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Conduzido por André Fernandes, Luis Céspedes e sua comitiva chegam no “Porto misterioso": Nossa Senhora de Atocha
21 de julho de 1628ver ano
  
  
  
  16 fontes


A. Salto que faz o rio chamado cachuera que cai de penhascos muito altos e rochas porcuja causa viemos embarcar sob [ele] andando em terra e a pé quarenta léguas em uma estrada muito acidentada com um rio que passamos dezoito vezes.

Declaração do Rio- Os raios que a atravessam são todas grandes correntes que passei com as canoas comgrandes riscos- Os pontos pretos são falésias e rochas que cortam no meio do rio onde estamos em perigomuitas vezes Os grandes os amarelos são os yslas por onde passamos que emtodos nós tínhamos grandes correntes e só essas são as particulares que não deveriam teronde pintar tantos quantos [existem]. Observe que em todo o rio [não há] ponto supérfluo Raya mas a verdade. Onde se encontra a Cruz é a Hospedagem de cada dia e o Raio Vermelhão que atravessa o Rio é onde andamos com as canoas tentando salvar o perigos.

Onde fica o B. é o porto que dei o nome de Nossa Senhora de Atocha onde estiveum mês com cinquenta índios e meus criados fazendo três canoas para sair de lá. A primeiraque foi feito foi de um pau que [nós] derrubamos, que tinha 8 braços, nós esculpimos e veio deixou uma canoa de setenta e cinco palmos de comprimento e seis de largura na qual viemospara este rio cinquenta índios e eu e servos. Os outros dois tinham sessenta e seistramos e quatro de voca e os outros cinquenta e cinco tramos e três e meio de voca, trazidosEssas duas roupas e roupas de todos.C. Em C. tivemos uma corrente muito perigosa no segundo dia de nossa viagem que nos obrigou atodos saem no chão arriscando todas as roupas e comida por não poder fazer mais nada.D. Em D. é um salto perigoso que a água faz ali, onde pegamos a roupa em terra e oColocamos canoas para ele sob o risco de ficar com mil peças entre aquelas rochas.No rio Sapoy há uma fazenda em San Pablo onde as canoas descem até este rio.E. No E. é um lugar onde o rio faz grandes correntes.F. No F. é um grande salto que [que] o Rio faz através do abismo de rochas muito grandes, por issoSaímos das canoas por terra porque era impossível e pelo Rio e dois mil passos foram trocados, seus [Cespedes] • 1° fonte: 01/01/1892
Roteiro das jazidas e minas de ouro e outros metais e pedras preciosas existentes no Estado de São Paulo. Extraído de diversas obras e apontamentos mineralógicos. Terminando este roteiro com as viagens mineralógicas dos Exms. Srs. José Bonifácio de Andrada e Silva e Martim Francisco Ribeiro de Andrada, em 1820 (1892). M. Barbosa





• 2° fonte: 01/01/1898
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo. Volume III

O caminho de São Paulo para o Goayrá, que já existia naquele tempo (1628), seguia por Sorocaba e Itapetininga e atravessava o Rio Tibagy; e por este motivo se passou depois a dar ao Goayrá o nome de Sertão do Tibagy. Nessa região tinham os jesuítas, desde 1560, aldeado enorme quantidade de nativos, por eles catequizados durante quase setenta anos de assíduo trabalho de evangelização. [Página 35]



• 3° fonte: 01/01/1922
Afonso d´Escragnolle Taunay: o “Na Era das Bandeiras”

Dezoito vezes teve de atravessar o Tietê nesta jornada. Tal percurso fazia-o para atingir um ponto onde a navegação do grande rio começasse a ser mais franca. Afinal, chegou a este porto, a que deu o nome de Nossa Senhora de Atocha, e onde se demorou um mez a construir "embarcaciones de paios grandisimos". De onde teria o capitão-general encetado esta viagem Tietê a baixo? É difícil dizer. Provavelmente, para além do Salto de Itú.

Fabricou três, das quaes a que destinava para si excavada num madeiro gigantesco, provavelmente pluri-secular peroba, com uma circumferencia de oito braças (I7m,60). De tal madeiro fez uma barca longa de setenta e cinco palmos, dezeseis metros e meio, com seis palmos de bocca (lm,32). Nela vínhamos, diz elle, "sinquenta yndios que remavan y mi persona y criados".



• 4° fonte: 01/01/1925
Historia geral das bandeiras paulistas: Tomo II - Ciclo da caça ao nativos, lutas com os jesuítas e os espanhóis, invasão do Guayrá, do Itatim e do Tape, conquista do sul e do sudoeste do Brasil pelos paulistas (1628-1641), 1925. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958)

Perto da confluência do Sarapoy avistara uma fazenda de gente de São Paulo, subindo canoas por este afluente que provavelmente é o Sorocaba.



• 5° fonte: 01/01/1940
“Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953)

Gastam em torno de cinco dias para chegar ao porto fluvial, que ele indica estar a quarenta léguas (parece um exagero). Encontra-se nas proximidades da atual Porto Feliz.



• 6° fonte: 01/01/1942
“Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista”. Sociedade Hans Staden

Todos nós sabemos que ao tempo do governador d. Luis de Céspedes y Xeriá, em 1628, os moradores de São Paulo se serviam da via fluvial do Tietê para atingir o Guairá e daí, Assunção. Na documentação paulista a primeira referência que dela encontramos data certamente de 1602, quando, com respeito à bandeira de Nicolau Barreto, que vencera o "caminho do Piquiri", houve a alegação de que "uns dez ou doze homens que estavam em seu seguimento, mudaram de viagem e se foram pelo Anhembí abaixo". (Ata, II, 114-130).

A caravana de Nicolau Barreto, como temos notícia, fora organização de d. Francisco de Souza, o encantado do ouro e da prata e que, muito embora não mais fosse governador-geral do Brasil, conservava-se no entanto, como simples particular, na vila bandeirante, aguardando a volta daquele sertanista enviado em demanda da prata dos serranos.

Decorrente desses fatos foi a presença em São Paulo dos emissários do Paraguai, no ano seguinte de 1603, vindos de Vila Rica do Espirito Santo, a mandado de d. Antonio de Añasco e que tiveram entendimentos com d. Francisco de Sousa.

A todos então "pareceu bem pelo proveito que se esperava deste caminho se abrir e termos comércio e amizade por sermos todos cristãos e de um rei comum".

Acreditamos que aqui se tratava da via do Tietê, pois o antigo caminho aberto para o Guairá, aquele que buscava as cabeceiras do rio Paranapanema e depois o curso dos rios Tibagí, Ivaí ou Piquirí, esse da ha muito tinha relativa segurança e não carecia das precauções mandadas tomar por d. Francisco de Sousa e executadas pelos camaristas de Piratininga. Ao demais é sabido que esse fidalgo governador, tendo para isso se cercado de engenheiros e práticos topógrafos, desenhou outras vias para atingir de São Paulo mais rapidamente outros pontos onde era fama existirem metais preciosos e haja vista nesse sentido de ter se servido do vale do rio Paraíba para atingir o platô acidentado das Minas Gerais. (Atas, II, 136-138).



• 7° fonte: 21/12/1964
“Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)

Havia moradores dispersos, desde que nada se encontrou. O mapa da navegação do Tietê por Dom Luiz de Céspedes Y Xeria em 1628 denomina Sarapuí ao rio Sorocaba, e diz que rio acima há povoadores. Eram os remanescentes de Araçoiaba e Itavuvú.



• 8° fonte: 01/01/1981
\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\27855titulo.txt

Aqui, as narrativas do século XVIII podem nos ajudar a vislumbrar um pouco do percurso do rio até sua foz, no rio Paraná, assim como aspectos de sua fauna e flora. Um primeiro consenso, como já ressaltamos aqui, era a periculosidade do roteiro.

A mais antiga destas descrições, a de Céspedes Xeria, de 1628, produzida como carta ao rei Felipe IV, fala dos “grandísimos riesgos cada uno de perderme por sus grandes corrientes y saltos que haze el agua en muchas partes”. Localiza e mapeia vários pousos e lugares de varação, assim como as principais corredeiras e ilhas. Em todo o percurso, são recorrentes as referências a “peligrosissima corriente”, o “peligroso salto” que obriga a ir por terra por risco de “hazerse mil pedaços entre aquellas peñas”; o “salto peligrossimo de abayandava hasta aquele de tapira todo es grandíssimas corrientes, peñascos y embujando para las canoas”. [Ibidem, p. 193-194.]

1 - A origem do nome do rio já mobilizou estudiosos de diversas gerações. O nome Anhembi, grafado nas fontes de formas as mais variadas, como Iniambi, Anhembi, Agembi, Aiembi, Anemby, Amiembi, Anhamby, Ayembí, identifica o rio até o século XVIII, quando o nome Tietê (“rio grande”) começou a prevalecer até nomeá-lo completamente. Inicialmente, os dois nomes do rio teriam convivido, nomeando-se como Tietê o trecho da nascente até o porto de Araritaguaba, e dali até a foz como Anhembi.

Alguns entendem que o Anhembi tem origem em Ai em bi (“não liso”, ou seja, rio com cachoeiras), outros que se remete a uma erva chamada nhambi, que se alastrava pelas margens; e a versão mais consensual, de que o nome deriva de rio das Anhumas, uma ave bastante presente ao longo do rio e recorrentemente descrita pelos viajantes.



• 9° fonte: 01/01/1989
Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba (1660-1956) Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Aluísio de Almeida, Jahyra B. Arrua, Jair T. Veiga, Néglio F. Arruda e Oswaldo Cambiaghi

Já a esse tempo, desde 1628 (mapa da viagem de Dom Luiz Céspedes Xeria ao Paraguai), assinalavam-se moradores rio Sorocaba acima, aliás com o nome de rio Sarapuí.



• 10° fonte: 14/12/2004
Monções: Os Fantasmas Do Rio Um Estudo Sobre A Memória Das Monções No Vale Do Médio Tietê, Valderez Antonio Da Silva

Porém, a mais antiga expedição fluvial pelo Tietê, na qual o rio e seus acidentes figuram documentados em mapa, é a do espanhol Dom Luiz Céspedes Xeria, nomeado capitão-general do Paraguai e casado com uma portuguesa em São Vicente. (..) Em seu tosco mapa, ou borón, que Affonso de Taunay fez copiar no Arquivo Geral das Índias em Sevilha, aparece o embarcadouro por ele denominado Porto de Nossa Senhora de Atocha, Nardy Filho é um dos que opinam em favor de Araritaguaba (Porto Feliz) na busca de identificação desse porto, questão não tranquila, já que o número de léguas abaixo da Vila de "San Pablo de Brasil", quarenta, indicado por Céspedes Xeria, é bastante superior à distância que efetivamente existe até Porto Feliz.

Surge também a dúvida quanto à localização do Porto de Pirapitingui, onde teria desembarcado anos antes, em 1610, o próprio fundador de Itu, Domingos Fernandes. Pretende Nardy Filho que tanto o Porto de Nossa Senhora de Atocha, do espanhol, quanto o Pirapitingui das velhas crônicas, seriam em verdade o Araritaguaba, já conhecido e utilizado pelos paulistas de Piratininga em suas descidas ao sertão.

É de se notar ainda a existência de opinião e favor do Porto Góes, remanso imediatamente abaixo do Ytu Guaçu, a cachoeira hoje situada junto à cidade de Salto, como possível embocadouro de Céspedes Xeria e outras expedições, alegando-se sua grande proximidade com Itu.

Embora a conclusão de Nardy Filho possa parecer precipitada, ao menos no que se refere ao Pitapitingui, em seu favor está realmente o argumento de que a partir de Porto Feliz a navegação pelo Tietê torna-se mais tranquila. Porém, àquela altura do século XVII sequer a sesmaria havia sido pleiteada por Antônio Aranha Sardinha e os registros disponíveis não dão conta de nenhuma povoação estável, a não ser a possível e anterior presença se uma aldeia guaianá nos arredores do paredão de pedra, perpendicular ao rio, justamente nomeado pelos nativos Araritaguaba, no significado de pedra onde as araras comem.



• 11° fonte: 01/01/2015
\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\28276titulo.txt





• 12° fonte: 01/01/2018
\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\21229titulo.txt





• 13° fonte: 01/01/2020
“Razias”, Celso E Junko Sato Prado

Para o estudioso jesuíta, monsenhor Aluísio de Almeida, entre os anos 1608 e 1628 eram comuns as viagens subindo a Serra e daí ao baixo Paranapanema, tendo o rio Pardo como referência (Memória Histórica de Sorocaba - I, Revistas USP, 2016: 342). Também o estudioso, igualmente jesuíta, Luiz Gonzaga Cabral, ao mencionar Aleixo Garcia informa que os padres abriram estradas desde o litoral a São Paulo e outras rumo ao interior, inclusa aquela, que pela Serra Botucatu levava ao aldeamento no Paranapanema, com comunicação fluvial para o Paraná e Mato Grosso (Apud Donato, 1985: 35); sendo certo que os padres, no início colonial, foram usuários e reformadores de estradas e trilheiras nativas preexistentes, valendo-se de nativos pacificados que bem conheciam os feixes de caminhos, de onde saíam e para qual destino.

Aluísio de Almeida, explica o melhor curso deslocado da Peabiru, em Botucatu:

"A tal estrada subiu a serra, ganhou as cabeceiras do Pardo (Pardinho) antigo Espírito Santo do rio Pardo e desceu aquele rio até as alturas de Santa Cruz do rio Pardo, donde passou para o afluente Turvo e saiu nos Campos Novos do Paranapanema (nome mais novo)" - (O Vale do Paranapanema, Revista do Instituto Histórico e Geográfico - RJ, volume 247 - abril/junho de 1960: 41), sem prejuízos ao trecho prosseguinte ao Salto das Canoas (Paranan-Itu), desde onde possível a navegabilidade do Paranapanema em direção às Reduções Jesuíticas (1608/1628), e ao Rio Paraná.



• 14° fonte: 01/01/2020
\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\28244titulo.txt

Ao descer o Paraná em direção ao Paraguai, esse governador declarou nos manuscritos complementares a esse mapa, enviado em cinco cópias para o rei da Espanha, D. Felipe IV, que o rio Paranapanema, situado em terras da capitania de São Vicente, era o limite setentrional de sua jurisdição (Cortesão, Raposo Tavares, 106-7). Tal dado significa que esse governador se considerava com direitos de administração sobre terras que se estendiam até o atual estado de São Paulo.



• 15° fonte: 01/12/2020
No fluxo do Anhembi-tietê: o rio e a colonização da capitania de São Vicente nos séculos XVI e XVII, 12.2020. José Carlos Vilardaga, Universidade Federal de São Paulo

A origem do nome do rio já mobilizou estudiosos de diversas gerações. O nome Anhembi, grafado nas fontes de formas as mais variadas, como Iniambi, Anhembi, Agembi, Aiembi, Anemby, Amiembi, Anhamby, Ayembí, identifica o rio até o século XVIII, quando o nome Tietê (“rio grande”) começou a prevalecer até nomeá-lo completamente. Inicialmente, os dois nomes do rio teriam convivido, nomeando-se como Tietê o trecho da nascente até o porto de Araritaguaba, e dali até a foz como Anhembi. Alguns entendem que o Anhembi tem origem em Ai em bi (“não liso”, ou seja, rio com cachoeiras), outros que se remete a uma erva chamada nhambi, que se alastrava pelas margens; e a versão mais consensual, de que o nome deriva de rio das Anhumas, uma ave bastante presente ao longo do rio e recorrentemente descrita pelos viajantes. Tal versão nos é apresentada pela primeira vez pelo governador do Paraguai, Luis de Céspedes Xeria, que por ali navegou em 1628 rumo ao mundo paraguaio para assumir seu posto, e que nos legou mapa e relatos de sua viagem.



• 16° fonte: 23/05/2023
Terra das Monções, consultado em portofeliz.sp.gov.br/historia

Em 1628, antes do povoamento, o capitão general do Paraguai, D.Luiz de Céspedes Xeria, realizou uma viagem ao seu país utilizando-se do Rio Anhemby, conforme ele próprio explicou em relatório ao Rei Felipe IV. A expedição fez uma parada num certo local, abaixo do Salto de Itu, onde 50 escravos e mais alguns criados dedicaram um mês na construção de três canoas. Tudo indica que foi nesse local, à margem esquerda do Anhemby, que Antônio Cardoso Pimentel, natural de São Paulo, daria início ao povoamento de suas terras, para as quais se dirigiriam logo em seguida várias famílias, como a de Antônio Aranha Sardinha, natural de Santos.




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