado para que um popular chegue a entender isso. Na maior parte das vezes não chega. Ninguém chega a entender.
Data: 01/11/1977 Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*