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O livro “Duas Viagens para o Brasil”, escrito por Hans Staden foi lançado na Alemanha, por Johann Dryander: História verídica e descrição de uma terra de selvagens nus e cruéis, comedores de seres humanos, situada no Novo Mundo da América, desconhecido antes e depois de Jesus Cristo e desconhecido aqui nas terras de Hessen até dois anos atrás, visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, o conheceu por experiência própria e agora publica esse livro com as suas impressões
1 de fevereiro de 155711/04/2024 08:59:01
“Duas Viagens para o Brasil”
Data: 01/01/1557
Créditos: Hans Staden

A origem do nome da cidade é indígena e se deve ao fato de seus caminhos serem sinuosos como o trajeto feito pelos animais do mesmo nome (Cutia). Sendo apenas um ponto de passagem, Cotia ganhou alguns nomes como Acoty (assim chamada pelos indígenas da época), Cuty, depois Acutia e por fim Cotia.

Apesar das várias denominações que lhe foram dadas pelos jesuítas e pelos primeiros habitantes do local, como Capela do Monte Serrat de Cotia e o caminho de São Tomé, os indígenas continuavam a chamá-la de Acoty. O primeiro registro em que a localidade é referida como Acutia foi feito pelo marujo alemão Hans Staden, no século XVI, quando publicou um livro sobre o Brasil. [Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina p.29]

Em Wahrhaftige Historia, o alemão Hans Staden relata duas viagens que realizou ao Brasil entre os anos de 1548 e 1555. Quatro séculos depois de sua primeira edição, o livro permanece um dos mais curiosos documentos sobre a cultura dos índios brasileiros, especialmente os tupinambás, que aprisionaram o navegante e mercenário alemão e, segundo ele próprio, quase o devoraram em seus rituais canibalescos.

Os homens do outro lado do Atlântico

O relato de Hans Staden (1525–1579) está para os alemães assim como a carta de Pero Vaz de Caminha para os reis de Portugal. Em Verdadeira História dos Selvagens, Nus e Devoradores de Homens, Encontrados no Novo Mundo, A América, a reportagem feita por Staden é a descrição de um homem simples, de forte fervor religioso, sobre a natureza e a paisagem do Brasil e os costumes de seus habitantes.

Uma aventura onde se revelam também as questionáveis formas de colonização empregadas pelos europeus na conquista de outros continentes e o inevitável choque cultural entre os chamados "selvagens" e "civilizados".

Segundo a Brasiliana da Biblioteca Nacional, de 2001, o livro de Staden foi determinante para os europeus: "A sua influência no meio culto da época ajudou a criar, no imaginário europeu quinhentista, a ideia da terra brasílica como o país dos canibais, devido às ilustrações com cenas de antropofagia".

Monteiro Lobato foi taxativo ao estimar o valor dos escritos do autor alemão: "É obra que devia entrar nas escolas, pois nenhuma dará melhor aos meninos a sensação da terra que foi o Brasil em seus primórdios."

Em suas próprias palavras, Staden não pretendia se vangloriar de suas experiências junto a um povo tão exótico para ele. "O porquê de ter escrito este livrinho foi enfatizado por mim em diversos trechos. Todos nós devemos louvar e agradecer a Deus por ter-nos protegido desde o nascimento até os dias de hoje, ao longo de uma vida inteira."

"Assim como os portugueses, franceses, espanhóis e holandeses, os alemães também participaram da exploração do Brasil no início do século 16. Minha primeira viagem para a América foi em uma nau portuguesa. Éramos três alemães a bordo, Heinrich Brant von Bremen, Hans von Bruchhausen e eu. A segunda viagem ia de Sevilha, na Espanha, para o Rio de La Plata", conta o autor, que na segunda expedição era o único alemão presente. "Acabamos sofrendo um naufrágio em São Vicente. Trata-se de uma ilha que fica bem próxima à terra firme brasileira e é habitada por portugueses."O livro revisitado

Os nove meses em que Hans Staden ficou em poder dos tupinambás renderam um relato impressionante em nível antropológico, sociológico, linguístico e cultural que é constantemente revisitado.

O livro, considerado um sucesso editorial, já inspirou montagens teatrais pelo mundo afora, semeando a imaginação dos modernistas Raul Bopp e Oswald de Andrade na criação da Revista de Antropofagia, de 1928, onde foi publicado o substancial Manifesto Antropofágico, de Oswald: "Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Mathias. Comi-o".

A aventura de Hans Staden acabou sendo levada às telas pelas mãos do cineasta brasileiro Luiz Alberto Pereira em Hans Staden, um dos poucos filmes na história do cinema em que a língua falada pelos atores é, predominantemente, a tupi, e que conquistou diversos prêmios no Brasil e nos Estados Unidos.

O livro ganhou em 1998 uma primorosa edição da Dantes Editora e Livraria, do Rio de Janeiro, em tradução de Pedro Süssekind, que traz, além das ilustrações originais, desenhos e gravuras de Theodoro de Bry, Roque Gameiro, Van Stolk, entre outros. [ / www.dw.com]

{Xlr simples homofonia.Na narrativa de Hans Staden, da primeira metade do século XVI,encontra-se essa palavra com a grafia Caníneegg e, na História do Brasilde frei Vicente do Salvador (1627), Canené, palavras que se equivalem ese identificam com o nome Canindé, de uma espécie de arara, provavelmente abundante na localidade, em cujas vizinhanças outro povoado ecanal, com o nome de Ararapira, lembra ainda a freqüência dessa avenos sítios que foram, outrora, considerados como limites entre Carijós eTupinikins.A corrupção da palavra tupi fez-se, {Xlrém, tão breve e tão profundamente que de Canindé ou Canin~ se alterou para Cananéia e, ainda, para Cananor, como se lê na carta de Ruych, de 1508, e no mapa daAmérica, da edição de Ptolomeu, de 1513.133 - Não terminaremos este capítulo sem dizer algumas palavrasa respeito das dificuldades da interpretação, provenientes da homografiaou da homofonia.Uma palavra tupi, como sói acontecer em todas as línguas no período da aglutinação, é, quase sempre, um vocábulo com{Xlsto. [ / Teodoro Sampaio (1901)]

Alguns dias depois, levaram-me para uma outra aldeia que eles chamam Arirab, para um rei, de nome Konyan-Bébe, que era o principal rei de todos. Ali haviam se reunido mais alguns em uma grande festa, a modos deles, e queriam me ver, pelo que me mandaram buscar naquele dia.Chegando perto das cabanas, ouvi um grande rumor de canto e de trombetas, e diante das cabanas havia umas quinze cabeça espetadas; eram de gente sua inimiga, chamada Markaya, e que tinha sido devorada.Quando me levaram para lá, disseram-me que as cabeças eram de seus inimigos e que estes se chamam Markayas. Fiquei então com medo e pensei: "assim farão comigo também!". Quando entravamos nas cabanas , um dos meus guardas avançou e fritou com voz forte para que todos ouvissem "Aqui trago o escravo, o português", pensando que era coisa muito boa ter o inimigo em seu poder.E falou muitas outras coisas mais, como é de costume, conduzindo-me até onde estava o rei assetandado, bebendo com os outros e estando já embriagados pela bebiba que fazem, chamada Kawawy.Fitaram-me desconfiados e perguntaram: "Vieste como nosso inimigo?" Eu disse: "Vim, mas não sou vosso inimigo". Deram-me então a beber. Já tinha ouvido falar muito do rei Konyan-Bébe, que devia ser um grande homem, um grande tirano para comer carne humana.Fui direto a um deles que pensava ser ele e lhe falei tal cmo me vieram as palavras, na sua língua e disse: "Es tu Konyan-Bébe, vives tu ainda?" Sim, ele disse; "eu vivo ainda". "Então, disse eu, ouvi muito falar de ti e que és um valente homem".Com isto, levantou-se e cheio de si começou a passear. Ele tinha uma grande pedra verde atravessada nos lábios (como é costume deles); também fazem rosários brancos de uma espécie de conchas, que é seu enfeite. Um destes o rei tinha no pescoço,

Um destes o rei tinha no pescoço e tinha mais de 6 braças de cumprido. Por estes enfeite vi que ele era um dos mais nobres.Tornou a assentar-se e começou a perguntar o qu eplanejavam seus inimigos, os Tuppin-Ikins e os portugueses. E desse mais: porque queria eu atirar sobre ele, em Brickioka? Porque lhe contram que eu era artilheiro e atirava contra eles.Então eu respondi que os portugueses me tinham mandado e me obrigaram. Disse ele então que eu também era portugues, porque o frances, que me havia visto e a quem ele chamava "seu filho", lhe disseram que eu não sabia a sua língua por ser portugues legítimo.Eu disse então: "Sim, é verdade; estive muito tempo fora daquela terra e tinha esquecido". Ele replicou que já tinha ajudado a capturar e comer cinco portugueses e que todos tinham mentido.Só me restava então consolar-me e recomendar-me á vontade de Deus, porque compreendi que devia morrer. Tornou então a me perguntar o que os portugueses diziam dele e si eles tinham muito medo dele.Eu respondi: "Sim, eles falar muito de ti e das grandes guerras que tu lhes costumas fazer; mas agora fortificam melhor Brickioka"."Sim, continou ele, queria de vez em quando capturá-los, como me tinham capturado no mato".Ainda mais contei eu a ele: "Sim, teus verdadeiros inimigos são os Tuppin-Ikins que preparam 25 canos para virem atacar o teu paiz", como realmente também aconteceu.Enquanto ele me fazia perguntas, ficavam os outros em pé, escutando. Em suma, perguntou-me muito e falou muito. Regosijava-se dos muitos portugueses e de serlvagens seus inimigos que tinham morto. Enquanto isto se passava comigo, os que estavam bebendo na cabana acabaram com a bebida que ali havia; passaram então todos a uma outra cabana a qual continuaram a beber e por isso terminou minha conferência com o chefe.
O livro “Duas Viagens para o Brasil”, escrito por Hans Staden foi lançado na Alemanha, por Johann Dryander: História verídica e descrição de uma terra de selvagens nus e cruéis, comedores de seres humanos, situada no Novo Mundo da América, desconhecido antes e depois de Jesus Cristo e desconhecido aqui nas terras de Hessen até dois anos atrás, visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, o conheceu por experiência própria e agora publica esse livro com as suas impressões
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