'A misteriosa história da condessa brasileira que tem dois túmulos - 03/06/1882 Wildcard SSL Certificates
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A misteriosa história da condessa brasileira que tem dois túmulos
    3 de junho de 1882, sábado
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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No dia 3 de junho de 1882, Mariana Claudina Pereira de Carvalho, a Condessa do Rio chegou a Londres para tratar um câncer.

Era uma senhora muito rica, uma condessa, considerada fundadora do município de Três Rios, no interior do Rio de Janeiro.

Quando ela ficou doente, já viúva, decidiu tomar um navio e ir se tratar em Londres. Não sobreviveu. O translado de seu caixão levou anos até chegar finalmente ao município, onde ela foi enterrada em um mausoléu de destaque.

Cento e trinta anos depois, no entanto, a pesquisadora e genealogista Cinara Jorge descobriu que o caixão que veio para o Brasil provavelmente não continha os restos mortais da condessa Mariana Claudina Pereira de Carvalho, a Condessa do Rio Novo.

Nas catacumbas de um cemitério na capital britânica há outro caixão, onde repousam seus verdadeiros ossos.

Tudo começou quando Cinara, membro do Colégio Brasileiro de Genealogia, decidiu mergulhar nos registros biográficos de Mariana Claudina - com o objetivo de escrever o livro, Pioneiros dos Três Rios - A Condessa do Rio Novo e Sua Gente, publicado em 2012.

"Começaram a aparecer documentos incríveis. Papéis do arquivo do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) que nunca tinham sido estudados", disse à BBC News Brasil.

Os documentos antigos revelavam como foram os últimos dias da condessa em Londres, onde tratava um câncer.

Câncer no século 19

Mariana já era uma viúva de mais de 60 anos quando descobriu que tinha um tumor no ovário. Proprietária de diversas fazendas de café - que ela administrava pessoalmente, já que não tinha filhos - decidiu se tratar com o que havia de melhor à época.

Em 3 de junho de 1882, ela chegou a Londres. Ali seria atendida pelo médico Thomas Spencer Wells (1818-1897), obstetra, pioneiro em cirurgias abdominais e reputado a ponto de ter sido o cirurgião da rainha Vitória.

O procedimento foi marcado para o dia 5. Ao que tudo indica, pois era assim que Wells costumava fazer, a operação ocorreu na própria casa onde a condessa ficou hospedada - o médico preferia levar a mesa cirúrgica para a residência de seus pacientes.

Cartas arquivadas no Itamaraty contam que a condessa morreu às 18h do mesmo dia, por exaustão, ao não conseguir se recuperar da cirurgia, conforme atestou o então cônsul-geral do Brasil em Londres, José Luiz Cardoso de Salles.

Mariana, seu médico particular - o brasileiro Rodolpho Augusto de Oliveira Penna - e Camila, sua escrava de confiança, ficaram em um imóvel alugado na George Street, no bairro de Marylebone.

De acordo com uma carta do proprietário da casa, Albert Tatford, para o cônsul brasileiro, o acordo estipulava que o imóvel ficaria alugado por um mês, "a sete guinéus por semana". O contrato, no entanto, não chegou a ser cumprido.

"A cirurgia foi feita no dia 5, às 14h. Ela faleceu às 18h do mesmo dia. Foi sepultada na quarta-feira, dia 7, às 9h. Dr. Penna e a criada negra deixaram minha casa na quinta-feira, dia 8, às 7h30", diz Tatford.

"Dr. Penna ameaçou, se eu lhe cobrasse o aluguel completo, que ele iria encher os quartos com mulheres de caráter imoral. Portanto, eu só lhe cobrei a tarifa de uma quinzena. Dr. Penna se recusou a pagar até isso."

Na época, a dama de companhia europeia da condessa, Izabel Constance Morant, afirmou que "ela inalou pouco clorofórmio, mas foi sedada imediatamente - a cirurgia foi feita com perícia, e a enfermeira era capaz, mas ela (Mariana) não teve forças para se reanimar. Eu acredito que por sua idade, pois sua condição era boa para a cirurgia".

Quando voltou ao Brasil, o médico Oliveira Penna deu a notícia da morte da condessa e declarou que havia mandado embalsamar o corpo.

"Três anos depois, a imprensa divulgou que o caixão com os restos mortais dela estava no cais do Rio de Janeiro, endereçado ao médico. E que ninguém o havia buscado", conta Cinara Jorge.

Aborrecido com o aparente descaso, Antonio Barroso Pereira, Barão e Visconde de Entre Rios, foi retirar o caixão no porto. Ele mandou construir um túmulo em mármore de Carrara e realizou o sepultamento da condessa na cidade, em anexo à Capela Nossa Senhora da Piedade, em Cantagalo - justamente a propriedade que foi originalmente da condessa.

Só no dia 6 de junho de 1887, cinco anos depois da viagem de Mariana a Londres, a cerimônia fúnebre foi realizada, com todas as honras e homenagens.

Suspeita

Durante sua pesquisa, Cinara começou a se deparar com jornais da época que traziam alguns relatos estranhos. "O que me espantou foi que havia textos que falavam que, em vez do corpo da finada, quando o caixão foi aberto antes do sepultamento, havia ossos envolvidos em serragem", afirma.

A partir daí, ela decidiu buscar registros do sepultamento da condessa - e da possível exumação do seu corpo para ser transportado ao Brasil - em cemitérios de Londres.

Para tanto, ela teve a ajuda do oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores Haríolo dos Santos Araújo, então adido na embaixada londrina.

"O cemitério católico mais próximo de onde a condessa estava é o Saint James, que fica a dois minutos a pé da casa que ela alugou", disse Araújo à BBC News Brasil. Mas não era ali que estava o registro.

"Eu havia identificado, na internet, o cemitério de Saint Mary, que também não era muito distante de onde a condessa morava. Pensei nele como o mais provável, porque é um cemitério identificado como católico, e não anglicano, como o outro", diz Araújo.

"Visitei o cemitério em 29 de agosto de 2015, percorrendo as alas e lendo as lápides que ainda existiam, mas não encontrei menção à condessa."

Dias depois, Araújo enviou um email para a secretaria do cemitério. "Pensei na possibilidade da cova não ser identificada ou do corpo ter sido exumado e a eventual lápide ter sido retirada", conta.

No dia seguinte veio a resposta, positiva. A condessa estava enterrada lá, mas dentro da catacumba da capela.

"Mostraram-me o registro do enterro da condessa na cripta da capela. Havia realmente um caixão no nicho 199, o número indicado no registro citado. Não havia registro de pedido de exumação do corpo depositado naquele mesmo nicho", diz.

No Brasil, Cinara ainda pediu que o cemitério lhe enviasse algum documento informando se a condessa havia sido exumada alguma vez.

Em email datado de 4 de setembro de 2015, Anna Humphrey, superintendente do cemitério, é categórica: "Posso confirmar que a falecida mencionada descansa em nossas catacumbas inferiores e, de acordo com nossos registros, não foi exumada."

Esclarecimentos

A condessa deixou, por testamento, suas terras para sobrinhos e parentes. Mas a fazenda principal, a Cantagalo, acabou ficando para seus escravos - que se viram alforriados.

A administração da propriedade acabaria entregue à Casa de Caridade Nossa Senhora da Piedade, uma instituição beneficente fundada por ela.

O túmulo onde estaria enterrada Mariana Claudina Pereira de Carvalho fica em terreno administrado pela Casa de Caridade.

Mas Cinara gostaria que os restos mortais ali fossem exumados e que exames de DNA esclarecessem de uma vez por todas que a condessa nunca esteve sepultada em Três Rios. "Após o deslinde desse engano centenário, gostaria que houvesse o traslado dos restos que estão em Londres para Três Rios", afirma.

De acordo com ela, a administração da Casa de Caridade se opõe ao processo. A reportagem da BBC News Brasil tentou contato com a provedoria da instituição por email três vezes desde a semana passada, mas não recebeu retorno.



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Condessa do Rio Novo*
Data: 01/01/1882
Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Óleo sobre tela, por Karl Ernest Papf
01/01/1882


ID: 3031


Condessa do Rio Novo, aos 15 anos
Data: 01/01/1831
01/01/1831


ID: 3030


Condessa do Rio Novo, aos 64 anos
Data: 01/01/1880
Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Óleo sobre tela, por Karl Ernest Papf
01/01/1880


ID: 3029



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.