A escola noturna gratuita estabelecimento na cidade de Sorocaba pela Loja Maçônica apresenta prosperidade notável.
Mais um professor foi escolhido, para auxiliar o existente, que era já insuficiente, para instruir o crescido número de alunos, sempre em progressivo aumento.
Lá, como nesta cidade, apareceram espíritos perversos, almas iniquas e mal intencionadas, amedrontando o povo insonte e desprevinido, para que não concorrese ao ensino.
Lá,como nesta cidade, porém vai triunfando a grande causa da democracia; e a luz perene da civilização invade as trevas do despotismo e da superstição.
Perante o astro da verdade confunde-se os pregoieros sinistros da malevolência; e os apóstolos da nova doutrina hasteiam sobranceiros o glorioso estandarte da liberdade.É preciso desenvolver e fortificar a inteligência do povo e eleva-lo acima dos preconceitos pureis que o degradam, para que seja derrubada a tirania e firmada em seu lugar a soberania nacional.
É preciso levantar em cada aldeia, em cada povoação, em cada vila ou cidade uma escola esclarecida e livre para ensinar o povo, embrutecido pelos governos depravados, os verdadeiros preceitos de sã moral, os dogmas fundamentais da grandeza nacional, e mostrar-lhe os laços do amor evangélico, que devem unir perpetuamente todos os homens.
É precisa fazer da escola um templo augusto consagrado á supremacia da independência e da inviolabilidade humana.
Convertamos, pois, a mesa do professor em altar sublime da regeneração.
Nós temos a pretensão que temos artistas, porque temos Portinari, porque temos Vila- Lobos, ou temos Beethoven. Então isso nos da aparência, o orgulho de que nós temos arte. Nós não temos arte porra nenhuma. Porque tanto Picasso quanto Beethoven pertencem a grupos muito pequenos. Bom, até que agora 1977) os instrumentos de massa estão permitindo que mais outras pessoas se comuniquem com isso. Mas é tudo um código complicado para que um popular chegue a entender isso. Na maior parte das vezes não chega. Ninguém chega a entender.
Data: 01/11/1977 Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*
