Padroeira de Jundiaí: Família devota conta emocionante história de intercessão pela vida da filha - tribunadejundiai.com.br
18 de maio de 2022, quarta-feira Atualizado em 30/08/2025 01:25:55
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Por Evelyn Assis - Nesta segunda-feira, 15 de Agosto, é comemorado o Dia da Padroeira de Jundiaí, Nossa Senhora do Desterro. De acordo com o catolicismo, a padroeira de uma cidade é aquela que protege, defende e é como uma mãe para os cidadãos. No caso de Jundiaí, é como se Nossa Senhora do Desterro fosse a mãe dos jundiaienses.
Naturalmente, essa visão tem relação com a religião, e muitos na cidade são devotos de Nossa Senhora do Desterro. Um dos fieis é Bruna Bellodi Bacchin (34), que acredita que por intercessão da santa, sua filha mais velha pode sair do hospital.
“Sou devota de Nossa Senhora do Desterro há vários anos. Sou paroquiana, então naturalmente nos “aproximamos”. Não dá pra negar colo de Mãe”, comenta Bruna. “Tenho muitas graças recebidas por meio dela, mas a mais significativa é sobre minha filha mais velha”.
Diagnóstico inesperado
Há 10 anos, quando Bruna deu à luz sua primeira filha, aparentemente a criança nasceu saudável. Mas, cerca de 12 horas depois, o quadro clínico e exames detectaram sepse neonatal grave. A sepse é uma reação séria generalizada a uma infecção que se espalha pelo sangue.
Recém-nascidos diagnosticados com sepse em geral se apresentam apáticos, não se alimentam bem, costumam ter uma coloração acinzentada na pele e muitos apresentam febre ou temperatura corporal baixa. Na época, Bruna trabalhava na área da saúde, atendia crianças com o mesmo diagnóstico, e conhecia os riscos.
“Ela precisou ficar na UTI. Eu sabia que se ela se recuperasse, poderia inclusive ter sequelas”, comentou a mãe.
De acordo com especialistas, a infecção na corrente sanguínea pode se disseminar até os tecidos que recobrem o cérebro e o próprio cérebro, meningite.
Intercessão à Nossa Senhora do Desterro
Assim como qualquer filho, Bruna recorreu à sua mãe do coração, a santa padroeira de Jundiaí, para interceder por sua filha recém-nascida.
“Pedimos intercessão de Nossa Senhora do Desterro para que cuidasse dela. Somos ativos na Paróquia, temos uma comunidade. Desde que foi dado o diagnóstico, todos – família e comunidade – rezávamos”, explica.
“Nas visitas na uti, de modo muito particular, segurávamos a mão dela e rezávamos juntos (eu e meu marido) a oração de Nossa Senhora do Desterro.”
Incrivelmente, a menina superou o diagnóstico, sem nenhuma sequela ou sinal da Sepse. “Ela saiu da UTI como se não tivesse tido absolutamente nada. Hoje já tem 10 anos, e inclusive canta no coral da novena desde os 6 anos.”
Padroeira de Jundiaí
No Brasil há, segundo o historiador, duas importantes cidades que fazem menção a essa padroeira: Jundiaí e Florianópolis.
“A invocação de Nossa Senhora do Desterro se dá para lembrar a fuga da Família Sagrada para o Egito, quando o rei Herodes mandou matar todas as crianças que nasceram naquela época, porque as profecias diziam que dali nasceria o Rei dos Judeus. A Sagrada Família foi ‘desterrada’, portanto, e se refugiaram em outro lugar por alguns anos. Daí o termo de Nossa Senhora do Desterro”, explica Samuel Vidilli, cientista social que desenvolveu um trabalho de escrita sobre a história de Jundiaí.
Esse significado de fuga ainda traduz para Jundiaí, como ele mesmo disse, ‘uma obra do acaso’, que remete principalmente aos imigrantes italianos, que vieram para cá no século 19 fugindo do desemprego na Europa.
“Nossa Senhora do Desterro é muito comum na Itália, é a ‘Madonna dei Emigrante’. E essa é a padroeira da Vila, depois da cidade de Jundiaí. Há uma imagem do século 18 até hoje na Catedral que mostra a Sagrada Família, em fuga, para o Egito”.
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