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Revista do Arquivo Municipal de São Paulo CLXXVI. Prefeitura do Município de SP
196906/04/2024 15:01:37
Revista do Arquivo Municipal de São Paulo
Data: 01/01/1969
Créditos:

Foi doado a este mosteiro no ano de 1811, na fundação do mesmo, pelo senhor Inácio Ferraz Leite Penteado e sua esposa dona Gertrudes de Camargo, como dote de sua filha, dona Maria dos Anjos, que foi uma das educandas, companheira das fundadoras, e filha espiritual do nosso amado e sempre venerado frei Antonio de Santana Galvão. O orgão começou a funcionar no mesmo dia em que pela primeira vez as recolhidas se reuniram no côro em presença do frei Galvão, para entoarem "Te Deum", em ação de graças pelos muitos benefícios, isto a 25 de agosto de 1811. (Página 18)

Deixando o cargo de vereador ficava livre, mais uma vez, Afonso Sardinha para ocupar -se todo, de seus grandes negócios.Muitos anos antes iniciara- se no comércio de múltiplos artigos, quer produzidos na sua fazenda, quer importados. Assim é que do tes:tamento que fizera antes de partir para a guerra declarara que ocapitão Jorge Correia devia-lhe, além de um empréstimo de 10 cruzados, outros 50 provenientes de cincoenta caixas de marme lada e de quarenta alqueires de farinha, que " êle levou a seu cunhado Francisco Rodrigues" . Devia-lhe mais o capitão, quarenta e seis alqueires de farinha, pedidos por intermédio de João Rodrigues, quando do assalto dos piratas inglêses, e mais cinco cargas de vinte e três alqueires, “ que levou seu compadre Francisco Domingues”.

Do mesmo testamento consta que negociava em sal, um dos produtos mais estimados e raros na época, figurando como seu devedor António Raposo, de 10 cruzados e “mais o resto do sal que lhe vendí”.

De Buenos Aires recebia lãs e peles, por inter médio de António Rodrigues de Barros, parte dos quais pagava com a remessa “de um moço que já embarquei declara no testamento por ele me mandar pedir dois homens do tupí, os quais eu mando nas primeiras embarcações”. Ainda em contrapartida exportava para o mesmo destino a marmelada de sua produção.

Dêsse mesmo correspondente recebia rendas, papel, medicamentos e bainhas de facas fabricadas na Alemanha. Mas, a importação de escravos da África era o seu maior comércio. É certo que já antes de 1592, como declara no testamento desse ano ( 101 ) , fazia o tráfico com Angola, por intermédio de seu sobrinho Gregório Francisco, com quem estabelecera sociedade.

Em 1597, acompanhado pelo filho e com a colaboração de Clemente Alvares, acharia a iniciaria a mineração de ouro de lavagem nas serras de Jaguamimbaba e Jaraguá, em São Paulo e na de Ivuturuna em Parnaíba. Daí o avolumar-se sua opulência.

Em busca do metal aurífero haviam -se internado os sertanistas, indo até Araçoiaba onde encontraram , apenas, o minério de ferro -magnético (magnetita ). No regresso, passando pelo morro do Jaraguá, descobriram os indícios do que andaram a procurar, as para a vila de São Paulo. Em Araçoiaba, no Vale das Furnas,no sopé e setentrional do morro, construiram o primeiro estabeleci mento de siderúrgia brasileiro, constituido por um rústico forno catalão e uma forja , para produção direta de ferro, “ característico da fase inicial da siderúrgia , em que o minério de ferro, geralmenteóxido, sem passar pela fase líquida, era direta e somente transfor mado em ferro maleável" , mediante aquecimento e redução conseguidos pelo carvão de lenha e a remoção da escória e a estruturação da barra por pancadas ( 103 ) . Mas preocupando - o aquela idéia que o não abandonava, de encontrar ouro , retirou- se do Morro do Ferro, ficando aquela primitiva usina metalúrgica entregue a um pequeno grupo de indivíduos, em boa parte elementos servís.

Anos depois, chegaria ao conhecimento de dom Francisco de Souza, sétimo governador geral do Brasil , por volta de 1598, a descoberta de pai e filho. Iniciava- se o século XVII com a chegada dêste à vila de São Paulo donde partia para Araçoiaba a ver as jazidas. Ia acompanhado de vistoso séquito, a visitar a fábrica dos Sardinhas, acompanhado pelo mais moço dêles. No ano anterior para lá enviara o perito Diogo Gonçalves Lasso, a fim de que examinasse os descobrimentos, tendo o técnico chegado a Piratininga a 13 de maio de 1598, na qualidade de Administrador das Minas e Capitão da vila . Era êle portador de um regimento que poste riormente lhe dera o Governador Geral, datado de 10 de setembro de 1601, onde determinava que não consentisse “ que pessoa algumapossa ir às minas já descobertas nem tratem de descobrir outras,salvo Afonso Sardinha o velho e Afonso Sardinha o moço, aos quais deixo ordem do que neste particular poderão fazer que vos mostrarão por serem os ditos descobridores e pessoas que bem o entendem ”( 104 ) evidenciando o prestígio que ambos desfrutavam junto ao poder governante.

Durante o ano de 1598, quando a tranquilidade fôra restabe lecida e em fim podia Afonso Sardinha cuidar de seus interesses, seria ele, por duas vezes convocado aos “ ajuntamentos " levados a efeito na Casa do Concelho. Acorria o povo, a 8 de março a atender a provisão do Governador Geral, dom Francisco de Souza para que, com os moradores da vila de Santos, fossem fazer o caminho do mar, discutindo se o trabalho seria “ de mão comum " , se fintado o povo ou pagando a quem o desejasse. Doze dias após voltava Afonso Sardinha à Câmara, onde novamente tratavam do [Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, 1969. Páginas 610 e 611 do pdf]

No ano seguinte veria Afonso Sardinha aumentada suas propriedades. Tendo requerido a Gaspar Conqueiro, capitão e ouvidor com alçada em São Vicente, loco tenente de Lopo de Souza, que como morador antigo da capitania, que em tudo servira a el-Rei e pronto estava para outra vez o fazer, desse-lhe "uns alagadiços e campos", situados ao longo do rio "Jerobatiba", de ambos os lados, onde tinha sua fazenda e um trapiche de açúcar, deferindo-lhe o ouvidor ao que pedia, mandando passar-lhe a respectiva carta em data de 3 de novembro de 1607. [Revista do Arquivo Municipal de São Paulo CLXXVI, 1969. Prefeitura do Município de SP. Página 64]

Da consulta aos Inventários e Testamentos, à Genealogia Paulistana de Silva Leme, aos Apontamentos Históricos de Azevedo Marques, à Nobiliarquia de Pedro Taques, às obras de Américo de Moura e de Carvalho Franco, estão identificados os seguintes filhos do casal Manuel Fernandes Ramos e Suzana Dias, dos quinze filhos vivos em 1589:

1 - André Fernandes
2 - Balthazar Fernandes
3 - Domingos Fernandes
4 - Pedro Fernandes
5 - Custódia Dias
6 - Angela Fernandes
7 - Benta Dias
8 - Maria Machado
9 - Margarida Dias
10 - Catarina Dias
11 - Francisco Dias
12 - Paula Fernandes
13 - Agostinha Dias

Dessa maneira, embora não se sabia a idade exata de cada um deles, ficam identificado treze, dos quinze filhos a que se refere Suzana Dias em seu testamento datado de 1628, ditado na casa do Capitão André Fernandes e aberto em setembro de 1634 de Baltazar Fernandes Alvarenga, como testamenteiro de sua mãe, em Santa Ana de Parnaíba.
[Revista do Arquivo Municipal de São Paulo CLXXVI. Prefeitura do Município de SP, 1969. Página 174]

A Sorocaba também se liga o nome dos Fernandes, pois a sua primeira capela foi erigida por Balthazar Fernandes dedicada a Nossa Senhora da Ponte. Sertanista como o pai e os irmãos, Balthazar Fernandes foi companheiro de seu irmão André em 1613 na expedição para o sertão goiano, e, como ele também foi para o Rio Grande do Sul de 1637 a 1639, trazendo de suas expedições, centenas de nativos.

Tornando-se extremamente rico, de acordo com seu inventário, foi proprietário de doze sesmarias em terras do então município de Parnaíba, ao qual pertenciam as terras que formariam posteriormente os municípios de Itu e Sorocaba. Com grandes plantações de algodão e trigo, tinha a seu serviço, mais de quatrocentos nativos. Em Parnaíba também se dedicou à fundição de ferro, onde tinha um engenho que foi sequestrado em 1645.

Casado em primeiras núpcias com a paraguaia Maria de Zunega, e com Izabel de Proença, em segundas, Balthazar Fernandes muda-se em 1654, com sua família e seus genros espanhóis André e Bartholomeu Zunega, para as imediações de Araçoiaba, região onde D. Francisco de Souza, governador geral das minas, desde 1600 tentara estabelecer uma povoação, sendo mesmo concedidas aí algumas sesmarias. Tal povoação não progrediu, e, com a morte de Francisco de Souza, em 1610, ficara abandonada. Aí, na paragem denominada "Sorocava", Balthazar Fernandes funda uma capela dedicada a Nossa Senhora da Ponte, da qual fará doação, a 4 de abril de 1660, aos padres do Patriarca São Bento, do mosteiro de Parnaíba.Com a mesma, ele faz doação de terras, doze escravizados, e cozinheira, doze vacas e um touro, etc., além da têrça de sua herança "depois que Nosso Senhor fôsse servido fazer dêle alguma coisa", conforme consta da escritura lavrada no Livro de Notas de Parnaíba, de 1660, transcrita na íntegra, por Azevedo Marques. A provisão que eleva a povoação à categoria de vila data de 3 de março de 1661, sendo Balthazar Fernandes e Pascoal Leite Paes nomeado juízes, André Zunega e Claudio Furquim vereadores, Domingos Garcia procurador, e escrivão da Câmara Francisco Sanches.

Cabe aqui um pequeno reparo à obra de Azevedo Marques, cujos méritos são indiscutíveis - cita, na íntegra, a provisão de 3 de março de 1661 que nomeia Balthazar Fernandes juiz de Sorocaba, na mesma provisão que a eleva à categoria de vila, e afirma que o mesmo Balthazar Fernandes faleceu em 1660, deixando doze filhos, no mesmo ano em que fez a doação das terras aos beneditinos. São detalhes sem muita importância quando se considera o conjunto do que se sabe sobre a vida dos Fernandes Povoadores, mas pequenas contradições que desnorteiam o leitor. Segundo Carvalho Franco, Balthazar Fernandes teria falecido antes de 1667, mas não dá uma data precisa. [Revista do Arquivo Municipal de São Paulo CLXXVI. Prefeitura do Município de SP, 1969. Páginas 180 e 181]

Capistrano de Abreu já ensinava que os paulistas começaram a descer o Tietê desde os primeiros tempos, provavelmente na primeira metade do século XVI, logo depois de 1532, quando a mando de Martim Afonso foi fundada Piratininga. Alguns subiram os afluentes do Tietê, “o Juqueri, o Jundiaí, o Piracicaba, o Sorocaba. Outros foram até o Paraná”, diz o mestre. [Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, 1969. Página 194]

O relatório dessa expedi ção descreve os dezenove dias de viagem cheios de aventuras. Tempos depois seguiu o mesmo percurso Dona Victoria de Sá, da família ilustre de Salvador Correa de Sá, com quem se casara Don Luiz de Xeria no Rio de Janeiro. Foi Dona Victoria de Sá a primeira brasileira branca a penetrar o sertão. Guiada por André Fernandes, sertanista, um dos fundadores de Parnaíba, chegou a Guaira, indo ao encontro do marido em Assunção.

André Fernandes voltou na canôa, com tripulação índia que o comandante de Guairá lhe forneceu. Pelo mapa feito então ( 1628 ), verifica-se que já era rotineira a navegação dos rios Sorocaba, Tietê e Paraná, tanto que Xeria encontrou na confluencia dos rios Paraná e Paranapanema diversos moradores entre os quais o pau lista Simão Mendes. [Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, 1969. Página 195]
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